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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Vira o disco e toca o mesmo

por josé simões, em 20.07.16

 

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Com os livros aprende-se muito e não por acaso o 'bücherverbrennung' - a queima dos livros, nas praças das principais cidades alemãs depois da chegada dos nazis ao poder, no culminar de um percurso que passou pelas purgas na classe dos professores, dos professores universitários, dos juízes, dos intelectuais, da administração do Estado, tudo no cumprimento meticuloso das exigências legais, assente num sistema jurídico elaborado por um pequeno grupo, subserviente e inepto, mas suficientemente capaz para elaborar um código legal que suportasse as acções do regime.


Não há livros para queimar, há internet para cortar e pessoas que ensinam a escrever livros, a ler livros, a interpretar livros para purgar, pessoas que zelam pelo Estado de direito para perseguir, e o resto é tudo déjà vu e déjà écrit, bastas vezes, mas ainda assim não tantas quantas as necessárias para que a história não se repita uma vez e outra e vez e sempre.


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