Uma espinha na garganta
Ainda não foi assim há tanto tempo que Cavaco Silva presidiu uma legislatura à cegueira ideológica da direita radical no desmantelamento do Estado social em favor de obscuros interesses privados, com a realidade a tirar-lhes o tapete debaixo dos pés todos os dias e todos os dias as metas ajustadas para encaixarem na realidade que não se compadecia com ideologias, e posteriores manobras de diversão, cego pelo radicalismo ideológico, a adiar a realidade da solução governativa que tinha pela frente, com chamadas ridículas, para ser simpático, ao Palácio de Belém, desde o Corpo Nacional de Escutas à Confraria do Bacalhau. Esta meia dúzia de linhas gastas com a espinha que o personagem tem atravessada na garganta já foi demasiado tempo perdido.
[Imagem de autor desconhecido]