Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Um senhor imbróglio

por josé simões, em 23.11.22

 

papeis.jpg

 

 

De cada, e de todas as vezes, que há um assomo de protesto, revolta, contestação ao poder instituído nos "países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia, pelo seu papel de resistência à 'nova ordem' imperialista", e até mesmo na Arménia ou na Bielorrússia ou na Ucrânia, ficamos a saber, à quinta-feira no "a verdade a que temos direito", da mãozinha da CIA e do imperialismo 'amaricano' a manobrar atrás do arbusto, que no paraíso na terra não há razões para reviralhos, por oposição ao protesto, revolta, contestação ao poder instituído, em zonas do globo como a Palestina ou o Saara ocidental, aí sim, genuíno protesto de massas, de geração espontânea nas ruas e nas fábricas. O que nos transporta para os protestos na fábrica da iPhone em Zhengzhou, China, com a polícia a carregar indiscriminadamente sobre os trabalhadores, manobrados pela CIA e pelo imperialismo 'amaricano', mas por outro lado é o iPhone, o símbolo máximo do imperialismo 'amaricano'. E isto é um senhor imbróglio, não para os chineses, nem para a iPhone, que são muito mais práticos e pragmáticos a lidar com estas minudências, segundo o ponto de vista do capitalismo imperialista, claro, mas para quem constrói narrativas, teses ao congresso, e atribui cédulas de protesto genuíno aos povos, de forma a construírem uma realidade onde encaixar a ideologia e a peculiar visão do mundo.

 

[Imagem de autor desconhecido]