Têm dois defeitos
Quando todos pensávamos que tinham aprendido alguma coisa com o banho de realidade que levaram, que os portugueses, quarenta e cinco anos passados sobre o 25 de Abril, não só já não são anjinhos ignorantes como não gostam de ser tratados como tal, logo nos minutos seguintes às declarações de anúncio de marcha-atrás assistimos ao frenesim de centenas de contas no Facebook e no Twitter, algumas até daquelas que só são activadas em situações de crise ou um mês antes das eleições, em operação concertada para minimizar danos no eleitor com o "eleitoralismo de António Costa" mais "as mentiras de António Costa" e a "campanha eleitoral do PS" e "o que o PS aprovou e desaprovou" e "a nossa posição sempre foi esta", "nós não dissemos o que vocês nos ouviram dizer" e outros chavões em formato telegráfico, decalcados dos discursos do líder, Rui Rio e Assunção Cristas consiante a afiliação, a tratarem outra vez os portugueses como crianças, sem perceberem que não perceberam nada do que lhes aconteceu. Têm dois defeitos: são burros e não querem aprender. Nunca acabem.
[Imagem de Otto Stupakof]