"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O dia em que José Gomes Ferreira, Helena Garrido, João Duque, Cantiga Esteves, Graça Franco, Tiago Caiado Guerreiro, Ricardo Costa, António Costa – o que se diz jornalista, Camilo Lourenço, Bagão Félix, António Lobo Xavier, Medina Carreira, Teresa Caeiro [sim, ela] Luís Montenegro, Hugo Soares, Cecília Meireles, Duarte Marques, Nuno Magalhães, Teresa Leal Coelho [sim, não é engano] João Almeida, Diogo Feio e que perdoem os que ficaram esquecidos, não foram à televisão do militante n.º 1, nem às outras televisões, com grande alarido e pânico patriótico de responsabilidade e "sentido de Estado", explicar a "forte queda dos juros da dívida portuguesa" e a irresponsabilidade da maioria de esquerda e do Orçamento do Estado para o ano de 2016.
Quando já era dado adquirido que não havia dinheiro para nada, nem para pagar a funcionários públicos nem para pensões nem para reformas, por causa da irresponsabilidade do despesismo socialista, e do viver acima das nossas possibilidades, que os mercados não dormem, antes pelo contrário, e são extremamente racionais na avaliação do risco, aconselhados pelas extremamente racionais, isentas e avaliadoras de risco agências de notação financeira.
"Com esta finalidade publicou vários artigos em blogs, sendo um deles associado a um jornal de referência mundial, no período compreendido entre Fevereiro e Abril de 2010. Os artigos de opinião tiveram impacto nas yields da dívida pública portuguesa, influenciaram os investidores, até porque o arguido era um académico prestigiado, doutorado em economia pela universidade de Harvard e os artigos foram publicados em contexto de grande instabilidade financeira, de receio de contágio com a dívida grega, estando os mercados em situação de elevada susceptibilidade".
Que Duarte Marques, escreva, com mais ou menos, vírgulas, uma carta, a pedir, satisfações a Alexis Tsipras, por causa do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, não surpreende, ninguém. Nem sequer é, supresa, que Duartes Marques, sejam eleitos, já que o sistema eleitoral, português, está construído de modo a permitir, estes, prodígios, da política. Surpresa, é, o detaque que o deputado, Duarte Marques, consegue ter, na comunicação social.
Depois de liderar, ou de liderar o Governo, ou de o Governo por si liderado em coligação [que isto é complicado, não vá ferir susceptibilidades do ex n.º 3 irrevogavelmente n.º 2] na luta, gloriosa, pela baixa dos juros das obrigações em toda a periferia da zona euro, Pedro Passos Coelho, ou o governo liderado por Pedro Passos Coelho, ou o governo liderado por Pedro Passos Coelho em coligação, a meias, em vaquinha, com Paulo Portas, vê-se impotente contra a ameaça da extrema-esquerda grega, irresponsável-sem-sentido-de-estado-e-estalinista-trotskista-do-reviralho-e-outras-coisa-terminadas-em-ista, e dos irresponsáveis e mal-agradecidos gregos, que inventaram a Democracia e votam neles. It's an injustice!