Relatório e Contas. Resumo da Semana
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Ser puto implica, invariavelmente, ser do contra; ter uma predilecção muito especial pelas chamadas causas fracturantes. Talvez com excepção de Manuel Monteiro e Manuela Ferreira Leite, já todos fomos putos e sabemos o que é que a casa gasta.
Por exemplo, nos meus tempos de teen os trabalhos de grupo na escola iam sempre bater à porta, ou da droga, ou da prostituição, ou aos bairros de lata, ou da emancipação da mulher; não obrigatoriamente por estas ordem. A revolução de Abril tinha sido há dias e questionávamos tudo o que até então era tabu.
Não erradicámos os problemas, apesar de nos ter passado pela cabeça que o podíamos fazer, mas contribuímos para que pelo menos fossem falados. E, acima de tudo, conseguimos chatear (muito) a brigada do reumático do “não se fala, não se vê, não existe”.
Há sempre um espelho para cada geração. Há quem lhe chame bandeiras. E também há aqueles que não têm geração e fazem suas as “bandeiras” das gerações presentes. O que não quer dizer que sejam toda a vida putos.
Vem esta conversa da treta a propósito de Romeu e Julieta de Shakespeare numa adaptação feita por alunos de uma escola de Londres abordando a temática homossexual, e que recebeu o nome de Romeu e Julian.
Tudo tão absolutamente normal e natural, quantas as adaptações das peças de Shakespeare que foram feitas ao longo dos anos. Não fora aqueles que, no meu tempo de puto, chamávamos de “obstáculos epistemológicos”.
Hamlet
1948