|| Como diz a “outra”: “Eu hoje acordei assim”
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«Apolo Délfico, através dos oráculos de Pítia, proclamou que Sócrates era o mais sábio de todos os homens. Diz-se que este filósofo havia afirmado, de modo hábil e sapientíssimo, que seria bom que os corações dos homens estivessem visíveis e patentes, para que não houvesse sentimentos ocultos, podendo assim estar expostos à observação. Oxalá que a natureza aceitasse esta sugestão de Sócrates e a tornasse possível no presente. Se, com efeito, assim acontecesse, não só as virtudes e os vícios da alma seriam examinados imediatamente, como também os dados científicos sujeitos à observação dos olhos seriam provados por juízos verdadeiros, além de que uma autoridade egrégia e estável acompanharia sempre os doutos e sábios. Como, porém, estas coisas não estão assim ordenadas, mas sim como a natureza determinou, não é possível que os homens possam julgar do valor das manifestações da arte que surgem no íntimo sob a escondida natureza dos corações. E os próprios artistas não poderão oferecer-nos a sua arte se não tiverem abundância de dinheiro, se não estiverem integrados em escolas de reconhecida antiguidade ou se não tiverem prática forense e eloquência, bem como, pela sua própria diligência, a autoridade dos estudos, para que sejam reconhecidos naquilo que proclamam saber.»
Vitrúvio, Tratado de Arquitectura
Qualquer semelhança com pessoas ou situações actuais é pura coincidência.