Refugiado é quando as televisões quiserem
Depois de na quarta-feira, dia 11, a directora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ter dito que o estatuto a aplicar aos marroquinos que deram à costa no reino do Algarve era o da protecção internacional, na sexta-feira, dia 13, as televisões continuam com o "estatuto de refugiado" para aqui e o "estatuto do refugiado" para acolá e o "estatuto do refugiado" a convocar uns programas de "opinião pública", onde os matarruanos trogloditas, potenciais eleitores do CDS e do Chega, espumam ódio a cada telefonema, enquanto propagam fake news dos subsídios a pagar pelo bom povo português aos manhosos dos berberes, da raça lusitana em perigo se a moda pega, da invasão muçulmana que vai agora começar, da cristandade em perigo, da imigração ilegal que vem roubar os empregos e o diabo a sete, sem que ninguém questione por que cargas de água o "estatuto do refugiado" havia de ser concedido, se acaso Marrocos está em guerra, se Marrocos é um Estado pária, se Marrocos não tem assento nas organizações internacionais, se Portugal não tem relações políticas, e comerciais em todas as áreas, com o reino de Marrocos.
[Imagem de autor desconhecido]