"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Diz o Minho Digital que António Laranjo, empresário, "numa praia muito badalada – Amorosa – pelas piores razões, ligadas à exploração sexual de jovens sul-americanas", "irmão do 'Toni', como é vulgarmente conhecido," e que "já esteve detido por alegado envolvimento numa rede organizada que trazia jovens principalmente", aparece na terceira posição na lista dos candidatos pelo Chega à Assembleia da República pelo distrito de Viana do Castelo.".
Diz também o Minho Digital que "confrontou Elsa Abreu, presidente da Distrital do Partido de André Ventura, com a actividade empresarial que pretendia ver esclarecida do candidato a deputado, mas a dirigente, apesar de não nos parecer surpreendida nem ter pedido esclarecimentos, escusou-se a prestar declarações.". Contactado "Eduardo Teixeira, o ex-deputado do PSD que agora lidera a lista pelo Distrito às próximas eleições legislativas," ele há com cada coisa... "mas este não só não atendeu, como não devolveu a chamada.".
Acrescenta o Minho Digital que "quem foi rápido a contactar-nos – tudo isto num espaço de poucos minutos – foi o próprio António Laranjo. Surpreendentemente, ou talvez não, o alegado empresário, sem que nos desse tempo para o questionar e achasse justificável o interesse público em informar os leitores e eleitores, foi peremptório: «Se sair alguma notícia vou contactar o meu advogado para lhe instaurar um processo».".
Por fim o Minho Digital assegura que confrontou "por SMS André Ventura e Pedro Pinto, respectivamente presidente do CHEGA e ainda o responsável nacional pela conclusão da lista, que não nos responderam," concluindo que "aparentemente não havendo consequências, depreende-se que o “empresário da noite” reúne todos os critérios de selecção e confiança política dos seus dirigentes.
E porque é que esta notícia a envolver portugueses de bem e imigrantes bons não abre telejornais? Por o Minho ficar muito longe? Por causa da avó da Mariana Mortágua? Por medo à ameaça de instauração de processo? Por respeito pela iniciativa privada e pelo empreendedorismo numa região esquecida pela capital? Por a comunicação social que o alimentou e levou ao colo não o querer levar para a cova mesmo que a sua manutenção no prime time signifique arrastar o sistema democrático para o abismo? "Não olhem para cima"?
Arranjar uma cara bonitinha Instagram para apresentar telejornais, sim, lamento, é assim que a coisa funciona, mas com zero preparação para andanças de congressos, zero poder de argumentação, zero pertinência e instinto político em como tomar a rédea da entrevista, total falta de conhecimento da história, da política e do papel que cada um tem em cada cargo e para desempenhar cada função. Já se tinha notado no congresso do PS, com uma tal de Nelma Serpa Pinto pela televisão do militante n.º 1, a anunciar a presença de Augusto Santos Silva "em representação da Assembleia da República" e que António Costa foi apresentado como "camarada" na chegada à FIL. Completamente à nora na convenção do partido da taberna, pé de microfone para a propaganda escorreita.
Um palerma na convenção do partido da taberna a dizer que sente e pensa tal e qual o taberneiro, o chefe. Inquirido pelo jornalista sobre o que é que o taberneiro, o chefe sente e pensa responde que não lê os pensamentos das pessoas. Pra mim é um tinto traçado, sff!
Há na Radar, passe a publicidade, uma rubrica da autoria do guitarrista dos Xutos & Pontapés, de seu nome "Zé Pedro Rock n’ Roll", e que trata disso mesmo, do rock ‘n' roll, dos excessos, das bandas e do folclore à volta, tudo muito superficialmente porque os 5 minutos antes do sinal horário são curtos.
Não tem nada a ver, apesar do Zé Pedro, mas é rock n' roll: reuniões com quem está, reuniões com quem não está, reuniões com quem não devia estar, reuniões porque sim, Grupo BES, escritórios de advogados, soundcheck ao vivo, groupies, roadies, sex & drugs & rock & roll. Também muito superficialmente, porque um mandato de Governo é curto antes das eleições.
Não tem conhecimentos no “círculo”; não sabe da existência do “património disponível”. E bem vistas as coisas, até é bom que não saiba para não lhe ver aumentada a angústia.