"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Alguém me sabe dizer qual é o salário de Manuel Lemos, o presidente da União das Misericórdias? Ganha tanto como Miguel Cadilhe à frente do BPN? Ou ganha mais que o presidente da Reserva Federal, mas menos que o presidente do Banco de Portugal?
Onde eu quero chegar é ao Público de hoje e ao «ordenado estratosférico» do avançado hondurenho do Benfica; Suazo (pág 33). Depois, na P2 página 14, uma foto do dito cujo, e por baixo do sovaco direito "Lemos, presidente da União das Misericórdias". É a continuação da caixa anterior, eu sei, mas um bocadinho mais de cuidado não fazia mal a ninguém.
(*) O título do post é roubado à primeira página da edição de hoje do Público: “O triunfo do sonho americano Obama”.
Quer-me parecer que o "sonho americano" nunca passou por se poder ter um negro na presidência. O "sonho americano", como muito bem sublinha o Carlos Novais passava mais por colocar um afro-americano na presidência da Libéria.
Via Miguel Madeira tomei conhecimento do novo produto a lançar hoje pelo BES:
«(…) o Depósito MacCain/Obama, um depósito a prazo indexado às eleições norte-americanas e que permite ao cliente aplicar o seu dinheiro no depósito McCain ou no depósito Obama.»
Sendo que as apostas em Portugal são um exclusivo da Santa Casa da Misericórdia e da Associação Portuguesa de Casinos (vide caso Betanwin), pegando nas palavras do Miguel:
«o BES, ao lançar estes depósitos, basicamente criou um mercado de apostas que assume uma igual probabilidade de cada candidato ganhar»
a minha dúvida prende-se com a suposta (i)legalidade deste tipo de produto. Ou esta é mais uma daquelas excepções “à portuguesa”, com o Governo a assobiar para o ar e o Banco de Portugal a olhar para o lado?
Pode parecer que não tem nada a ver, mas tem. Tem tudo.
É que eu ando com outra na cabeça há um ror de tempo:
- Será que a geração que estava em vias de acabar a Faculdade nos anos da brasa de 1974 até meados de 1977, e sabendo-se como eram ministradas as aulas e efectuadas as avaliações e passagens, é melhor preparada que a geração da licenciatura “à la Sócrates”?
E eles andam por aqui; por ali. Por aí…
(Foto de Alexia Webster roubada no New York Times)