||| Agora e na hora da morte
Uma das vantagens de se morrer na primavera é a de a data não coincidir nem colidir com o período de férias.
[Imagem de Bruce Davidson]
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Uma das vantagens de se morrer na primavera é a de a data não coincidir nem colidir com o período de férias.
[Imagem de Bruce Davidson]
Alguém merecedor de uma interrupção de férias nas ilhas adjacentes:
«O Presidente da República não se deteve na sua dimensão de escritor, de "virtuoso das letras", a que "em definitivo acabará por impor-se", mas quis antes realçar um outro aspecto da sua biografia que "corre o risco de ser ofuscado": Refiro-me à figura do intelectual, do cidadão empenhado, que ao longo das últimas décadas tanto contribuiu para a valorização da nossa vida democrática.»
Por muito que chateie as editoras e os negócios e um mercado de 192 milhões de potenciais produtores.
A falar é que a gente se entende e, toda a gente, do Minho a Timor, percebeu perfeitamente.
[Imagem]
A semana em que o comandante do Costa Concórdia tropeçou e caiu no salva-vidas foi a mesma semana em que Vasco Graça Moura tropeçou e caiu no CCB, dois dias depois de João Proença ter também ele tropeçado e ficado de caneta na mão no Conselho da Concertação Social, e uma semana depois de Celeste Cardona ter tropeçado e dado por ela sentada ao "colo" de Eduardo Catroga num gabinete na praça Marquês de Pombal em Lisboa. Decididamente há um problema com a Lei da Gravidade.
[Imagem]
Portugal seria um lugar muito mais… errr… habitável e a Europa teria uma identidade muito mais forte se fosse construída à imagem da China. Não fosse essa coisa dos sindicatos e dos cidadãos reivindicarem e de se recusarem a aceitar o seu destino de sofrimento nesta vida, como vem na Bíblia, e tudo seria perfeito. O trabalhador trabalhava, que é como quem diz o colaborador colaborava e o patrão mandava, que é como quem diz, o empresário pensava, e assim, de mãos dadas, all together now e alegria no trabalho, criávamos riqueza e se nos portássemos bem sempre caíam umas migalhas.
[*] E fazem tanto barulho que nem deixam a outra pessoa concentrar-se e escrever um livro para quem lhe paga.
[Na imagem Fictional Landscapes, Kyle Kirkpatrick]
«No domingo, no noticiário das 13.00 da RTP1, surgiu no ecrã, por mais de uma vez, a palavra "crise" sobre uma grande seta voltada para baixo, em tons entre o amarelo e o laranja, que, por na forma e na cor sugerir o símbolo do PSD, só aponta para uma tentativa de manipulação subliminal (e intencional) dos espectadores. É mais um escândalo do nosso serviço público de televisão!»
Vasco Graça Moura no Diário de Notícias
(Foto de Luis Acosta/ AFP via Getty Images)
“Os militantes apercebem-se dessa espécie de "radioactividade" que emana dela e transcende os limites do PSD para atingir positivamente vastos sectores da população.” (Negrito meu)
Vasco Graça Moura sobre Manuela Ferreira Leite
(Aqui)
A candura desta frase, teve o condão de provocar em mim uma reacção “anos 70” (link).
“O PSD voltou a ser um partido com credibilidade institucional e política.”
“A Constituição de há três aos nunca será aprovada por alguns países, e aquela piedosa fórmula de “uma base comum renovada” não deriva de qualquer constatação expressa de uma suposta ingovernabilidade actual da Europa. A Europa é ingovernável por falta de uma Constituição, ou é-o devido aos egoísmos nacionais?”
Vasco Graça Moura, para ler hoje no Diário de Notícias.
Na sua coluna de nome "Modestas proposições" na edição de hoje do Diário de Noticias, Vasco Graça Moura, a propósito do melindre em que se está a tornar qualquer referência ao islamismo, propõe-nos de modo a contornar a questão o uso da perífrase.
Segundo ele, "(...) uma Europa em que as classes políticas, intelectuais, eclesiásticas e outras andam borradas de pânico ante as reacções de alguns sectores islâmicos (...) o melhor é começarmos todos a lançar mão da perífrase para dizermos o que nos vai na alma."
Desfrutem:
" Assim nunca é falar nos árabes, chamando-os pelo nome. Deve dizer, de preferência, com a dignidade e o andamento grave do alexandrino, coisas como "esses que em Poitiers sofreram um desaire", ou "os que hão-de desfloram mil virgens post mortem" (...)".
"Quanto ao intonso profeta cujo hirsuto apêndice facial não me atrevo a referir expressis verbis (...) ocorre-me que, em vez de expressões gastas e de um populismo soez, tais como "fugir como o Diabo da cruz e Maomé do toucinho", poderá dizer-se, bem mais elegantemente, "foge o anjo caído a um madeiro alçado / e há quem do cerdo à banha escape horrorizado". Também se pode recorrer a decassílabos de venerável recorte camoniano para dar a ideia de certas cominações mais bizarras. Por exemplo: " - Não pode o Islão beber, disse sereno, / de envinagrados cascos de Sileno."
"Na mesma onda, deve evitar-se referir os judeus, para que nenhum rabino e nenhuma sinagoga se venham a ofender. É melhor dizer "os que andam sem prepúcio errando pelo mundo", ou "os netos de Noé que já não lançam pombas / de Hamas e Hezzbolah hão-de evitar as bombas" (...)."
" (...) em vez de se falar de Buda, não haja um dia destes uma invasão de monges em túnicas côr de açafrão (...) é melhor dizer "o que olha seu umbigo em múltiplos de jade"
Conclui Vasco Graça Moura:
"A Europa tem uma boa tradição de linguagens cifradas: as inquisições e as suas fogueiras, as guerras de religião e as suas matanças, as revoluções e os seus genocídios, as polícias políticas a as sua torturas e, desde há algum tempo, o politicamente correcto e as suas idiotias, sedimentaram técnicas e processos circunloquiais e perifrásticos de dizer uma coisa, fingindo dizer outra e vice-versa. (...)".
Vasco Graça Moura em grande forma e de fino recorte irónico.