"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Agora que é conhecida a paternidade do enjeitado, o azar da Autoridade Tributária com a operação stop em Alfena/ Valongo foi o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais já não ser o CDS Paulo Núncio, para haver uma lista de matrículas VIP isentas de escrutínio, e para termos a brigada da direita radical, de plantão ao Twitter e ao Facebook, o dia todo a explicar a justeza da acção, rematada pelas avenças do comentário político, isento e independente, nas televisões a explicarem ao povo ignaro que a medida era não só justa como imperiosa e necessária, o problema resida na comunicação do Governo estar a ser mal feita.
«É mais difícil desfazer do que fazer». "Roma e Pavia não se fizeram num dia", vox pop. O "blitzkrieg" das invasões bárbaras é dos livros e aprendia-se [aprende-se?] na escola.
"Na vida um vintém é sempre um vintém e um cretino é sempre um cretino", Manuel Machado, treinador de futebol, antes da destruição de Roma e Pavia, num só dia às mãos dos cretinos, nos árduos trabalhos de deixar o pagode sem vintém e a que pomposamente chamam de "sabedoria".
Eduardo Catroga que ainda não disse que a foto do Blackberry é photoshopada, depois de ter dito que o PSD não teve nada a ver com o memorando de entendimento com a troika, diz que Vítor 'colossal' Gaspar não contribuiu em nada para as reuniões que o PSD teve com a troika, nem tampouco para a elaboração do programa económico do partido que, 'há liaz', era o memorando da troika que o PSD assinou/ não assinou [riscar o que não interessar]. . "Fui eu quem lhe pediu a opinião mas entrou-me por um ouvido a 100 e saiu-me pelo outro a 200". Qual é o som que um "pintelho" faz ao cair no chão, cuspido da boca de um trampolineiro?
Vítor Gaspar é a anedota do fulano que cai do 25.º andar e, à medida que durante a queda vai passando pelas janelas dos andares de baixo, os vizinhos vão-lhe gritando "até agora tudo bem!". De erro em erro até ao fracasso total:
Enquanto se assiste à recuperação de outros métodos de outros tempos, dos tempos da máxima "o calado vai longe". Quem não professa o pensamento vigente, ou quem não o professa e ousa manifestá-lo publicamente, bater-se pela suas ideias, apontar alternativas e caminhos diferentes, pura e simplesmente é excluído ou metido na prateleira, e cuja face mais visível são os painéis de comentadeiros políticos do pensamento único, todos os dias a todas as horas em todas as televisões. O mérito e a competência não são para aqui chamados. Deve ser a isto que Rui Rio chama "uma ditadura sem rosto". Ou que o Presidente da República e o primeiro-ministro do Governo de iniciativa presidencial chamam "consenso". Mais valia instituir uma "Polícia do Pensamento".
O virtuosismo, o génio, a mente brilhante, a excelência, a competência, o mérito de Vítor Gaspar, que é como quem diz, a primeira página do Diário de Notícias explicada aqui.
Estágio remunerado em Lisboa, mestrado em Bruxelas. O pormenor de "um cargo não remunerado", como se isso fosse realmente importante, como se isso fosse o cerne da questão.