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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Sign O' The Times, CXCII

por josé simões, em 07.09.21

 

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Students attend class under new classroom conditions at Avicenna University in Kabul, Afghanistan

 

[Link na imagem]

 

Sign O' The Times, Capítulo CXCI

 

 

 

 

"O CDS quer"

por josé simões, em 30.07.19

 

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O CDS, do cheque-ensino, dos contratos de associação, da excelência do ensino privado, o CDS da exigência e da "meritocracia" em todas as áreas da vida, quer que os filhos dos ricos, vá-se lá saber porquê, possam entrar na universidade pública só porque os pais podem pagar.

 

Até às eleições o CDS, das PPP, dos seguros de saúde, vai querer que quem possa pagar passe à frente na lista de espera para as cirurgias que os hospitais privados não asseguram, ou nos serviços que são exclusivo, porque dispendiosos, do Serviço Nacional de Saúde.

 

Depois de partido do contribuinte, da lavoura, dos combatentes, dos pensionistas, dos reformados, era só o que ao CDS, oficialmente, faltava ser: o partido dos ricos.

 

Pelo meio, e a dois meses e pouco das eleições legislativas, à socapa e como quem não quer a coisa, o CDS introduz no discurso político o ódio ao estrangeiro que vem para a nossa terra passar à nossa frente, a fobia ao outro, ao que vem de fora, fazendo de conta que não existem protocolos estabelecidos e assinados entre estados e países soberanos para intercâmbio nas áreas da educação e da saúde, para o caso.

 

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Andaram todos na mesma escola

por josé simões, em 29.01.19

 

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Nas declarações do novo ministro da Educação do Brasil à revista Valor Econômico os mesmo princípios e a mesma argumentação usada pela direita radical com Nuno Crato na Educação: os chumbos a eito e a urgência em desviar alunos, ainda que precocemente, para o ensino profissional e para o mercado de trabalho, deixando a universidade à elite como nos idos de Salazar e Caetano. Nunca tiveram foi a coragem para o dizer com todas as letras.

 

[Via]

 

 

 

 

O dinheiro do contribuinte é um poço sem fundo, II

por josé simões, em 09.01.19

 

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Rui Rio, que é contra o fim das propinas no ensino superior porque assim são todos a pagar o benefício de alguns, é a favor de que o Estado incentive a iniciativa privada na constituição de faculdades de medicina, não havendo aqui o todos a pagar o benefício de alguns, que ainda por cima vai ser pago por alguns, por via do numerus clausus da propina a pagar para ter curso privado de medicina, muito in. Adiante. Andamos [andam] aqui todos a batalhar há bués [já vem no dicionário] com a baixa natalidade que, mais cedo do que tarde, vai inverter a pirâmide etária e pôr em causa o Estado social, e ainda ninguém se lembrou de acabar com a propina nos infantários e creches. É que por este andar, e numa vintena de anos, por falta de candidatos, o problema do acesso ao ensino superior deixa de se colocar. Se calhar na altura inventam uma propina para as universidades sénior, que é o que vai restar.

 

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"O dinheiro do contribuinte é um poço sem fundo, I"

 

 

 

 

O numerus clausus da esquerda de que a direita não se lembrou primeiro

por josé simões, em 23.05.18

 

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Isto do Interior e da desertificação do Interior e da discriminação positiva e blah blah blah é tudo muito bonito, sim senhor, e nem sequer vamos falar das medidas tomadas e das políticas implementadas em quase 50 anos de democracia por quem teve e tem e vai continuar a ter responsabilidades governativas e que levaram a que as pessoas fugissem a sete pés do interior do país para o litoral ou para a emigração - encerramento de escolas, tribunais, hospitais, postos de saúde, repartições públicas, postos dos correios, agências bancárias e o coise, e não se dando por contentes, os mesmos das tais políticas, cortam agora as vagas nas universidades e politécnicos do litoral para as abrir no tal dito interior, onde as vagas nunca são na totalidade preenchidas e onde cursos há que nem sequer chegam a abrir, para dificultar ainda mais o acesso das classes baixas e médias ao ensino superior, porque uma coisa é uma família de Setúbal ou de Sesimbra ou de Almada, por exemplo, ter um filho ou dois a estudar numa universidade ou politécnico no distrito, ou até mesmo em Lisboa, outra coisa completamente diferente é a mesma família ter a descendência a tirar o curso em Beja ou na Guarda ou em Portalegre ou na Covilhã, com a acção social miserável que temos e com o preço das rendas e alimentação e transportes, porque as propinas a roupa e as sebentas não entram agora aqui, e despesas com a saúde não há-de ser nada se Deus quiser.

 

Era só o que faltava um numerus clausus instituído por um Governo do Partido Socialista apoiado pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda. A direita não faria melhor e Nuno Crato até se deve estar a roer de inveja por nunca se ter lembrado de tal coisa. O filho do doutor é doutor e o filho do pedreiro é pedreiro e vai mas é trabalhar malandro, manda qujem pode obedece quem deve. Tudo está bem quando acaba bem.

 

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Ainda Passos Coelho professor universitário

por josé simões, em 12.03.18

 

 

 

Decorria a campanha eleitoral para as legislativas de 2011 quando Pedro Passos Coelho, numa acção de campanha no mercado de Vila Real, é abordado por uma ex-aluna que viu as suas competências certificadas pelo Novas Oportunidades. "Fui a melhor aluna da minha turma", revoltada pela campanha que o então líder do PSD vinha a fazer contra a iniciativa do Governo, classificando-a como uma "credenciação à ignorância". Quase a perder as estribeiras responde torto, "olhe, espero que o seu curso lhe sirva para muito, está bem?".

 

Que a certificação de competências, atribuída pelo período de governação em que foi primeiro-ministro a mando da troika, lhe sirva para muito, a ele, na "zona de conforto" de onde era preciso sair, dizia, de debaixo do guarda.chuva do Estado, que tanto criticava. Que lhe servia a ele e aos alunos a quem vai passar conhecimento, está bem?

 

 

 

 

Eles, a fazerem-se desentendidos

por josé simões, em 05.03.18

 

 

 

Eles, a direita radical, a fazerem-se desentendidos, como se o que estivesse em causa fosse Pedro Passos Coelho ir leccionar numa universidade pública e não Pedro Passos Coelho que fez toda a carreira política, enquanto líder do PSD na oposição, a denegrir até à 5.ª geração o Novas Oportunidades por embuste e facilitismo, enquanto líder do PSD primeiro-ministro do Governo da Troika, com o fanático ideológico Nuno Crato a ministro da Educação, a acabar com a certificação de competências atribuída pelo programa Novas Oportunidades, a apontar o caminho de Angola e Brasil a professores, como uma nova oportunidade proporcionada pelo desemprego, a perguntar porque é que havia o Estado de ser uma agência de colocação de emprego para os professores, acabar agora a ver as competências adquiridas enquanto governante certificadas para dar aulas via agência de colocação de emprego do Estado sem passar pela oportunidade proporcionada pelo desemprego para sair da zona de conforto.

 

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Ninguém se ri que o caso é sério

por josé simões, em 15.02.18

 

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O homem que levou uma vida enquanto dirigente partidário e primeiro-ministro a desvalorizar, quando não a denegrir e a zombar, do programa Novas Oportunidades, iniciativa do Governo que o precedeu em dar possibilidade àqueles que não tiveram oportunidade de estudar de verem as suas competências reconhecidas com um grau escolar previamente sustentado e estabelecido de acordo com critérios específicos, "a ignorância promovida a grau académico", mais ponto menos vírgula era isto que dizia enquanto incensava a qualidade do ensino privado, agora, e por agora, que abandona a vida política activa, vai dedicar-se a dar aulas em várias universidades, privadas, quiçá com base nas competências adquiridas enquanto governante e líder partidário. Ninguém se ri que o caso é sério.

 

[Imagem "Linkedin, People i don't really know endorse me for things i really don't do"]

 

 

 

 

||| A minha política é o trabalho

por josé simões, em 03.11.14

 

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«António Santos Justo, diretor da FDUC, afirmou que a instituição "não é um palco para debates ideológicos


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||| Volta Salazar

por josé simões, em 06.05.14

 

 

 

O respeitinho é muito bonito. De nada vale a luta e a revolta. A situação versus o reviralho. O calado vai longe. Cada macaco no seu galho. Está cá para executar e não para pensar. Cada um é para aquilo que nasce. A ordem natural das coisas. O chefe não lê o jornal, estuda-o. Mãos nos bolsos são sinal de inércia. As casas de banho das fábricas têm latrinas em vez de sanitas porque um operário fez-se foi para ter força nas pernas. Manda quem pode, obedece quem deve. Os botões das camisas fizeram-se para estarem abotoados. O chefe tem sempre razão, art.º 1. Em caso de dúvida aplica-se o art.º 1. Orelhas baixas e bico calado. E podíamos continuar neste registo até amanhã. Um vómito:

 

 

"A praxe ensina-nos que na vida há uma hierarquia natural e que nós vamos ter de aceitá-la, ensina-nos a respeitar essa hierarquia."

 

"A besta não respira, a besta não tem direitos, a besta deve obedecer sempre ao padrinho..."

 

"Sim, não foi fácil, às vezes é necessário fazer um esforço para não chorar e largar tudo e ir para casa. São sacrifícios, vá, fáceis, que tive de ultrapassar. Mas afinal de contas o que é que o futuro nos aguarda? Não há um Governo que nos calca tantas vezes, uns bancos que nos tentam lixar? Não tem um adulto que fazer tantos sacrifícios?!"

 

"Ave Veteranorum Praxis Turis Te Salutem"

 

 

 

 

 

 

||| Vai estudar, Crato!

por josé simões, em 18.02.14

 

 

 

«Known as the North West Development, it’s the single biggest investment by any university in the UK. Together with another £1bn being pumped into the city by the Government for a new railway station, new houses and roads, more money is going into Cambridge than at any time since the Victorian age.»

 

«Why Cambridge is at the heart of Britain's economic recovery»

 

 

 

 

 

 

||| Ainda a praxe

por josé simões, em 28.01.14

 

 

 

Os alunos de Filosofia também se sujeitam à praxe ou, dito de outra maneira, há alunos de Filosofia a praxar alunos de Filosofia no curso de Filosofia?

 

[Imagem "The Tender Tentacles of Daikichi Amano"]

 

 

 

 

 

 

||| A Hannah Arendt também explica isto

por josé simões, em 27.01.14

 

 

 

«[…] considerando que a sua proibição não é a melhor forma de evitar excessos» os responsáveis pelas associações de estudantes das universidades públicas e privadas, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, o reitor da Universidade de Lisboa e, quiçá, o próprio ministro da Educação, partilham da mesma opinião, são contra o fim das praxes. E a praxe vai continuar a existir e a Hannah Arendt também explica isto, naquela parte em que o carneiro que integra o rebanho se demite de pensar.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Há muitas maneiras de apanhar moscas

por josé simões, em 27.08.13

 

 

 

Um empecilho chamado Constituição, ou outras formas de estrangular devagarinho a escola pública às mãos da agenda escondida de um Governo "liberal".

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| O filho do doutor é doutor e o filho do operário é operário e assim sucessivamente

por josé simões, em 10.08.13

 

 

 

Quando uma das justificações do actual Governo da direita para a redução do número de professores contratados pelo Estado, aumentar o número de alunos por turma, reduzir o número de auxiliares de educação, é a de que o número de alunos a frequentar o ensino público é cada vez menor, importava perceber se a diminuição de candidatos ao ensino superior é consequência directa da diminuição de alunos no ensino secundário, e que justifica o desinvestimento na educação, mais propriamente no ensino público, ou se esta diminuição é simplesmente a consequência directa da política de 2 anos de coligação PSD/ CDS-PP, geradora de 1 milhão de desempregados, 50 mil novos emigrantes – oficialmente contabilizados, redução de salários – directamente ou indirectamente, redução e eliminação de subsídios e apoios sociais.

 

É que este Governo é bom, muito bom, a fazer contas de subtrair, e o filho do doutor é doutor e o filho do operário é operário e que se fodam, assim sucessivamente, como diria o João César Monteiro. Déjà vu.

 

[Imagem de autor desconhecido]