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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| Prioridades e para quem se governa

por josé simões, em 05.05.15

 

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Prioridade 1: cortar nas pensões e nas reformas, em nome da sustentabilidade da segurança social, enquanto se perdoam milhões à banca, por exemplo, ou se baixa o IRC às empresas e já se fala em baixar a TSU, também por exemplo, em nome do investimento e da criação de emprego que afinal é o aumento da mais-valia ao patrão e accionista, para depois se aumentar a comparticipação a pagar pelos idosos para ter acesso a cuidados.


«Um idoso que recebe uma pensão e um complemento de dependência, porque perdeu total autonomia, poderá ter de pagar até 90% desse rendimento para ter os cuidados no lar ou instituição de solidariedade social onde vive. Antes a sua comparticipação máxima era de 85% do valor que recebia».


Prioridade 2: desmantelar o Estado e o Estado social enquanto se cria um Estado paralelo, pago com o dinheiro dos impostos dos contribuinte, na sua quase totalidade pertença de organizações e instituições heterónimos da Igreja Católica e alimentando uma indústria à roda da miséria alheia.


«Regulamento foi alterado a pensar na sustentabilidade das instituições de solidariedade».


Prioridades e para quem se governa. O que sobra é para brincar à caridadezinha.


[Imagem]

 

 

 

 

||| Desmantelar o Estado social

por josé simões, em 27.05.14

 

 

 

A propina, paga em cash, em imóveis ou em propriedades para os mais ricos e para se ter acesso a um quarto ou a uma cama, as mensalidades para classe média e classe média alta em creches e infantários construídos para servir bairros sociais, e  a sopinha dos pobres, rebaptizada de "cantina social", o estigma e a exclusão para os mais pobres e miseráveis.

A Igreja Católica de regresso 100 anos após instauração da República.

 

«As misericórdias atravessaram incólumes os últimos anos de crise económica. Apesar das persistentes queixas de falta de dinheiro, nenhuma fechou e o número de funcionários até aumentou. Actualmente são cerca de “75 mil” os colaboradores que prestam apoio a um universo da ordem das “150 mil pessoas por dia”, desde idosos em lares, crianças em creches, pessoas com deficiência e programas de apoio alimentar, como cantinas sociais»

 

«[…] em 2011, no grupo das instituições da chamada economia social, as misericórdias tinham sido o maior beneficiário do Instituto da Segurança Social, com 306,9 milhões de euros.»

 

O Governo não tem um modelo de baixos salários para o país e o Governo também não quer destruir o Estado social, só quer que ele chegue aos mais necessitados e que as instituições que estão no terreno e conhecem a realidade e as pessoas e blah blah blah sejam as intermediárias do Governo, mesmo que isso implique retroceder até à década de 50 do século passado.. Em Junho de 2011 os portugueses fizeram uma escolha. Allahu Akba.

 

[Imagem "A Devout Pilgrim Makes Her Devotions, Fátima, 1950" by George Pickow]

 

 

 

 

 

 

||| Diz que é uma espécie de Irmandade Muçulmana

por josé simões, em 27.12.13

 

 

 

As pessoas deviam parar para pensar, e perguntar, porque é que o Governo que rouba 5% e 6%, respectivamente, aos subsídios de doença e de desemprego, sob o gentil nome de "contribuição", é o mesmo Governo que aprova a atribuição de 30 milhões de euros do Orçamento do Estado, vulgo dinheiro dos contribuintes, para a constituição de um fundo privado, gerido pela Igreja Católica ou por interpostas pessoas a ela ligadas, sob a capa de IPSS, numa parceria com o "sector social e solidário", «de forma a munir as referidas instituições de mecanismos capazes de fortalecer as respostas sociais existentes, desenvolver novas acções e proceder ao alargamento de medidas de apoio social» aos excluídos da Segurança Social, por opção e acção do Governo.

 

Estamos a destruir o Estado onde ele existe e é forte, cabendo-lhe unicamente a função de saque e de esbulho sob a forma de cobrança de impostos e taxas e "contribuições", e a criar uma espécie de Irmandade Muçulmana, para o caso Irmandade Católica, onde ela não existe nem ninguém dá pela sua falta. e que se vai substituir ao Estado naquelas que são as suas funções.

 

[Imagem de Mark Ryden]

 

 

 

 

 

 

||| Está mau pró negócio

por josé simões, em 23.12.13

 

 

 

Está mau para o idoso porque está mau para o negócio à roda do idoso e porque está mau o dia-a-dia da descendência do idoso, vítima às mãos das políticas do Governo que transfere verbas para a área do negócio com o idoso, enquanto destrói a economia que sustenta a família do idoso e corta no salários e nos apoios sociais à família do idoso e que agora se prepara para esbulhar a pensão de reforma do idoso, sendo que o idoso é, simultaneamente, o que mais e o que menos importa nesta equação. E já aí vem lei para punir quem maltrate e abandone o idoso, lei do Governo que ignora haver uma lei que proíbe o Governo de maltratar e abandonar os cidadãos, de seu nome Constituição da República.

 

A hipocrisia da Igreja, e das IPSS da Igreja, não está só nas várias modalidades de idoso, do idoso de 1.ª, 2.ª e 3.ª categoria, o idoso à la carte, e no ter o lucro que supostamente não devia ter, podendo sempre argumentar, com ar misto incrédulo-idiota, como argumentam os liberais construtores do novo homem que vai nascer e do sol que brilhará para todos nós, "qual é mal em ter lucro?", mesmo que o lucro implique esbulhar o idoso ou vender a mãe e o pai. A hipocrisia da Igreja e das IPSS da Igreja está também nas duas caras e na ambiguidade do discurso de quem mama na teta do Orçamento do Estado, os descontos dos contribuintes familiares do idoso, do discurso à roda do idoso e à roda daqueles que já nem idoso têm para aguentar o negócio, familiar da família constituída ou familiar da família "somos todos irmãos".

 

Venha a nós o Vosso Reino.

 

[Imagem "October 1935 Scene in Jackson Square, New Orleans"  by Ben Shahn for the Farm Security Administration]

 

 

 

 

 

 

|| "Quando o pão que comes sabe a merda", Zeca Afonso sings

por josé simões, em 16.12.12

 

 

 

Caridade versus ausência de Estado. Faz lembrar o Islão. Há que fazer a Europa laica regressar ao aconchego da Santa Madre Igreja. Allahu Akbar. Deus, O Misericordioso.

 

[Imagem "Toast From The Jesus Toaster" by  Paul J. Richards]

 

 

 

 

 

 

|| O "elevador social"

por josé simões, em 08.11.12

 

 

 

Porque é preciso desalavancar para ajustar, fomentam-se políticas que promovem o desemprego, a exclusão e a miséria. De seguida diminuem-se e/ ou suprimem-se subsídios e apoios porque é urgente e imperativo cortar na despesa do Estado, e porque a Segurança Social corre riscos de descapitalização devido à economia que afunda pelas políticas de desalavancagem e ajustamento.

 

O dinheiro supostamente poupado à despesa do Estado, e à redistribuição por xis beneficiários cidadãos-contribuintes, é redistribuído pelos mesmos, agora já não beneficiários cidadãos-contribuintes mas renomeados como carenciados sociais e famílias em risco, em parcelas infimamente menores e em géneros, porque há que retirar a percentagem que é devida aos comerciantes da miséria alheia, vulgo terceiro sector, que ainda ficam bem na fotografia pelo altruísmo de acudir aos mais necessitados em situações de crise e por chegarem onde o Estado, convenientemente, se demitiu de chegar. É um guião perfeito.

 

Do que é que estamos à espera?

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Da Democracia em Angola [Cap. II]

por josé simões, em 17.07.12

 

 

 

Só não há a necessidade de acenar com as «sanções disciplinares em vigor» porque o novo Código do Trabalho é suficientemente abrangente, a bem da competitividade e do crescimento. E há a bolsa de desempregados lá fora, essa força de pressão, ou de bloqueio consoante o ponto de vista, disposta a tudo para arranjar um emprego, já se começa a pensar com o estômago. Além disso a novel língua das relações laborais diz tudo, trabalhador implica uma relação contratual, de responsabilidade mútua e recíproca entre quem dá trabalho e quem vende a força de trabalho, o colaborador está ali temporariamente, é descartável, como a pastilha elástica mastiga e deita fora.

 

 "Relembramos que é muito importante que todos estejamos no dia 16 de Julho, na sede, às 8h, para evitarmos atrasos na viagem e podermos chegar pontualmente à cerimónia"

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Quando a ficção se torna realidade

por josé simões, em 31.08.11

 

 

Eram muito à frente os Irmãos Marx nos idos de 1935. Cabe sempre mais um:

 

"Dependendo da vontade das instituições, temos um número potencial de 20 mil lugares em creches". Voluntários serão chamados para reforçar os cuidados.

 

 

 

 

 

|| E a casa de banho é atrás da árvore

por josé simões, em 30.07.11

 

 

 

«exigências e regra que o estado impõe hoje que são exageradas e que podem ser de alguma forma diminuídas no sentido de baixar os custos de funcionamento destas instituições»

 

Tipo, 10 velhos num quarto para 3, ou 500 crianças num infantário para 100. Temos homem: Marco António Costa.

 

(Na imagem fotograma de The Shining)