"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Um ex-deputado do partido que celebra Cuba, lamenta o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim, não sabe se a dinastia norte-coreana é ou não uma democracia, e que no projecto de teses ao XVIII congresso escreve preto no branco "importante realidade do quadro internacional, nomeadamente pelo seu papel de resistência à 'nova ordem' imperialista, são os países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia". Viva então a República, 'camarada' António Filipe.
A educação que receberam em casa foi gozar com as incapacidades, as desordens, as diferenças de cada um. A educação que receberiam nos idos de Salazar, por quem tanto choram, ao confundirem o verbo ter com o verbo estar, eram 20 reguadas em cada mão e orelhas de burro no canto da sala. A cobardia de apagar depois o que se escreveu não é defeito, é feitio.
[Print screen de um tweet da conta oficial de um partido de bandalhos]
O Jornal Polígrafo está a bloquear no Twitter todos aqueles que, educadamente, perguntam se não há verificação de factos [fact-checking] à mais recente divagação em ácidos de José Gomes Ferreira sobre uma história de Portugal alegadamente mal contada, e amplamente divulgada em todos os meios do Grupo Impresa. Por estas alturas já devem ser umas largas dezenas as contas bloqueadas.
O que é que José Gomes Ferreira sabe de Balsemão para continuar em roda livre na televisão do militante n.º 1?
O Ventas do Chaga pode montar uma campanha de ódio contra uma minoria, toda ela assente na mentira "os ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado", afirmação desmentida pelo estudo do Alto Comissariado para as Migrações, mas o Ventas não pode ser desmascarado e chamado de mentiroso porque se enquadra na categoria de "ataque a opositor político" na "gestão do ensino público pelo Governo".
"Como é que podemos confiar na gestão do ensino pelo Governo?" pergunta o sonso Ventas a propósito de uma aula de Filosofia que levanta a questão "como é que podemos confiar na palavra de um populista que recorre sistematicamente à mentira e à desinformação para ganhar dividendos nas urnas?"
Os judeus , como dominam a finança mundial, compraram e têm as vacinas que quiseram. É uma espécie de vingança histórica. E mais não digo antes que os bulldogs sionistas saltem.
Rodrigo Sousa e Castro, militar de Abril e porta voz do Conselho da Revolução, no Twitter.
Partindo do princípio que não é a mesma pessoa quem administra duas contas Twitter de dois líderes de dois partidos políticos diferentes, ou o Ventas do Chaga se dedicou a gozar com o ex-camarada de partido Rui Rio e Rui Rio perdeu o respeito por si próprio e, por consequência, perdeu o respeito dos eleitores, ou isto também faz parte da posição concertada à socapa...
"Voltando a este lado do atlântico, temos a insistência de que qualquer entendimento com o Chega, que há meses aderiu oficialmente à família política europeia de Le Pen, Salvini e Wilders, é tão condenável como entendimentos com BE e PCP, que serão tão ou mais extremistas que este.
Esta banalização da extrema-direita, além de indecente e absurda, ignora a história política e legislativa do PSD, que foi acordando e aprovando com o PCP múltiplos diplomas que hoje moldam a nossa sociedade. A começar pela Constituição da República, aprovada por ambos em 1976.
A lista é extensa e abarca várias matérias, legislaturas e lideranças. PSD e PCP aprovaram juntos a Lei de Bases do Sistema Educativo (votada em 1986), a Lei-Quadro da Educação Pré-escolar (1996) e a Lei sobre a Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (1988).
Aprovaram a Lei de Bases do Ambiente (1987) e a Lei de Bases da Política Florestal (1996). Votaram favoravelmente ambos a Lei-Quadro dos Museus (2004), a Lei de Bases do Voluntariado (1998) e Lei de Bases da Economia social (2013). Aprovaram o Estatuto do Cuidador Informal (2019).
Votaram a favor das leis da educação sexual e planeamento familiar e da protecção da maternidade e da paternidade (1984) e a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos (2012). Aprovaram e propuseram conjuntamente a Lei dos direitos e deveres do utente dos serviços de saúde (2014).
Foram aprovando e redigindo juntos leis, votos e resoluções fundamentais sobre a transferência de Macau para a China (desde 1987) e sobre a luta pela independência de Timor (desde 1990). Aprovaram ambos a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (1997).
PSD e PCP (e BE, a partir da sua eleição) fizeram parte das maiorias que aprovaram a adesão nacional à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra as Mulheres (1980) e à Convenção de Istambul, que previne e combate a violência doméstica (2013).
Aprovaram as Convenção da @ilo (International Labour Organization) sobre a liberdade sindical e a protecção do direito sindical (1977) e a relativa às migrações em condições abusivas e à promoção da igualdade de oportunidade e de tratamento dos trabalhadores emigrantes (1978).
Aprovaram juntos as Convenções da ONU dos Direitos das Crianças (1998) e a Convenção Internacional sobre a eliminação de discriminação racial (1982). Aprovaram ambos a Carta Social Europeia (1992) e a Convenção-Quadro Europeia Para a Protecção das Minorias Nacionais (2001).
Votaram conjuntamente a favor da adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1978). Aprovaram a adesão aos pactos das Nações Unidas referentes aos Direitos Civis e Políticos e aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais (1978).
PSD e a "extrema-esquerda" fizeram e aprovaram a Lei da Iniciativa legislativa de cidadãos (2003) e a Lei eleitoral para a Assembleia da República (1979). PSD e PCP aprovaram juntos o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores (1980).
Muito deste quadro legislativo e constitucional teria a oposição do chega. Naturais, óbvias e saudáveis divergências ideológicas à parte, o PSD sabe que a grande maioria da população vê o PCP e o BE como partidos democratas - o que torna perigosa a equiparação com quem não o é.
Dirigentes do PSD vêm agora condenar quem fez legislou com o PCP e BE, procurando desculpar a sua aliança com a extrema-direita. Vêm agora a correr para classificar partidos com quem fizeram a nossa democracia como algo ao mesmo nível de quem preferiria que ela nunca existisse.
Hoje, com todos, festeja a derrota de Trump e dos valores que representa. Em 2013, @RuiRioPSD afirmava: “O que me assusta não é o perigo de uma ditadura clássica, o que me assusta é que não vai haver uma revolução como em 1926 e vamos assistindo à degradação lenta da democracia".
Não sei como se trava a alegada "degradação lenta da democracia", mas de certeza que não é ao lado de quem defende os valores do regime instaurado em 1926. É ao lado de quem o derrotou e depois o enquadrou em 1976. E o foi construindo. Para melhor."