Novilíngua
Newspeak/ Novilíngua:
Talento = Pessoa que se sujeita a tudo para fugir da miséria
Grupo Portugália: "O presente e o futuro da restauração dependem de talento estrangeiro"
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Newspeak/ Novilíngua:
Talento = Pessoa que se sujeita a tudo para fugir da miséria
Grupo Portugália: "O presente e o futuro da restauração dependem de talento estrangeiro"
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O que começou por ser um problema português, "as tradicionais má organização e gestão portuguesa", "a má imagem que Portugal dava de si ao mundo", "o SEF entrega ao Deus-dará", pior ainda, "a ruinosa gestão socialista", depressa passou a ser um problema europeu, para já ser o caos nos aeroportos norte-americanos, canadianos e australianos. A seguir vão descobrir que a ganância das companhias aéreas e aeroportuárias despediu milhares de funcionários ao nível global, porque a margem de lucro do patrão e do accionista é sagrada e nada as obriga a aguentar uma quantidade de gente à espera que a pandemia passe, de barriga esticada a expensas de milhões em mais-valia acumulados ao longo de décadas, mais que não fosse pela civilização e respeito pelo próximo, em oposição à lei da selva, aquilo que os avaros, gulosos e gananciosos costumam apelidar de "caridade cristã" quando ao domingo se ajoelham para papar a hóstia.
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O empresário manhoso e chico-esperto tuga em todo o seu esplendor: a procura vai subir e a taxa de ocupação vai rondar os 100%, logo há que aplicar a famosa lei, versão tuga: quando há muita procura os preços sobem porque "é a lei", quando a procura é baixa os preços sobem, ou no mínimo mantêm-se, para compensar a falta de procura; a falta de mão-de-obra continua preocupante, com a agravante de que nem os pretos da CPLP querem trabalhar e já não se pode dar chibata neles. Há portugueses, e cidadãos da CPLP, que preferem trabalhar na hotelaria, às vezes até a limpar casas de banho ou a aspirar quartos, em Andorra, na UK, na Suíça, ou no sul de França, que a servir à mesa, atrás do balcão ou na cozinha em Portugal. Curioso.
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A diferença nas reacções às palavras da então ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, quando disse que a covid até podia ter consequências bastante positivas nas exportações portuguesas do sector agro-alimentar para os mercados asiáticos - do linchamento nas redes, a "insensibilidade e desumanidade socialista", ao tiro ao alvo pelos comentadeiros com lugar cativo no prime time televisivo; para o Portugal que é beneficiário líquido da situação vivida a nível internacional, por ser visto como longínquo da guerra na Ucrânia, mais inteligência necessária para saber aproveitar essa ocasião, por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, a pontuar cada frase com aquele característico sorriso de orelha a orelha, vejam como eu sou bué iluminado - é assim mesmo que as coisas são, foi um bocado rude e directo mas contra factos não há argumentos, temos de aproveitar, Presidente visionário, em tempos de guerra não se limpam armas; pelos mesmos de sempre - nas redes e nas televisões.
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Quando és apanhado com as calças na mão e tens o gabinete pejado de assessores e adjuntos abanadores de rabo, nascidos dentro do partido, alguns dentro do próprio aparelho do Estado, cuja única experiência profissional é assessorar e adjuvar quando o partido é poder, que trabalham em cima do joelho em função das indignações no Facebook e no Twitter, os famosos "focus group", e que têm uma vaga ideia de ter lido algures e falado não sei onde que o Obama ganhou a eleição nas redes, by the way, o Trump também e o Ventas vai bem lançado, o resultado só pode ser este.
Ontem: Costa quer refugiados integrados em trabalhos rurais e limpeza de matas
Hoje: Costa quer desempregados do turismo reconvertidos para o setor social
Amanhã: Costa quer____________________________________________________________
[em stand by a aguardar pelo tema certo no timing certo com as pessoas certas]
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A pergunta correcta é: "O que é que a Comporta não tem?". Ainda Não tem a floresta de betão, o império do plástico, a má restauração, o meter a mão na carteira do cliente e o reinado da Albion que tem o Algarve, apesar do tiro de partida para o saque e destruição dado pelos PIN de José Sócrates, dos resorts, hotéis e campos de golfe em área de paisagem protegida e reserva agrícola nacional, onde antes era proibido montar uma tenda para uma noite de campismo selvagem na duna a ouvir as ondas na areia.
[Na imagem a capa da Time Out Portugal]
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de todos os portugueses, apelou a que os indígenas passem férias no sul do país, que as outras regiões não estão necessitadas nem com a restauração e a hotelaria com a corda no pescoço e com o desemprego e a miséria a espreitar. No Algarve dos preços baratos, não fosse em Espanha serem ainda mais baratos, mesmo incluindo a gasolina para a deslocação e as portagens que não se pagam. No Algarve das ementas escritas em inglês, beef, french fries, bull fight, sports giant screen full HD, ex-rooms - chambres - zimmers. Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de todos os algarvios
¿Por qué no te callas?
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"[...] Quando se está em baixo precisa-se dos outros. Quando se está no alto - ou quando se pensa que se está no alto - às vezes esquecem-se os outros"
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Da indigência: quando o primeiro-ministro de um país soberano e com quase 900 anos de história vem para o Twitter lastimar-se da dependência do fluxo turístico massivo com origem na mesma latitude e não se coíbe de misturar alhos com bugalhos, o Algarve com a United Kingdom. O cu das calças e a Feira de Castro. A Inglaterra e Lisboa?
[Expressão alentejana no título do post]
Os gajos que nos 80s gastavam rolos de fita Kores a escrever nas suas máquinas Adler, Brother, Olivetti, Olympia, etc, textos para páginas inteiras do O Independente e o Se7e com a loucura que era o "Madrid me mata" e que rapidamente deram de frosques para Madchester, mais inacessível, não havia low cost, que as elites não se dão com as manadas de povo que leu o que escreveram, e que de lá teclavam os fins-de-semana no La Haçienda, são exactamente os mesmos gajos que em 2019 enchem páginas do Gmail, para as redacções dos jornais que restam, com a Lisboa insuportável dos turistas. Como diriam os camaradas brasileiros, movida no cu dos outros para mim é refresco.
[O facto de no Portugal de 2019 serem os mesmos dos 80s a escrever nos jornais, agora velhos e ressacados, diz muito sobre o reino do jornalismo nacional]
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[Via]
Entre 2011 e 2015 o mérito do Governo da direita radical [PSD/ CDS] em conseguir o crescimento do PIB na base do aumento das exportações e na aposta no turismo. De 2015 até ontem é um crescimento com pés de barro e de risco porque assente nas exportações e no turismo.
E as pessoas continuam a ser enganadas pelas operadores da televisão por cabo com a oferta de cento e não sei quantos canais pela "módica quantia de ___", quando só vêm 4 e todos reproduzem o mesmo discurso sem diferença entre si que não seja no logótipo.
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E quem conseguir ler mais do que o primeiro parágrafo, antes de começar o desfile de imagens dos encontros imediatos entre os turistas tradicionais e dos turistas acidentais, chamemos-lhe assim, sem sentir uma náusea com as declarações dos infelizes dos bifes que pagaram umas férias para se embebedarem até ao coma e ficarem cor de camarão mal-cozido logo no primeiro dia e que afinal têm de gramar com a miséria fruto da aliança militar entre Blair e Cameron e o amigo amaricano, não por causa da miséria ela própria mas pelas férias estragadas e a paisagem desfigurada...
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