"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Diz que as empresas vão mostrar o seu encargo com a TSU dos trabalhadores porque "temos [têm] de combater a ideia de que se se olhar para a Segurança Social estamos a pôr em causa as pensões" e mais outras coisas muito importantes, em economês tudo resumido: coitadinho do patrão e o Estado ladrão. E depois disto tudo mostrado as empresas vão também mostrar no recibo de vencimento a mais-valia com cada um dos trabalhador... colaboradores. Se calhar é melhor não.
[Imagem "British prime minister Margaret Thatcher covering her face with her hand at the 1985 Conservative Party Conference"]
Se a nova solução encontrada para compensar as empresas pelo aumento do Salário Mínimo Nacional é melhor para a economia - das empresas e do país; é melhor para as contas da Segurança Social; é melhor pelo sinal que não passa, pelo incentivo que não dá para a normalização dos salários pelo valor do Salário Mínimo Nacional: se conta com o apoio dos partidos que no Parlamento suportam o Governo - do PCP e do Bloco; se conta com o apoio das confederações patronais; se conta com o apoio da central sindical que importa para manter os sindicatos em sentido e a paz nas empresas – a CGTP, por que cargas de água é que não se avançou logo com esta solução, o que é que o PS e o Governo do PS ganharam com isto?
- Pela primeira vez em muitos anos temos o Governo que se submete às decisões emanadas da Assembleia da República e não a Assembleia da República como correia de transmissão do Governo;
- O Presidente da República remetido às suas funções de Presidente da República consignadas e consagradas na Constituição da República Portuguesa.
Pode-se perguntar para que existe o Parlamento se só servir para rectificar os acordos conseguidos na Concertação Social. Inventa-se uma central sindical, não importa a sua representatividade nem a sua implantação no mundo do trabalho, só para dar um ar de legitimidade às decisões das centrais patronais e viva o corporativismo de Salazar e que se lixe a democracia.
Era uma questão de forma a assinatura do conteúdo. Assim como é um questão de forma a forma como o CDS de Assunção Cristas faz oposição sem conteúdo, sempre com o momento televisivo no horizonte.
E se agora o cata-vento Passos Coelho, depois do recado dado pelo moço de recados, mudar outra vez de posição para a posição que já foi a sua, assume definitivamente o seu "cata-ventismo", mal grado os outros cata-ventos desta história. Como diz o povo, "quem boa cama fizer nela se há-de deitar". Começou o PDEC, Processo de Despedimento em Curso.
A descapitalização da Segurança Social, que é coisa que não preocupa os homenzinhos responsáveis do sindicato responsável UGT, que a cabecinha para mais não lhes dá, nem os patrãozinhos responsáveis das responsáveis confederações patronais porque há sempre a privatização da Segurança Social em cima da mesa ou, em alternativa, os seguros de saúde até já vendidos em hipermercados.
O PSD que não está preocupado com as transferências do Orçamento do Estado para o bolso dos patrões e accionistas, nem pouco mais ou menos, porque o PSD de hoje é o mesmo PSD de ontem, sem tirar nem pôr, assim como sem tirar nem pôr continua a ser contra o aumento do Salário Mínimo Nacional por ser mau para o crescimento económico e criação de emprego.
A alternativa exigida pelos patrões existe, significa dignificar o trabalho de forma a que toda a gente, e todas "as famílias", como gostam de chamar a debate quando lhes convém, consigam ter uma vida digna com base no esforço do seu trabalho, e consegue-se através da diminuição da mais-valia dos patrões e accionistas.
Ainda sou do tempo da maior manifestação desde o 1.º de Maio de 1974, contra a intenção do Governo da direita radical – PSD/ CDS, de aumentar a Taxa Social Única [TSU] dos trabalhadores e baixar a dos patrões.
Três vezes em três sítios diferentes, é capaz de ser mesmo verdade. "Discutida" + "construída" + "concertação social". É aqui que entra a UGT, foi para isto que a UGT foi inventada. Os homenzinhos do sindicalismo responsável e com "sentido de Estado".
Depois não digam que não foram avisados porque assim é que desde o dia 21 de Junho de 2011 e nem sequer podem agora alegar que foi uma verdade a coberto do Dia das Mentiras.