"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Andaram o Tavares, o Raposo, o Fernandes e o painel todo do Observador, mais uns patetas avulso nas televisões, laboriosamente a construir uma narrativa em torno das transferências de votos do eleitorado, tradicionalmente PCP/ CDU/ comunista para o Chaga, no Alentejo e nas zonas urbanas anteriormente conhecidas por "cinturas industriais", para depois a sondagem Aximage para os Notícias, Diário - Jornal, e TSF deitar tudo por terra.
Não sei o que é mais surpreendente, se o argumentum ad hominem do PSD no Twitter à jornalista Sofia Rodrigues do Público, se a "curtição" da TSF ao ataque do PSD.
Debates radiofónicos matutinos. Para velhos. E desempregados. Não abrangidos por estágios e acções de formação avulso. Faz sentido no pós troika. É que mesmo nos 70's os folhetins passavam na hora do almoço. Portugal, século XXI, internet, online, redes sociais, interactivo, stream, iPhones e androides e tablets e isso e recibos e facturas electrónicas.
Se, e segundo a agit-prop do Governo, Portugal é o país da União Europeia que mais cresce, se há mais empresas a abrir do que a fechar, o que não quer necessariamente dizer, e recorrendo a uma expressão cara a este Governo, empresas "a bombar", já que não nos é dito por quanto tempo é que as empresas abrem antes de tornarem a fechar e, como as empresas não podem falir ad eternum, tem de haver um ponto em que as empresas deixam de falir por já não haver mais "em stock" e portanto, a partir daqui, o saldo entre o deve e o haver só pode ser positivo, como e porque é que nos anseios do pagode para a nova legislatura surge, à cabeça, a criação de emprego pelo próximo executivo? Ou são pobres e mal agradecidos ou querem todos ter dois empregos para se empanturrarem em dinheiro, é o que é e só por si choca com a teoria vigente dos malandros do sul que não querem trabalhar.
A seguir a Cavaco Silva é o político há mais tempo no activo em Portugal, mesmo sem contar com os anos em que, disfarçado de jornalista, fazia política todas as semanas na primeira página de um semanário contra... Cavaco Silva. De cada vez que foi para o Governo foi sempre para fazer exactamente o oposto daquilo que havia prometido em campanha eleitoral. De todas as vezes que saiu do Governo deixou sempre o país sempre pior do que no dia em que entrou. E nunca se cala e nunca se cala e nunca se cala. Não ter cara para não ter a puta da vergonha na cara é isto.
Dois anos, 900 mil desempregados e 50 mil [oficialmente] novos emigrantes depois, descobre aquilo que toda a gente mais avisada já vinha a avisar antes de acontecer, que "o PSD não se preparou para ser Governo".
Só que o criador, que já não se baba ao contemplar a criação, nunca irá descobrir que a falta de consistência do discurso não é só em relação à Constituição, vista de uma cervejaria em Munique, mas que a falta de consistência do discurso é a falta de consistência do discurso ponto final, cheio de duplicidade de critérios, igual ao discurso do "pai".
"é preciso olhar às pessoas". E, antes de ler ou ouvir a entrevista, a gente vai olhar para a pessoa que a concede. Para ver se é coisa para se levar a sério ou se é coisa para se dar o desconto.
"socialistas à frente", "recuperação significativa", "empate técnico", "preferência dos inquiridos", "nem o PS nem o PSD conseguiriam uma maioria absoluta". O que a sondagem não projecta é qual o número de cidadãos eleitores que não se vão dar ao trabalho de se deslocar às assembleias de voto no próximo dia 5 de Junho. Por desinteresse, porque estão no seu direito em não o fazer, por descontentamento para com os partidos, para com o sistema politico-partidário, para com os resultados da governação, ou simplesmente porque sim. E devidamente estratificados por motivações. Não projecta mas devia. Assim resta-nos olhar para trás, para as goleadas cada vez maiores com que a abstenção tem vindo a brindar as formações em jogo nestes 30 e muitos anos de Democracia, somar a isto a crise económica e social e arriscar antever um "saldo negativo", um "intervalo [cada vez maior] de (des)confiança", e uma "taxa de resposta" a apontar para a vergonha de todos os intervenientes.
«O doutor Oliveira e Costa dizia-nos que o problema era o BI e… efectivamente nós como não sabíamos o que era o BI e portanto julgávamos que seria o Bilhete de Identidade portanto… isto que estou a dizer é verdade, pensávamos… pensávamos que era o Bilhete de Identidade… faltar-lhe-á o Bilhete de Identidade mas não, efectivamente infelizmente era o dito buraco de que se falava (…)»
Joaquim Coimbra, accionista de referência da SLN, detentora do BPN
Vale a pena ouvir de viva voz, e pelo próprio, aqui.
«Se Portugal e a Espanha organizassem a fase final do Campeonato do Mundo de Futebol, em 2018, seria positivo para o turismo português em geral e para o algarvio em particular.
Se o painel tivesse sido alargado às empresas de construção civil, chegar-se-ia à conclusão que era necessário construir pelo menos mais 10 novos estádios de futebol, porque seria positivo para a criação de emprego e para a economia em geral, e para a empresa do Jorge Coelho em particular.
Vinha no carro a ouvir a TSF e sai-me uma reportagem da jornalista Maria Augusta Casaca, que foi desencantar em terras do Tio Sam um português com dupla nacionalidade, que deu o salto para os States há já 50 anos para fugir à Guerra Colonial.
Diz o Jorge Aleixo, que agora é John Alexander, que vota sempre Republicano, mas que desta vez vai votar contrariado porque o John McCain é demasiado à esquerda.
Uma coisa é um gajo fugir à guerra, a mesma coisa outra coisa é votar no partido que manda/ ou os filhos dos amaricanos para a guerra; digo eu. Coerências.