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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Privatize-se!

por josé simões, em 08.05.25

 

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"FICASTE SEM COMBOIOS? PRIVATIZE-SE!", Berra no Xis a Reunião-Geral de Alunos, agora denominada Ilusão Liberal, a propósito da greve na CP, com uma foice e um martelo a preceder o logo, porque, como é por todos sabido, os trabalhadores colaboradores fazem greve por o Partido Comunista os mandar fazer e não por se sentirem injustiçados e prejudicados, e porque nas privadas Vimeca, Fertagus, TST, Alsa, Transdev, etc., não há greves nunca em tempo algum, é uma alegria no trabalho com o patrão accionista a ser um mãos largas e a distribuir remunerações e benesses a eito.

 

Como escreveu o Prémio Nobel da Literatura, "Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos."

 

 

 

 

Trabalhos de merda

por josé simões, em 07.05.25

 

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Se por uma semana na vida todos fizessem o que Mariana Mortágua fez, se metessem num transporte público de madrugada com aqueles que trabalham 12 a 14 horas por dia, todos os dias da semana, para fazerem o trabalho de merda que ninguém quer fazer, das limpezas às obras passando por parir os filhos do ex juiz chalupa anti-vacinas, e acabava logo a conversa da treta de recambiar imigrantes para "a terra deles".

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

"Percepção da procura"

por josé simões, em 14.01.25

 

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Na chico-espertice de servir Setúbal de 20 em 20 minutos, sem aumento de custos em relação aos de 30 em 30 em vigor desde há 30 anos, a Fertagus, na hora de ponta, passou os comboios das habituais oito composições para quatro, sem fazer o trabalho de casa, na ignorância de que a questão não era o aumento das circulações mas o aumento das circulações em função do aumento de passageiros.

Na hora de ponta, e no sentido Setúbal - Roma/ Areeiro, na estação do Fogueteiro não cabe uma folha de papel entre as pessoas. Num registo de humor negro sádico ainda metem a gravação "Não se aglomere junto à porta, distribua-se pela carruagem", já que não pode ir ninguém lá em cima, como no Paquistão e na Índia, por causa das catenárias.

Na estação Foros de Amora saem 5 e entram 15, não se sabe como mas é assim. A seguir, em Corroios, é preciso ser mestre em artes marciais para conseguir sair do comboio e chegar a horas ao trabalho, no cais estão centenas para entrar. Obviamente não entram. Começaram por meter uns desgraçados da empresa de segurança Strong Charon nas plataformas, a fazer não se sabe bem o quê já que não lhes forneceram luvas brancas para empurrarem as pessoas para dentro das carruagens, à imagem do que acontece no metro de Tóquio. Agora já lá estão os seguranças e agentes da PSP mas a Fertagus está a efectuar "validações de contagens de passageiros e, se for validada a atual perceção da procura, no dia 20 de janeiro procederá a alterações na afetação dos comboios duplos". Uma coisa todos temos a certeza, da percepção que os utentes têm deste bando circense que administra uma empresa de transportes concessionada pelo Estado e subsidiada pelo Orçamento do Estado. Ainda correm o risco de acabar com aumento de prémio de gestão, nomeados para "Melhor Gestor do Ano", e entrevistados pelo Zé Gomes na televisão do militante n.º 1 por este acto de prestidigitação empresarial. Do ministro Pinto Luz, que apareceu mais rápido que a própria sombra a reclamar os louros governamentais deste fornecimento de transporte ferroviário à capital do distrito, nunca mais ninguém ouviu falar, desapareceu, "are you talking to me?".

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

Ilusionistas liberais em excursão pela área metropolitana de Lisboa

por josé simões, em 04.01.24

 

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A verdade é que nunca a área metropolitana de Lisboa foi tão bem servida de transportes públicos como com a "revolução" TML do passe mensal a 40 paus. Que tudo isto não foi concebido de raiz - interfaces, conjugação de horários entre os vários operadores e entre os vários tipos de transporte, do comboio ao bus passando pelo barco, até à mui tuga aversão ao transbordo, obrigando a linhas "costa-a-costa", Setúbal - Cacilhas ou Sesimbra - Lisboa, por exemplo, com quase duas horas de percurso, em determinados corredores em redundância com outras circulações, quando o indicado seria um transbordo em Coina ou Fogueteiro, em interface com o comboio, com uma viagem mais rápida e mais amiga do ambiente, é outra história. E vai levar muito tempo até ficar operacional, e vai levar muito tempo a mudar mentalidades, apesar das greves pelo meio, que este passageiro pedagogicamente explica, mas nada que os ilusionistas liberais, alguma vez alçados ao poder, não tratassem de resolver à maneira sul-americana do alucinado Milei, proibindo greves e manifestações. Os ilusionistas liberais agora metidos em grupo excursionista, chefiado por alguém que trocou os óculos pelas lentes de contacto para a campanha eleitoral e que nunca na puta da vida alguma vez meteu os chispes num transporte público. "Colapso dos transportes", diz o pantomineiro.

 

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Ainda o livro do sabe-sabe da política tuga

por josé simões, em 19.09.23

 

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Ainda a propósito do livro "O primeiro-ministro e a arte de governar" de, desde incompreendido a odiado pela esquerda, Cavaco Silva, o sabe-sabe da política tuga, diz hoje o Público que "Portugal é o terceiro país europeu que perdeu mais ferrovia".

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Prémio Tuga da Economia

por josé simões, em 29.05.22

 

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Quando os manuais de economia ensinam que se deve aumentar a oferta para responder ao aumento da procura, o Metro de Lisboa, empresa pública, vai reduzir oferta para não sobrecarregar trabalhadores, e ainda assim insuficiente, segundo o sindicato. Quando o aumento das frequências, através de mais contratações e compra/ recuperação de material circulante, era a resposta esperada pelos utentes, vão receber de volta 230/ 250 passageiros por carruagem de 165/ 185, números redondos, qualquer coisa que não se resolva com uns funcionários de luvas brancas nas plataformas de embarque, como no metro de Tóquio. A poucos dias do início da Carris Metropolitana e da aposta na mobilidade urbana através dos transportes públicos. Prémio Nobel da Economia para eles.

 

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E se afinal o Dieselboom tiver razão?

por josé simões, em 14.05.20

 

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É impossível manter a distância entre as pessoas nos transportes públicos nas horas de ponta, faz o Diário de Notícias primeira página, cinco dias depois da primeira página do Expresso com as praias vedadas com cercas, vigiadas por drones, patrulhadas pelos fuzileiros, controladas com aplicações para telemóvel, mesmo as praias desertas, como os quatorze quilómetros de areal entre a Tróia e a Comporta, ou os vinte e tal entre a Comporta e a Aberta Nova, por exemplo, desertos onde a distância mínima entre famílias é de 100 metros no pico de Agosto. Está encontrado o problema deste país no combate ao Covd-19: a ida à praia.

 

E se afinal o Dieselboom tiver razão, que só nos preocupamos com praia, putas e vinho verde?

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

O PS circular

por josé simões, em 05.02.20

 

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O Governo da Câmara ou a Câmara do Governo [isto sim, uma linha circular], que quer tirar os carros da baixa de Lisboa, para aumentar a qualidade de vida aos turistas e ao alojamento local, na baixa da cidade do comércio indiano e paquistanês de souvenirs, porque ninguém lá mora, ninguém tem posses para lá morar, cada vez menos gente lá trabalha, ninguém lá vai, e até fogem disso por causa das confusões e do gamanço, oficial e à paisana, é o mesmo Governo da Câmara ou a Câmara do Governo que, depois de ter feito uma verdadeira reforma estrutural com a redução do preço dos passes sociais, quer continuar a meter carros em Lisboa e para isso inventa um erro chamado "linha circular" ao invés de prolongar o metro até Loures, que é onde vive gente de carne e osso que inunda a capital todos os dias, alguns "corridos" da cidade para a periferia pela especulação imobiliária, numa medida desgarrada, só ao gosto da Câmara do Governo, e ignorando todas as outras câmaras da área metropolitana, sem planeamento, sem se sentar à mesa, sem discutir a rede de transportes públicos e urbanos como um todo.

 

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Lembram-se do slogan "és liberal e não sabias" do Iniciativa Liberal nas legislativas?

por josé simões, em 23.10.19

 

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As fotos da revolta popular na capital do Chile contra o aumento do preço da tarifa de metropolitano na hora de ponta que levou a que o liberal presidente Sebastián Piñera mandasse para as ruas o exército como força repressora, algo que já não acontecia desde os idos do sanguinário Augusto Pinochet, o ditador que chamou os também liberais Chicago Boys a Santiago do Chile.

 

In Chile, what began as a protest late last week against a 3.5 percent subway-fare hike quickly evolved into a widespread and sometimes violent set of demonstrations in a dozen cities. Although Chile’s President Sebastián Piñera has now suspended the fare hike, the protests grew, fueled by wider complaints about the rising cost of living and social and economic inequality. Piñera has declared a state of emergency, including overnight curfews, as some demonstrations have devolved into looting and arson. Authorities say 15 people have lost their lives so far amid clashes with riot police and chaotic scenes in damaged and burning buildings.

 

 

 

 

O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 05.06.19

 

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No Metro de Lisboa preconizo que se retire não somente os assentos, mas todo o recheio dos vagões. Fica assim muito mais espaço disponível para empilhar utentes ao jeito de navio negreiro.

 

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"Olhó buraco!" em amaricano "Mind the gap!"

por josé simões, em 04.06.19

 

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Parece que o Metro de Lisboa vai passar a ser como o de Londres, Paris, Milão ou Berlim, bancos só ao comprido, junto às janelas, para transportar mais gente, mas o pessoal não quer, quer é mais poltronas e de preferência com encosto ajustável e um banco à frente para esticar os chispes fora da hora de ponta. Até saíram a terreiro comentadeiros cujo único transporte público que conhecem é o táxi, pago à factura pela redacção do jornal, da rádio ou da televisão, agora especialistas encartados em viajar no metropolitano, de pé ou sentado, com conversa m-l da "burguesia" e de encostanços depois de um dia inteiro de trabalho, desconhecendo que um trabalhador fez-se foi para ter força nas pernas, e que é por isso que as casas de banho das fábricas são de rés-do-chão, um buraco vulgo cagadeira, contra os wc das repartições do Estado ou das empresas privadas do terciário, com sanita de primeiro andar, nem perceberem que os 40€ de Lisboa, sem bancos, até são uma vantagem em relação a Londres onde na hora de ponta é mais caro, diz que é a lei da oferta e da procura.

 

Tirem os bancos ao Metro, metam um palerma no cais de embarque, com um boné à telegrafista dos filmes de cóbois, a dizer "olhó buraco/ mind the gap" ao microfone e isto passa a ser very tipical. Até podem vender t-shirts com sardinhas para os turistas do alojamento local.

 

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Leite, tabaco e droga

por josé simões, em 02.04.19

 

 

 

Uma medida eleitoralista, diz o "especialista" transportes públicos no Opinião Pública da SIC Notícias, porque com a baixa do preço dos passes sociais as pessoas vão ter mais dinheiro para comprar leite, tabaco e droga.

 

[Via]

 

 

 

 

O partido do Twitter, no Twitter

por josé simões, em 24.03.19

 

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No Twitter, o partido do Twitter, do menos Estado e mais iniciativa privada, sem explicar às pessoas, nem com um desenho, porque é que nenhuma empresa privada se propõe assegurar o serviço de transportes públicos entre Mortágua, vila com 1 153 habitantes, e Viseu, cidade com 68 000 habitantes.

 

Mas a questão do partido do Twitter, no Twitter, do mais iniciativa privada e menos Estado, é mais manhosa do que a banda-desenhada a que recorre para acções de demagogia pode fazer parecer. A questão são as palavrinhas mágicas "centralismo". O centralismo que põe Setúbal, 100 000 habitantes, e Lisboa, capital, 506 892 habitantes, a terem os seus transportes públicos e a sua mobilidade subsidiada pelos habitantes de Mortágua, os mesmos 1 153 que ainda conseguem financiar a saúde, a educação, a justiça, os serviços do Estado, escolas, finanças, posto de saúde, na sua vila...

 

A desonestidade intelectual do partido do Twitter, no Twitter, é uma coisa assaz reveladora.

 

 

 

 

Ora vamos lá a saber

por josé simões, em 05.09.18

 

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Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, sempre com a boca cheia do peso do transporte pessoal privado na cidade e nas emissões de carbono e do incentivo ao transporte público e nos passes sociais subsidiados pelo contribuinte seja ou não morador e/ ou trabalhador na cidade e na defesa do planeta e da qualidade de vida das cidades, utiliza que meio de transporte para chegar diariamente ao trabalho?

 

Jorge Sampaio, por exemplo, ia de autocarro e ainda devem haver por aí reportagens nos arquivos das televisões onde é visto a ir  a pé da Rua Padre António Vieira para a Praça do Município, e Boris Johnson, também por exemplo, imagem de marca de bike para a Mansion House em Walbrook.

 

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O senhor contribuinte roubado

por josé simões, em 04.09.18

 

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E depois, ao dia útil e à data em que escrevo, Sesimbra tem 27 ligações por autocarro a Lisboa [13 idas e 14 voltas] e Palmela tem 34 [17 idas e 17 voltas]. Fazendo as contas a uma média de 55 passageiros por bus e, partindo do princípio que vão todos cheios e atendendo a que Sesimbra não tem comboio [o resto do país também não mas isso é outro capítulo] e ao peso que esses passageiros têm no bolo global das dezenas de milhar de passageiros que se movimentam diariamente na Área Metropolitana de Lisboa, a gente percebe a "bondade" do valor a pagar pelos respectivos passes aparecer a abrir as notícias. Meter as pessoas de Sesimbra, Palmela e Pinhal Novo a subsidiar os transportes públicos de Lisboa em nome do valor do passe pago pelas pessoas de Sesimbra, Palmela e Pinhal Novo é uma ideia simplesmente genial.

 

Não lhes ocorreu avançar com o preço de um passe de autocarro entre Alcácer do Sal e Setúbal, ou entre Mértola e Beja, ou entre Montemor-o-Novo e Évora, que a "paisagem" não é para aqui chamada a estragar a imagem de Lisboa.

 

Mas se calhar há uma explicação lógica para tudo isto. Não passando pela cabeça de ninguém que a ideia não tenha sido previamente concertada entre António Costa e Fernando Medina, como a reacção foi adversa às reacções dos avençados de serviço às redes e que foram desde as auto-estradas, hospitais, escolas e universidades no resto do país pagas por Lisboa [juro, está no Twitter], até à solidariedade que é exigida aos países ricos do norte da Europa para com os pobres do sul e que não tem correspondência neste caso concreto que é o de meter os miseráveis do Alentejo a pagar o passe social aos ricos de Lisboa [juro, está no Twitter], até à Lisboa, criadora de 70% da riqueza produzida pelo país, mãos largas a distribuir por Setúbal, Aveiro, Braga, distritos onde as empresas desenvolvem a sua actividade económica e que, para o bem ou para o mal, arcam com as consequências ambientais e o desemprego provocado pelas sucessivas crises, económicas e sociais, o dinheiro que Lisboa arrecada por ser a cidade onde as empresas têm a sua sede fiscal [juro, está no Twitter], entrou em campo o ministro do Ambiente, magnânimo e abrangente.

 

E se fossem gozar com quem vos talhou as orelhas?

 

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