"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A profunda crise a as profundas contradições do capitalismo e do sistema capitalista e a resistência à nova ordem imperialista e o objectivo da construção duma sociedade socialista e as operações de desestabilização e intoxicação mediática que encerram graves perigos para a segurança internacional e o inalienável direito dos países e de todos os povos do mundo a decidir livremente sobre o seu próprio caminho.
Ainda sou do tempo em que o PCP não era chinês nem maoísta. Isso era coisa dos éme érres, dos pê cês éme éles; do Durão Barroso e Pacheco Pereira, José Lamego e Maria José Morgado, do José Manuel Fernandes, e de um grande etc. que continua a pulular fresquinho pela vida política activa, aqui no rectângulo.
O maoísmo estava ao serviço da direita e da reacção – segundo o PC. No que à direita diz respeito, reconheço que não falharam muito…
Por isso faz-me grande confusão a novel costela maoísta da Soeiro Pereira Gomes. Quem diria que, ainda assim, Álvaro Cunhal era o melhor de todos eles?!
Eu, a falar sozinho: Ah a Albânia!.. O Farol do Socialismo na Europa!
Segundo o Google Analytics, de há uns dias a esta parte, aqui o estaminé recebe uma visita proveniente de Shanghai, via Chinanet Shanghai Province Network. Detêm-se por aqui, em média, 2.19 minutos, e, a primeira vez que deu à costa, vinha atrás da palavra-chave “tibete blogs. sapo .pt”.
O caso é estranho, porque segundo o Statcounter, nunca em caso algum, alguém proveniente da China aqui bateu à porta. E ainda mais estranho se afigura, porque a fazer fé no que o Great Firewall of China me diz, o Der Terrorist tem as portas de entrada fechadas para lá da Grande Muralha.
Usando do linguajar aqui da terra, e se não for pedir muito, gostava que aqui o Patrão da Lancha me dissesse de sua justiça.
(Se é o que eu calculo que seja, vai o post ilustrado com foto a rigor, da autoria de Gurinder Osan e gentilmente roubada à Associated Press)
Nós ainda somos do tempo em que se boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscovo a pretexto da invasão soviética do Afeganistão!
Anda tudo muito entretido a brincar às economias e às globalizações. E os que não andam nestas brincadeiras, e ignoram os Afeganistões dos dias de hoje, só pode ser porque em 1980 a coisa era muito mais grave; os comunistas eram maus como as cobras…
“Quantos papagaios do imperialismo informaram os seus leitores de que «Dalai Lama» significa Deus-Rei? Ou de que em 1959, quando da sua última tentativa contra-revolucionária para impedir a abolição da escravatura no Tibete, a família do Dalai-Lama possuía três mil escravos?”
A tentativa contra-revolucionária a que se refere, e pela data, só pode ser a revolta tibetana contra a ocupação de 1950 pelo exército de Mao. As violentas repressões de 1987 e 1989, levadas a cabo pelo exército vermelho contra a população que contesta a ocupação comunista chinesa, também não interessam nada. Assim como também não interessa nada a meticulosa política de genocídio cultural exercida pela China sobre o Tibete e a sua população. O que importa é que em 1959 haviam três mil escravos, contra os actuais 2, 81 milhões…
Este partido, publica este jornal, que como se sabe não é deste mundo. É que até hoje nem um parágrafo, uma palavrinha sequer sobre a Birmânia, ou sobre as recentes manifestações pacíficas violentamente reprimidas pela ditadura / junta militar. No entanto não se coibiram de enviar uma mensagem de saudação ao congresso do PC chinês, aproveitando para fazerem umas queixinhas do género: “Em Portugal, deparamo-nos hoje com a mais violenta ofensiva contra as conquistas democráticas da revolução de Abril de 1974 e os direitos dos trabalhadores” (link aqui). À China, esse exemplo das liberdades, a tomar como referência por todas as nações do planeta.
Camarada Vilarigues, talvez não fosse má ideia pedir asilo político à China; é que em Portugal a liberdade está pela hora da morte…
Adenda: Sobre as liberdades na China, relatório da Human Rights Watch aqui, e dos Repórteres Sem Fronteiras, aqui.
Sobre a Birmânia, continuar a seguir a Amnistia Internacional aqui, com gravações video e audio.
«As instituições devem respeitar, no quadro do direito internacional, as relações diplomáticas com outros países e, nesse sentido, não se pode ter relações económicas, políticas e diplomáticas com certos países e depois procurar contrariar essa perspectiva justa do prestígio das instituições com uma visita de circunstância» disse o líder do PCP durante uma visita às Festas da Moita.
"Jerónimo de Sousa garantiu que não tem nada contra o líder espiritual do Tibete a nível pessoal mas reforçou que o Governo liderado por José Sócrates deve respeitar e ter em conta as relações diplomáticas com os outros países." Sol edição on-line. (Ler mais aqui)
A hipocrisia e o cinismo pela boca do secretário-geral dos comunistas portugueses.
Então e o direito à auto-determinação e à independência que o PCP defende como sendo um direito de todos os povos? Aliás, argumento usado pelos comunistas para justificar a presença dos narco-terroristas das FARC na Festa do Avante...
Ainda não há muito tempo, o comunismo chinês era proscrito pelo PCP; essa era uma bandeira erguida pelos grupelhos esquerdistas reaccionários - termos usados pelo PC - ml de Durão Barroso e Pacheco Pereira.
“A partir de 1624 chegaram os primeiros europeus ao Tibete. Só por curiosidade: os nomes deles eram António de Andrade, Francisco de Azevedo, Estêvão Cacela e João Cabral e quando escreveram para Portugal contaram que era então vivo o quinto Dalai Lama. Hoje chega a Portugal o décimo quarto Dalai Lama, líder no exílio dos tibetanos, Prémio Nobel da Paz. Ao contrário do que acontece por todo o mundo, o ministro dos Negócios Estrangeiros já anunciou que o Governo português não receberá o Dalai Lama “pelas razões que são conhecidas”. Uma vez que não especificou, presume-se que essas razões sejam o calculismo e a cobardia. Num país que exigiu ao mundo coragem e respeito perla auto-determinação no caso de Timor-Leste, isto é vergonhoso. No íntimo, todos os portugueses sabem disso. Bem-vindo, Dalai Lama: mas perdoe-nos por estes ministros.”