"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Se o Estado dá o Bom / Mau exemplo [riscar o que não interessar] com a circulação entre o privado e o Estado de quem negociou as PPP com o Estado na qualidade de administrador de consórcios privados e depois renegoceia as mesmas PPP com os consórcios privados na "defesa" do interesse do Estado...
Estado exige destituição de árbitro que está a julgar fim do TGV
Juro que ouvi ontem o ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco, no Prós e Contras no canal 1 da RTP, com a mesma convicção com que defendia as 5 – cinco – 5 linhas de TGV de Manuela Ferreira Leite, acusar Luís Fazenda do Bloco de Esquerda de ser co-responsável pela construção de uma linha de TGV que levou o país à ruína. Isto depois de, no mesmo dia e no Parlamento, as Parcerias Público Privadas terem passado, num click e por artes mágicas, a ser boas para os cofres do Estado e negativas para os privados. É obra.
Como grita a palavra de ordem nas manifs, "está na hora, está na hora do Governo ir embora".
E depois, quando o TGV que vai, chocar de frente a 200 e tal à hora com o TGV que vem e morrer uma quantidade de gente, os relatórios da peritagem vão concluir que houve falha humana, e lá está o desgraçado do controlador lixado com efe grande, enquanto a tutela que decidiu a linha única passa pelos intervalos da chuva.
De mão beijada, uma excelente oportunidade para voltar atrás com a palavra dada, sem perder a face e sem transmitir a ideia de cedência aos argumentos do PSD.
José Sócrates que não se cansa de afirmar ser Zapatero o seu maior amigo na Europa.
(Imagem de E Tudo O Vento Levou (Gone With The Wind), starring Clark Gable as Rhett Butler and Vivien Leigh as Scarlett O'Hara)
Enquanto não se resolvem se querem ou não querem o TGV, faço votos para que o adiamento das linhas Lisboa-Porto e Porto-Vigo seja ad eternum. Que se construa a ligação à Europa (Lisboa-Madrid) e se façam os devidos melhoramentos na já existente Lisboa-Porto, de forma a encurtar o percurso, via pendular, em meia hora.
(Na imagem A lineup of quot; iron horses & quot; were on display at the 14th Street yards, between Ashland and Western avenues, for Railroad Week 1935.Chicago Tribune Archive photo)
O problema da senhora não é o meter os pés pelas mãos, versão Pachequiana «enreda-se… tropeça… Manuela Ferreira Leite tem direito a uma interpretação especial», não é o cometer os erros – toda a gente comete –, não é o dizer umas gafes – toda a gente diz –, não. O problema é depois ensaiar fugas para a frente por falta de humildade política em reconhecer os erros e por ter dito aquilo que não devia, como no caso do TGV.