||| O mundo ao contrário
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Parece que o Syriza derrotou as sondagens nas urnas.
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«O PIB grego avançou 0,9% entre Abril e Junho, um crescimento de 1,6% face ao período homólogo»
Há coisas fantásticas, não há?
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Andaram anos e anos e anos, pelos menos 50, com a boca cheia de Churchill, que a democracia era o pior de todos os sistemas com execpção de todos os outros para, afinal, a democracia ser o melhor de todos os sistemas com execepção do sistema do Deus mercado. A Europa morreu, viva a Europa!
E eis que chegamos ao ponto em que a responsabilidade e o 'sentido de Estado' estão do lado dos "irresponsáveis esquerdistas" do Syriza. É a Europa que segura a Grécia ou é antes a Grécia quem não quer deixar cair a Europa?
«Jaime Nogueira Pinto: "O Syriza é uma coisa de imaginação"»
E depois o paternalismo fascista-salazarento da pobreza e da honestidade, "se os pobres não fossem pessoas honestas, nós nem podíamos sair à rua". Nós e eles. Respeitinho de um lado e espanto do outro. Pobres, honrados e asseados. Um vómito.
A capa da The Economist
A culpa da implosão da Europa vai ser da Grécia, por interposta pessoa o Syriza, que a Alemanha e a austeridade e os mercados e a austeridade e a Alemanha e os mercados e a austeridade tudo fizeram para a salvar, a Europa e a Grécia.
[Imagem de Banksy]
Disse que na Grécia houve condenados por corrupção no caso dos submarinos. E na Alemanha também, podia ter acrescentado. Adiante. E que os manhosos dos gregos fogem ao fisco. Ricardo Salgado esqueceu-se de declarar 8,5 milhões de euros. Em Portugal. Adiante. Que na Grécia há uma piscina em cada telhado e em cada quintal e em cada logradouro, para já não falar nas que existem nas vivendas e nos condomínios fechados e nas quintas e nos quintais. Adiante. E não eram anedotas sobre montes no Alentejo e no Algarve com piscina e jipes e barcos de recreio e segundas habitações e de casas de turismo rural e de habitação que estão o ano todo com ocupação a 100% , que é de subsídios que falamos também. Adiante. Assim como é de subsídios que falamos quando não disse se na Grécia há empresas formadas para formar pessoal da aviação com subsídios da Europa dos alemães e ongues para formar costureiras no bairro dos pretos e universidades, na terra deles também, também com o dinheiro dos alemães da Alemanha da Europa. Adiante. Não falou de férias pagas por banqueiros a políticos e governantes. Se calhar não teve tempo ou ninguém lhe contou. Adiante. Nem falou de associações de bandidos e malfeitores com nomes de bancos formadas por ilustres do arco e balão da governação. Se calhar na Grécia não há.. Adiante. Nem de mais-valias com acções em empresas não cotadas em bolsa. Adiante. Nem de misteriosas permutas de casas e de não menos misteriosas escrituras desaparecidas. Adiante. A Grécia é um país do caralho. Só lhe faltou terminar a peça com um "e esta, hein?!"
[Fernando Pessa na imagem]
Já passou tanto tempo desde que Tony Blair quis dar um rosto humano ao neoliberalismo de Margareth Thatcher e desde o dia em que Gerhard Schröder ocupou a cadeira de chancheler da Alemanha e abriu, na Europa continental, as hostilidades contra o mundo do trabalho e o Estado social, pomposamente baptizadas de "reformas", que as pessoas já se esqueceram do que é a social-democracia, do que é ser social-democrata e que tudo agora é extremismo, é esquerda radical, perigosa, quase a roçar o terrorismo. Graças aos mercados a Deus que temos Matteo Renzi para esconjurar Alexis Tsipras e exorcizar os desvios à ideologia do pensamento único.
Quando Pedro Passos Coelho, com ar cândido, vem dizer que "espera que Grécia cumpra regras europeias" é:
- porque se está a fazer [mais uma vez] de sonso?
- porque é [outra vez] die stimme seines herrn/ a voz do dono?
- porque ainda não percebeu que [já] estamos na fase de mudar as regras?
- as três anteriores
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Da já proverbial enxurrada palavrosa e sem nexo de cada vez que se apanha com um microfone à frente e tem de falar de improviso [imagem de marca], como tinha de dizer qualquer coisa disse uma mentira, como de costume, e como de costume embrulhada em papel de prenda e com laço em cima.
Descontando o pormenor de nunca Alexis Tsipras, o Syriza, ou alguém por ele mandatado, ter alguma vez dito que não pagava ou não queria pagar a dívida grega, tudo o que aqui hoje foi dito são mentiras de criança, infantilidades e a criança a fazer mandados ao adulto que pensa por ela e que decide o seu futuro. Vai ali comprar cigarros e se não demorares muito podes ficar com o troco.
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A direita radical foi hoje derrotada na Grécia.
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Aqueles que afundaram a Grécia, que a meteram na situação em que actualmente se encontra, alertam os gregos para o perigo de o Syriza afundar a Grécia.
Mayday! Mayday!