"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Do Governo que decide antecipar os lucros aos bancos e tem o topete de vir proclamar aos quatro ventos que resolveu o problema dos contratos swap, para depois ver o Supremo Tribunal de Justiça, pela segunda vez, dar razão a quem defendia a sua denúncia e a via judicial, ao Governo que fecha a porta a uma cimeira europeia para a renegociação da dívida que permita a recuperação económica, o crescimento e emprego, o princípio é exactamente o mesmo: garantir lucros e mais-valias aos bancos, alimentar a especulação financeira, esbulhar o bolso do contribuinte, continuar o saque fiscal e desmantelar o Estado em favor de interesses privados, enquanto argumenta o contrário, que é a da salvação do Estado que se trata, da credibilidade restaurada, da recuperação económica que aí vem, da sustentabilidade garantida.
Há uma sub-categoria no cinema porno, dentro de outra subcategoria – o porno amador, denominada "wife-swapping" – maridos possessivos e com problemas de erecção, "tratados" por interposta pessoa, a mulher submissa e obediente, objecto sexual às mãos de terceiros [no plural], para prazer voyeurista do marido [não confundir com swing onde a mulher tem papel activo e vontade própria].
É a isto que se referem quando referem contratos swap, não é? Gestores amadores de nomeação política, com o fetiche "administrador de uma grande empresa", ávidos em apresentar resultados que lhe permitam saltar para o privado, e que tratam as empresas públicas como objectos de recreação, com o final em modo bukkake para a cara o bolso do contribuinte.