In Memoriam
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Terra de tradição surfista, com praias paradisíacas, num cenário de arquitectura industrial em ruínas a envolver a memória dos bairros operários, decadentes e ao abandono, e do que foi e podia ter sido o caminho-de-ferro como via de comunicação rápida e limpa, antes de Cavaco Silva, primeiro-ministro, ter avisado que a prioridade era desindustrializar e apostar no alcatrão. A seguir pagam a um filho ou a um neto de Cousteau para mergulhar no antigo cais da Fisipe, "o ecosistema nos fundos lodosos dos metais pesados"?
Andam a gozar com o pagode…
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Conta a lenda que D. Fuas Roupinho caçava junto ao litoral quando avistou um veado que de imediato começou a perseguir. De súbito, e sem aviso, surge um denso nevoeiro que se tinha levantado do lado do mar. O veado em fuga dirige-se para o cimo de uma falésia e D. Fuas Roupinho, no meio do nevoeiro, perde-se dos companheiros de caçada. Quando dá por si está no topo da falésia, à beira do precipício, em perigo de morte. Roga então em voz alta: "Nossa Senhora, Valei-me!". Imediata e milagrosamente o cavalo estaca, fincando as patas nas escarpas rochosas, suspenso sobre o vazio, salvando-se assim o cavaleiro e a sua montada de uma morte certa por uma queda de mais de cem metros.
Não sei se Garrett McNamara, frente ao Bico do Milagre, do alto das montanhas de água, montado em cima da prancha, isolado dos companheiros e rodeado de escuridão por todos os lados, implora a Nossa Senhora que lhe valha, mas a analogia parece-me irresistível.
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