"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A arquitectura é uma interpretação pessoal da organização dos espaços e dos seus elementos e ao mesmo tempo uma arte com uma linguagem universalista, sem fronteiras, global. Não existe «arquitectura portuguesa contemporânea» coisa nenhuma.
Segundo Amaral Lopes, vereador da Cultura da Câmara de Lisboa, o vice-presidente da autarquia, Fontão de Carvalho, pediu desculpa aos restantes vereadores por lhes ter escondido, durante cerca de três meses, a sua condição de arguido no caso do pagamento de gestão efectuado aos administradores da EPUL.
Carmona Rodrigues, presidente da autarquia, também o sabia desde o primeiro minuto e, não consta que tivesse também pedido desculpa…
Quem também se “esqueceu” de pedir desculpa, foi Dias Batista do PS Lisboa, ao seu camarada de partido Gaioso Ribeiro por o ter acusado de traição quando votou ao lado do PCP e BE e CDS/ PP numa proposta que visava anular o negócio do Vale de Santo António.
Gaioso Ribeiro e toda a oposição votaram favoravelmente a proposta que, acabaria por não passar devido à abstenção de Dias Batista e da sua camarada de partido Natalina Moura.
A proposta foi chumbada e, o resto é a embrulhada que todos conhecemos.
As desculpas a Gaioso Ribeiro tardam e, a traição à população de Lisboa ficou com quem a cometeu.
No não menos mediático caso do envelope 9, o condecorado Souto Moura defendeu em audição parlamentar que as disquetes teriam ficado esquecidas, acabando apensas ao processo Casa Pia sem que tenham sido analisadas.
Os inspectores da PJ, Dias André e Rosa Mota, também ouvidos pelos parlamentares dizem exactamente o contrário; as disquetes foram analisadas pela Judiciária.
No meio de toda esta embrulhada, eis que surge uma explicação fantástica! – como diria José Mourinho – afinal poderemos estar perante outro envelope; o 6 que obviamente não tem nada a haver com o 9.
Senhores procuradores, senhores inspectores, senhores deputados; permitam-me uma sugestão: Porque não marcar os envelopes como no Bingo, o numero 6 e o número 9com uns tracinhos por baixo.
Evitavam-se confusões desnecessárias; o povo agradecia.
Em post anterior, havia exprimido a minha indignação a propósito da condecoração do ex-Procurador Souto Moura, pelo Presidente da República, como reconhecimento pelos serviços prestados.
Souto Moura, para os mais distraídos, fez o papel dos maus árbitros de futebol, ao não perceberem que, os artista são os jogadores e não eles, e acabam por destruir e adulterar o jogo. Souto Moura ao invés de resolver, foi ele o actor principal - e mau actor - em processos como o da Casa Pia ou do famoso Envelope 9.
“Nem sempre se tem a noção da exigência pedida às pessoas que exercem cargos de tamanha relevância.”
Disse Cavaco Silva na cerimónia de entrega das condecorações, discursando de improviso; talvez um pouco comprometido e quiçá, ensaiando uma justificação para o injustificável.
A emenda saiu-lhe pior que o soneto ao inverter o ónus da questão. Souto Moura é que não teve a noção da exigência que lhe era pedida para um cargo de tamanha relevância; isso sim!
Na próxima segunda-feira, irão ser condecoradas com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, algumas personalidades da vida portuguesa que cessaram funções em 2006.
A condecoração é atribuída pelo Presidente da República, numa tradição de homenagear antigos titulares de órgãos de soberania e altos cargos públicos, por destacados serviços prestados ao país no exercício das suas funções.
Entre os homenageados encontram-se os três chefes militares que cessaram funções em 2006 e… o ex-Procurador Souto Moura.
(Sem comentários) – Era suposto este post terminar assim.
Sendo Cavaco Silva um reconhecido defensor da meritocracia – distinguir e premiar os melhores e os mais competentes – estranha-se o nome do ex-Procurador nesta lista.
Na edição de hoje do Público, Souto Moura, ex-Procurador-geral da República, o tal, o das cassetes e do faz-que-anda, aparece a insurgir-se contra aquilo que classifica de ressurreição do processo a propósito da repescagem de declarações da então sua assessora para a imprensa, Sara Pina.
Considerando que são
“levantadas suspeitas graves”, avança que “como facilmente se compreende, seria impensável que eu controlasse o teor de todas as conversas mantidas pela Dra. Sara Pina com colegas jornalistas” e, depois de 74 linhas e 11 parágrafos de escrita, remata
“Porquê isto?
Porquê mais isto?
Porquê agora?
Porquê mais isto agora?”
Tentando dar o seu modesto contributo ao ex-Procurador na procura das respostas, o blog terrorista recorda que, após a passagem de testemunho, Souto Moura numa entrevista, quando lhe perguntaram o que faria de diferente, respondeu, mais coisa menos coisa, que contrataria uma centena de assessores de imagem e outra centena de assessores para a imprensa.
Se como o próprio diz, ser impensável controlar o teor das conversas do único assessor que tinha…
Confirma mais uma vez as qualidades que lhe foram atribuídas enquanto exerceu: Não sabe estar calado.