A Place Called Home
Tawakal is one of the camps for displaced people on the outskirts of Garowe. The majority of its inhabitants are women and children. Alyona Synenko/ ICRC
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Tawakal is one of the camps for displaced people on the outskirts of Garowe. The majority of its inhabitants are women and children. Alyona Synenko/ ICRC
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Outro dia alguém perguntava “o que podemos fazer para ajudar a Somália?”, talvez (re)ver o filme de Ridley Scott, digo eu.
«(...) controla pouco mais do que metade da capital incluindo as áreas do aeroporto e do porto (...)»
(Imagem)
É proibido (des)fazer a barba.
(Tradução minha)
A Somália está num aperto de caos e de fome, mas as autoridades andam a inspeccionar soutiens.
O interesse excessivo em encobrir os corpos das mulheres não se limita aos extremistas na Somália.
Na Somália o movimento Shabaab que controla grande parte do centro e sul do país, e porque os líderes deste movimento abraçaram a ideologia Wahabi, impôs a sua lei pela força aos somalis e emitiu decretos que proíbem estritamente filmes, peças de teatro, dançar em casamentos, jogos de futebol e todas as formas de música, mesmo a dos toques de telemóvel.
Há alguns dias esses extremistas realizaram uma estranha operação: prenderam uma mulher somali e chicotearam-na em público porque usava um soutien. Proclamaram claramente que usar soutien é “unIslamic” porque é uma forma de fraude e de engano.
Podemos muito bem perguntar o que é que usar soutien tem a ver com religião, por é que eles o consideram uma forma de fraude e do engano, e como é que eles conseguiram prender uma mulher que usava soutien quando todas as mulheres Somali saiem à rua com seus corpos totalmente cobertos. Foi nomeado algum agente especial do sexo feminino para inspeccionar os seios das mulheres que andam na rua? Uma mulher somali chamada Halima disse à agência de notícias Reuters: "Al Shabaab obrigou-nos a usar um tipo específico de véu e, agora, obriga-nos a soltar os peitos...”
Quando em Fevereiro escrevi o Frente de Libertação, meio a sério, meio a brincar, estava muito longe de pensar que os idiotas úteis iam mesmo aparecer, e logo nas páginas do insuspeito Independent.
Com resíduos nucleares e pesca ilegal à mistura, e uma Volunteer Coastguard of Somália, ignora que a resolução do problema está em terra e nos Estado falhado da Somália, numa miríade de senhores da guerra, tribos e bandos de fundamentalistas islâmicos.
«Pirates were the first people to rebel against this world»
Aqui há uns tempos atrás tinha comentado com um amigo que a desgraça dos desgraçados dos piratas somalis tinha sido a sua ingenuidade, quando lhes passou pela cabeça fazerem-se ao mar para ganhar a vidinha.
Tivessem eles previamente arranjado uma bandeira, um símbolo e umas iniciais, qualquer coisa como FSL (Frente Somali de Libertação), lançado umas bocas contra o Imperialismo, o Neo-Colonialismo e o direito dos povos àquelas coisas todas que vêm nos livros, e neste momento tínhamos as ruas e avenidas das capitais europeias cheias de idiotas úteis gente, keffiyehs à roda do pescoço, em manifs de apoio, e contra a presença da força naval internacional nas aguas do Índico; força imperialista.
Parecia que estava a adivinhar. Já faltou mais para terem barraquinha na Festa do Avante!
Alguns blogs cá do sítio, ainda as tropas etíopes estavam a pensar se saíam ou não dos quartéis para pôr fim ao novo regime taliban que se anunciava para a Somália e, já clamavam por uma tomada de posição dessa entidade vaga que dá pelo nome de comunidade internacional, contra a invasão / ingerência nos assuntos internos de um país por outro, como se a invenção de mais um regime ditatorial e opressivo fosse assunto interno.
Agora que os etíopes chegaram a Mogadíscio, para um bocado à imagem do que o Vietnam já havia feito quando entrou no Cambodja para pôr um ponto final no regime sanguinário de Pol-Pot; importa ouvir a vox populi; Yusuf habitante de Johar, cidade a cerca de 90 kms da capital da Somália, hoje no Público a propósito da “invasão” e “ingerência nos assuntos internos” e “violação do direito internacional”:
“vamos poder novamente exprimir-nos, dançar, ouvir música e mascar livremente qat, sem nos arriscarmos a ir para a prisão ou até ser executados”.
A felicidade das pessoas é feita de coisas simples, que passam ao lado dos blogs…