"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Saiu hoje o primeiro número, em papel e online, de um novo semanário, de seu nome Novo, que mais não é que o velho Sol recauchutado. Podíamos ir pela lista de colunistas, a diversidade e a pluralidade em todo o seu esplendor: Francisco Rodrigues dos Santos [líder do CDS], Telmo Correia [líder parlamentar do CDS/PP], Aline Beuvink [PPM], Carlos Reis [PSD], Maria Castelo Branco [Iniciativa Liberal], Pedro Rodrigues [PSD], e o ex-presidente da FLAD, Vasco Rato [PSD]. Para ser mais plural só falta um ou outro opinadeiro do Chega mas também não é preciso, está lá tudo no lema: um polvo [socialista? maçonaria?] a enfeitar "o jornal que vive de investigar quem vive à sua conta". Mais do mesmo.
A primeira página do dia não é a vichyssoise na primeira página do jornal do militante n.º 1 ["Marcelo enganou quase toda a gente], repetida ad nauseam nas televisões do militante n.º 1 [SIC e SIC Notícias] em todos os noticiários a todas as horas certas, apesar de ser desmentida, nem 48 horas eram passadas, por Marques 'moço de recados' Mendes também na televisão do militante n.º 1 ao afirmar taxativamente que não tinha conhecimento de nenhuma decisão sobre a recondução da Procuradora-Geral da República. Toda a gente ouviu e toda a gente fingiu não ter ouvido, o que interessava era o circo do "debate" sobre o nome excluindo o cargo. Não. A notícia do dia é no Portugal de 2018 haver um professor numa universidade prestigiada a nível mundial que continua a dar aulas com base numa lição de 1938, dos pobres pobrezinhos e honrados.
Uma coisa é um gajo qualquer mandar umas bocas no Twitter, o pessoal ri-se muito, ou encolhe os ombros, e não se fala mais nisso. Outra coisa completamente diferente é um jornal [ou "jornal"?]. E outra coisa é um "jornal" [ou jornal?] não saber o significado de "abantesma" nem a diferença entre "abantesma" e "abécula".
Diz que se vende pouco e cada vez menos e no ano passado até fizeram um congresso de jornalistas para debater a questão e tudo.
Outro argumento válido, e actual, seria o de escrever que a Marta teve quase tantos namorados quantos os portugueses abrangidos pelo programa dos retornados da emigração do Governo Adjunto, a cargo do Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto, e ainda as inumeras possiblidades de tocadilhos manhosos-brejeiros-machistas com o nome da prova de vida de Pedro Lomba.
Adenda: Vou escrever uma carta ao director [old style] a contar da vez que fui com a Marta num elevador [fui mesmo, não é treta].
Ainda sou do tempo em que Guilherme Augusto da Silva Pereira [a cara do Fórum Prisões] sob o pseudónimo de Ricardo Nuno, que não era mais do que o nome do seu filho, intrujou o jornalismo-de-referência-há-trinta-e-oito-anos-a-fazer-opinião-aka-o-Expresso com uma falsa entrevista a um elemento das FP25.
O justiceiro campeão da luta pela transparência na cousa pública contra a corrupção e a promiscuidade entre o poder político o poder económico e o poder judicial e contra a censura e pela liberdade de imprensa e “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!” e agora também campeão de vendas e… na sua edição para Angola «por motivos técnicos (…) apresenta menos duas páginas de noticiário sobre escutas», exactamente aquelas onde aparecem «várias transcrições, nomeadamente as que envolvem Joaquim Oliveira, sócio de Isabel dos Santos na ZON e num canal desportivo».
Há coisas fantásticas, não há?
(Na imagem capa da revista Eyeful, n.º 6, Junho de 1951)
Das paisagens mais impressionantes que me foram dadas a ver até hoje; das coisas que mais me marcaram na vida, e que, por muitos anos que viva nunca irei esquecer, foram os quilómetros sulcados de cruzes brancas (algumas estrelas de David à mistura) nas praias da Normandia onde se deram os desembarques no dia D.
Milhares de jovens anónimos, provenientes dos locais mais recônditos dos Estados Unidos, e que deixaram para trás toda uma vida que começava, para virem morrer desinteressadamente numa praia da Europa, em defesa da Liberdade e da Democracia, contra a barbárie nazi; num continente, numa Pátria que não era a sua.
Muito do que somos hoje como União; muito do que a Europa é hoje como potência, deve-o ao sacrifício e ao sangue desses jovens; e nunca será demais lembrá-lo.
Por isso quando vejo os resultados de estudos como este, dou comigo a pensar: “Do que é que se queixam os franceses? Do que é que os franceses andam à procura?”
“Apesar deste afastamento, a maioria dos europeus é a favor da construção de laços mais fortes com os EUA. Quase dois terços dos Europeus (63%) questionados afirmaram que apoiariam um relacionamento mais próximo entre a Europa e os EUA.
Os Alemães (74%) e os Polacos (77%) foram os mais entusiastas. Apenas em França se assistiu a uma maioria do contra (53%).”