"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Mas há pessoas às quais uma pessoa não consegue dizer que não. A Sofia (parabéns pelos 5 anos de blogue) resolveu agraciar-me com uma distinção, “Dardos” de seu nome, que por acaso já há uns tempos tinha caído aqui, e que me perdoem o(s) nomeadore(s) de então, vinda não me recordo de onde. Reza a lei que tenha de nomear 10 – dez – 10 bloggers (não podiam fazer isso por menos mais?) por forma a que isto dê, no mínimo, duas voltas e meia ao mundo, China incluída (esta última parte inventei eu agora mesmo). Pois que assim seja. And the nominees are:
«O Prémio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc.... que, em suma, demonstrem a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras e as suas palavras. Estes selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.»
A Sofia achou por bem galardoar-me com um Óscar na categoria "Este Blog É Tão Bom Que Até Arrepia". Obrigadinhes, mas arripiado fiquei eu com tamanha distinção.
Aproveito o tempo de antena para dedicar o Óscar ao meu pai, à minha mãe, à minha mulher e aos meus filhos, os meus primos, aos meus avós que estão “lá em cima”, aos leitores do blogue, mesmo aqueles que aparecem por aqui só para largar bojardas ainda maiores que as minhas, ao ministro do Ambiente - se houvera ministro -, ao camarada Comissário Para a Frente na Educação – Mário Nogueira – que me proporcionou escrever algumas das melhores prosas dos últimos tempos, ao João César das Neves e à Constança Cunha e Sá pela boa disposição que me provocam - sem as vossas crónicas as manhãs não tinham (o mesmo) sentido -, ao meu agente e a um Óscar Ciclideo que apareceu a boiar esta semana no aquário, Deus tenha a sua alma em descanso.
E agora que já cá canta a estatueta, mandam as regras – que isto não é só papar Óscares – que se faça o seguinte:
·Reencaminhar este prémio a 10 blogs
·Exibir a imagem do prémio
·Postar o link do blog que o premiou
·Indicar 10 blogs para fazerem parte do "este blog é tão bom que até arrepia"
·Avisar os indicados
·Publicar as regras
E os nomeados são (vou abrir o envelope), e por ordem alfabética que é por causa das moscas:
Vamos lá então arrumar com esta questão de uma vez por todas.
A notícia mais importante do dia 8 de Setembro do Ano da Graça de 2006 apesar de relacionada com George Bush e com a sua administração, não era que ainda faltavam 865 dias para o W se ir embora. Curiosamente, ou nem por isso, ainda se mantém actual.
Manda a Constituição que deva distinguir mais 15 – quinze – 15. Por ordem alfabética que é para não se melindrarem. E agora, como se diz em Setúbal, desenmerdem-se.
«Srª Sofia gostava de ler o seu comentário a um dos seus admiradores que ao falar de Dino coloca um elemento de uma casa-de-banho para o caracterizar, são estes os seus amigos???»
Depois deste comentário no blogue da Sofia, com link a remeter para o Der Terrorist; uma vez que a comentadora se instalou de armas e bagagens no Defender o Quadrado muito por culpa minha, porque se limitou a seguir o link no post anterior, deu-me para o Serviço Público:
A Fonte
Marcel Duchamp, 1887 – 1968
Influenciou correntes artísticas como o Dadaísmo, o Surrealismo, o Expressionismo Abstracto ou a Arte Conceptual, entre outras.
Responsável pelo conceito ready made que não é mais do que a introdução de elementos do dia-a-dia – não reconhecidos como elementos artísticos –, no campo das artes.
A Fonte, um vulgar urinol comprado pelo próprio Duchamp e enviado sob pseudónimo (assinado na lateral da peça) para um concurso de arte nos Estados Unidos. A escultura, como lhe chamou Duchamp, acabou rejeitada pelo júri por não encontrar nela qualquer vestígio de trabalho artístico ou de criação.
E agora podia fazer aqui uma ligação a Magritte, ao Cachimbo e a "ceci n'est pas une pipe", mas não me apetece.
Só de pensar que os meus filhos podem vir a ter um(a) sôtor(a) que nem Duchamp conhece, até fico com pele de galinha.
Adenda: Dar um saltinho até ao Centro Comercial de Belém (é mesmo assim, não me enganei) – Colecção Berardo, e aguardar pela visita guiada que a menina cicerone explica estas coisas todas. Até mesmo aos senhores professores. Vão o dar o tempo por bem empregue.