"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
"Esses malandros do rendimento mínimo", "andam aí de BM", "passam o dia no café e na pastelaria", "andamos a pagar impostos para esses chulos", "os socialistas", "estão a dar cabo disto tudo", "somos um povo de mansos", "se houvesse amanhã eleições ganhavam outra vez", "filhos da puta da função pública", trabalhar não é com eles", "vivem à nossa conta", "quem os ouve falar pensa que são uns mártires", "os socialistas", "aproveitaram-se da covid para meter as pessoas fechadas em casa e fazerem o que bem quiseram", "aquela gaiata armada em ministra", "estão infiltrados em todo o lado", "enchem-se com indemnizações como na TAP e para os professores não há dinheiro", "o socialismo está a enterrar o país". As conversas que ouvi enquanto esperava a minha vez no concessionário da marca na ida do carro à revisão. Parecia um concurso, um largava uma bisca e respondiam todos em coro. E continuou até me vir embora. Está mesmo a ficar em ponto de rebuçado.
"Depois há-de receber uma chamada telefónica para aferir da qualidade do atendimento, entre 9 e 10 era bom aqui para a minha avaliação. Continuação de bom dia".
Foi praxis dos totalitarismo do séc. XX, o nazi e o soviético-estalinista, desumanizar o outro, o adversário político e o adversário dentro do próprio partido, no caso soviético, de forma a que depois já "inimigo" fosse aceitável a sua punição, o seu extermínio aos olhos da população. "Parasita", "Insecto", "Rastejante", "Verme", "Rato", "Vírus".
Socialism is a scare word they have hurled at every advance the people have made in the last 20 years.
Socialism is what they called public power. Socialism is what they called social security.
Socialism is what they called farm price supports.
Socialism is what they called bank deposit insurance.
Socialism is what they called the growth of free and independent labor organizations.
Socialism is their name for almost anything that helps all the people.
When the Republican candidate inscribes the slogan "Down With Socialism" on the banner of his "great crusade," that is really not what he means at all.
What he really means is "Down with Progress--down with Franklin Roosevelt's New Deal," and "down with Harry Truman's fair Deal." That's all he means.
Quando a direita, eufórica e ululante, aponta o dedo à Grécia e diz que os 18, por unanimidade, o que dá a exclusão da Grécia já como adquirida, impôs a continuação da austeridade ao Syriza, não ao Governo grego eleito em eleições livres e democráticas, e que entre esses unânimes 18 estão a França de François Hollande e a Itália de Matteo Renzi, que se reclamam do socialismo democrático e da social-democracia, isso significa o quê, a máxima de António Costa e que o há-de perseguir até ao fim dos dias da sua vida, «Não tenhamos dúvidas: se pensarmos como a direita pensa, acabamos a governar como a direita governou. A mudança necessária exige ruptura com a actual maioria e a sua política.», falta de visão política para a Europa e para o futuro do "projecto europeu", ou simplesmente cobardia política que nem os exemplos PASOK e PSOE fazem demover?
Desde a estória do chimpanzé que tinha ficado mais ou menos explícito ser proíbido fazer humor com a imagem de Barack Obama, ao contrário do que acontecia, por exemplo, com o W.
A nova "vaca sagrada" da Esquerda, agora em versão Joker-Socialista:
Passar aí por qualquer lado, principalmente “à direita”, e ler “o Governo socialista fez…” – ou deixou de fazer – isto, aquilo ou aqueloutro. Complica-me com o sistema nervoso.
O Governo não é socialista. O Governo é do Partido Socialista. Um mais um não é obrigatoriamente igual a dois.
Até percebo a ideia, matar dois coelhos com uma cajadada, mas como diz “o outro”: um pouco maias de rigor, sff.
Lê-se hoje no Escrito na Pedra; aquele quadradinho reservado às frases e máximas no canto inferior direito da página 3 do P2 no Público:
“Eles falam do fracasso do socialismo, mas onde está o sucesso do capitalismo em África?”
Fidel Castro, ex-Presidente cubano (n. 1926)
Deixemos por ora o socialismo e vamos ao que interessa aqui, e para o caso: o capitalismo.
“Camarada”Fidel, confesso que não o fazia tão “inocente” nesta matéria. Na lógica capitalista da globalização, África não está esquecida ou desprezada; está simplesmente em stand by. cada coisa a seu tempo. Apesar dos sinais parecerem contrários, até o capitalismo “selvagem” e a globalização “desregulada” obedecem a um mínimo de planeamento e de… regulação.
Os azimutes por ora estão apontados para a Ásia; mas, como “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”, e, pelos vistos, o bem das marcas e das multinacionais vai acabar mais rápido do que os próprios previam, por via da melhoria considerável dos níveis de vida e bem-estar das populações, para onde é que as empresas vão depois deslocalizar? Pois…
Mas – e nestas coisas há sempre um imponderável “mas” – o “programa” da globalização quando foi feito, foi-o com o pensamento nos não-sei-quantos-biliões de potenciais consumidoresasiáticos; as contas saíram furadas às marcas e multinacionais e agora, no ricochete, levamos com um mercado de não-sei-quantos-biliões de potenciais produtores…
Quando os azimutes apontarem para o quadrante africano, já lá estão os chineses de armas e bagagens. Infelizmente, nem o “camarada” nem eu vamos cá estar para nos rirmos a bandeiras despregadas.