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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Sobe e Desce

por josé simões, em 01.09.08

 

Nunca consegui perceber o que é que está subjacente à construção da coluna das setinhas “sobe e desce” na última página do Público. Temo mesmo que nunca venha a perceber.

Hoje aparece o Presidente da Repúblicaa subir” a propósito da primeira visita de Cavaco Silva ao «Leste europeu».

 

«Num clima de acentuada tensão nas relações entre o Ocidente e a Rússia (cimeira europeia de urgência é hoje), Cavaco poderia ter alterado o calendário que o leva hoje à Polónia e depois à Eslováquia. O Presidente poderia ter mudado o calendário, para evitar situações mais difíceis. Não o fez.»

 

«situações mais difíceis»?! Então anda meio mundo a caminho da Geórgia e da Rússia, propositadamente devido às «situações mais difíceis», e, o Presidente, que tinha a coisa agendada “à bué bué da tempo!”, ainda por cima para os arrabaldes do epicentro, ia desmarcar. Está bem.

 

Estariam a pensar no retrato de Salazar?

 

(Imagem de Richard Kern para o Independent)

 

 

 

Sobe e desce

por josé simões, em 11.05.07

 Não é novidade. Já aqui tinha escrito e explicado porquê – as eleições francesas passaram-me ao lado. Nunca esperei foi vir a escrever tanto sobre as mesmas, no período pós-eleitoral.

 

Na secção Sobe e Desce que diariamente surge na última página do Público, aparece hoje, a descer, François Bayrou. Lê-se: “O líder centrista francês, em terceiro nas presidenciais, lançou o seu Movimento Democrata a tempo das legislativas de Junho. A iniciativa de Bayrou é uma jogada de alto risco num sistema que penaliza partidos pequenos, mas as sondagens dão-lhe 12 por cento e espera-se que se alie ainda a figuras de esquerda (o que poderá contribuir para a divisão do Partido Socialista).”

 

Ou há qualquer aqui que me escapa, ou enganaram-se mais uma vez nas setas – e já não era a primeira. Esta deveria ser uma seta de subida e nunca de descida. Um outsider que concorre às presidências arrancando um espectacular terceiro lugar, que em tempo recorde lança um movimento para as legislativas e que, segundo as sondagens, arranca da grelha de partida com 12 por cento, aparece na “seta de descida” porquê?! Porque, e segundo o Público, “poderá contribuir para a divisão do Partido Socialista”? Se é isto que está por detrás da classificação atribuída, não posso deixar de estranhar esta preocupação com o Parido Socialista francês, da parte do jornal que descarada e despudoradamente, em editoriais, tomou o partido de Sarkozy. Fique Ségolène descansada, em Portugal há alguém que se preocupa com as performances eleitorais do seu partido.