"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Na despedida da avença semanal na FOX News do PSD televisão do militante n.º 1, Marques Mendes afiançou que respeitará o veredicto dos portugueses no dia a seguir às eleições presidenciais. No shit?! E a gente a pensar que ele ia assaltar o Capitólio...
Circula por aí um clip onde Maria João Avillez, alegada jornalista, questiona Ricardo Costa sobre a oficialidade [veracidade] dos números apresentados pela polícia que deitam por terra a teoria da direita, cada vez mais radical, da insegurança pela percepção, "um relatório estranhíssimo". E a senhora por lá vai continuar, em horário nobre, a deturpar realidades e a truncar informação, como diria o outro, a torcer a estatística até que ela diga o que a dona Maria João quer que seja dito. E não, isto não tem nada a ver com liberdade de expressão. E não, isto não tem nada a ver com cancelamento. Isto tem a ver com sanidade e rigor, porque a seguir vamos ter, também em horário nobre, um chalupa anti-vacinas, um terraplanista, ou um criacionista, a questionarem todo edifício cientifico que nos trouxe até ao séc. XXI, o retrocesso civilizacional pela casa dentro desde a caixa da televisão. Por coincidência, e só por coincidência, todos na órbita da direita política.
Depois do partido a bater no fundo da mala, a televisão do militante n.º 1 convida o taberneiro para lavar a imagem e continuar a lançar números falsos e a inventar factos na hora. Ah e tal falsificouusurpou o grafismo do jornal do militante n.º 1 para divulgar notícia falsa sobre violações e vomitar ódio sobre imigrantes. Bem vistas as coisas parece ter sido pouco.
Nuno Ligeiro Rogeiro foi à televisão do militante n.º 1 explicar-nos a todos, ignaros, que a saudação nazi que o Musk fez não foi uma saudação nazi que o Musk fez.
"Não há espaço para os moderados, só há espaço para o populismo e para o extremismo, de direita e de esquerda" diz Zé Eduardo, um lugar cativo da direita no frente-a-frente na FOX News do PSD no telejornal inventado pelo Mário Crespo, a atirar areia para os olhos dos distraídos... err... a esquecer-se de que foram os alegados moderados que tanto preza que nos trouxeram até aqui.
A FOX News do PSD - SIC/ SIC Notícias, em formato papel replica a propaganda do ministro da Educação do Governo PSD. Na realidade são mais de 30 mil os alunos sem professores. E o que o padrão nos diz é que de hoje, data da saída do jornal, até à noite do próximo domingo, com a homilia do ex líder do PSD Marques Mendes, todos os telejornais e blocos de noticias da FOX News do PSD vão abrir com "segundo o Expresso". "Segundo o Expresso". Na época das fake news e do pós-verdade está dito, está dito. Já foi um jornal fiável.
Para ler a explicação do primeiro-ministro em relação às declarações sobre os jornalistas é obrigatório subscrever o jornal do grupo de comunicação social, propriedade do militante n.º 1 do partido do primeiro-ministro, proprietário do canal de televisão onde o primeiro-ministro deu uma entrevista a uma alegada jornalista. Economia circular e "jornalismo tranquilo".
A três dias da entrega do orçamento do Estado para 2025 no Parlamento, a televisão do militante n.º 1 - SIC, mete Maria João Avillez a entrevistar Luís Montenegro. Maria João Avillez a entrevistar Luís Montenegro. Isto depois de uma semana inteira de pressões sobre Pedro Nuno Santos, desde o presidente do Supremo ao cardeal de Lisboa, passando pelo presidente dos patrões e outros bonzos avulso, um tempo de antena de bandeja. Honi soit qui mal y pense, isto não é o Pedro Tadeu a entrevistar o Paulo Raimundo, nem pouco mais ou menos.
Ontem Luís Marques Mendes na homilia semanal sem contraditório, também na televisão do militante n.º 1, por mais que uma vez sublinhou a histórica vitória que foi um Governo de minoria absoluta ter conseguido juntar na concertação social as assinaturas da CIP e da UGT. Onde é que já se viu? A UGT, essa grande central sindical com ligação ao mundo do trabalho, não é cá como os fantoches da CGTP, assinar por baixo o que a CIP lhe diz para assinar. Inédito.
No país de Marcelo, com um ele, nomeado em homenagem a Marcello, o dos dois eles, ao domingo e em horário nobre, dois ex líderes dos dois partidos que constituem o Governo, explicam à bovinidade a bondade das políticas governativas.
"Margarida Blasco, ministra contra a vontade de André Ventura", Bernardo Ferrão, alegado jornalista, na televisão do militante n.º 1 - SIC Notícias, enquanto os ministros desfilavam no ecrã na tomada de posse do XXIV Governo.
"Excelente escolha". "Muito boa aposta". "Grande experiência". "Muito competente". "Excelente escolha", outra vez, e outra vez.
Bugalhos, Ferrões, Zés Gomes, este último com um sorriso de satisfação quase a canibalizar as duas orelhas, foi o tom na euforia da televisão do militante n.º 1 desde que os nomes do Governo de Montenegro saíram a público. Não abriram espumante porque as leis da pub ao álcool em televisão são rigorosas. É tipo, "RFM, só grandes músicas", e depois é tudo mainstream, canções orelhudas, noves fora nada é igual ao pimba, substância zero, só que com mais estudos.