"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Andam há anos, a partir d' O Albergue dos Alucinados, também conhecido por coluna "Opinião" no online Observador, a martelar que "se nasceu com pilinha é menino, se nasceu com pipi é menina, não venham cá com merdas, um veste azul a outra cor-de-rosa", prontamente replicados nas redes por uma horda de palermas, mais ou menos conhecidos, uns com lugares cativos nas televisões do comentário da treta, outros professores catedráticos, imagine-se, com uma legião de imbecis anónimos atrás de si, 24 horas por dia a espalharem o ódio sobre quem pensa diferente e sobre quem está informado, para agora o que conta para a definação de homem e mulher ser a aparência física e os níveis de testosterona, lá vai a pilinha pró caralho, passe o pleonasmo.
Manuel Clemente, o cardeal-patriarca que tem dificuldade em acreditar que o filho de um casal homossexual apreenda o valor da complementaridade entre sexos, suspendeu Duarte Empis de Andrade e Sousa, do clero com nome de nobreza, das actividades pastorais, e interditou-o de estar sozinho em qualquer contacto com jovens, depois das famílias dos alunos do colégio de S. Tomás, em Lisboa, terem descoberto imagens e vídeos obscenos nos telemóveis dos infantes, num grupo de WatsApp que o padre mantinha com os estudantes. O mesmo sacerdote que acolheu na sua paróquia sessões de "terapia de conversão” para pessoas homossexuais, conduzidas por Maria José Vilaça, a psicóloga que na figura de presidente da Associação dos Psicólogos Católicos comparou a homossexualidade à toxicodependência na revista Família Cristã, e que hoje anda pelo movimento "Deixem As Crianças Em Paz". Ainda se fossem aulas de Educação para a Cidadania podíamos ter um sobressalto cívico e moral, contra o totalitarismo estatal, da parte dos donos das crianças que querem que se deixe as crianças em paz. Do Senhor.
Nos 80s havia tarados escondidos nas dunas das praias a espiarem nudistas e casais de namorados por detrás das sebes dos jardins públicos. Nos 80s não havia telemóveis com câmara de filmar.
"Quem é que nunca teve problemas com o motor de arranque?"
O regresso de alguns comerciais às televisões dizem mais do estado da Nação em tempos de Covid-19 que horas a fio de comentadeiros com avença no prime time generalista e em contínuo no cabo.
"Church of Cyprus bishop Neophytos Masouras of Morphou said at a primary school in Akaki, Nicosia District, that the sexuality is passed on when expectant women enjoy the act."
"He said: 'It happens during the parent's intercourse or pregnancy."
"It follows an abnormal sexual act between the parents. To be more clear, anal sex."
O site de saúde Healthline, juntamente com a Rede de Educação Gay, Lésbica e Heterossexual (GLSEN) e Advocates for Youth, publicou o Guia LGBTQIA sexo seguro, que expande a atual terminologia sexual.
O curioso é a padralhada não conceber [curioso também o termo "conceber", neste contexto] que na origem do divórcio e do recasamento [gloup] possa estar o desempenho sexual do parceiro/a. E isto por si só é todo um programa.
Nesta história do assédio, a todos os níveis condenável, que rapidamente se vai transformar, à imagem do que aconteceu com a pedofilia e o abuso de menores, numa enxurrada de falsas acusações motivadas por vinganças varias, descredibilizando as verdadeiras vítimas de abuso, inocentando os verdadeiros abusadores, arrastando para a lama o nome e a vida de inocentes e banalizando o tema que, a páginas tantas, passou a entrar por um ouvido da opinião pública a 100 e a sair pelo outro a 200, há um pormenor a reter: aquilo que era um negócio de compra e venda, "o mercado a funcionar" em Hollywood, com contratos implícitos e explícitos, já que, pelo que nos é dado a ver, toda a gente à boca pequena saber o que tinha de vender para comprar o que pretendia, passou, num click, a ser um rebanho de virgens nas mãos de predadores sexuais, que é como quem diz, uma "lavagem da alma", com as virgens putas convertidas em putas virgens, ou vice-versa.
"Vá a África e veja porque é que eles não trabalham. Gostam muito de sexo; nós também gostamos, mas se estivéssemos o dia todo na cama não fazíamos mais nada"
Como é por todos sabido um verdadeiro católico, temente a Deus, crente em Nosso Senhor Jesus Cristo e obediente ao Santo Padre e à Santa Madre Igreja, só "lá vai" para fazer filhos.
O que os meritíssimos juízes do Supremo Tribunal Administrativo nos estão a dizer é que 50 anos e já passou o prazo, fechou a fábrica. Temos pena. E temos Fátima todos os anos duas vezes por ano, e o casal debaixo dos lençóis, e o pudor de ver o cônjuge nu, e o prazer vedado à mulher, e o prazer é fora de casa. Mantêm-te no teu lugar. Cala-te!
Pare os meritíssimos juízes do Supremo Tribunal Administrativo o poema do “Truca-Truca” que Natália Correia dedicou em 1982 ao deputado do CDS, João Morgado, durante o primeiro debate parlamentar sobre a interrupção voluntária da gravidez após ter afirmado que "o acto sexual é para fazer filhos".
Já que o coito – diz Morgado – tem como fim cristalino, preciso e imaculado fazer menina ou menino; e cada vez que o varão sexual petisco manduca, temos na procriação prova de que houve truca-truca. Sendo pai só de um rebento, lógica é a conclusão de que o viril instrumento só usou – parca ração! - uma vez. E se a função faz o órgão – diz o ditado – consumada essa excepção, ficou capado o Morgado.