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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

50 anos do 25 de Abril

por josé simões, em 10.03.24

 

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Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
 
 
 
 
 

Hang the dj!

por josé simões, em 26.01.24

 

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Quase um ano depois a segunda edição de Hang the dj! [não é para levar à letra].

 

Hang the dj!, primeira edição

 

 

 

 

In Memoriam

por josé simões, em 27.12.23

 

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Odete Santos

 

1941 - 2023

 

Por sua proposta, enquanto integrante da primeira Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Setúbal como vereadora da Cultura no pós revolução de Abril, o feriado municipal deixou de ser assinalado a 25 de Julho, dia de Santiago, para ser celebrado a 15 de Setembro, dia do nascimento de Manuel Maria Barbosa du Bocage, filho da cidade. Só por isto já tinha valido a pena.

 

 

 

 

"O mais custoso"

por josé simões, em 16.12.23

 

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Era o mais difícil de sair, "o mais custoso" dos bonecos da bola a embrulhar os rebuçados manhosos de acúcar caramelizado que se vendiam na taberna do João Bicho ao Bairro Santos Nicolau em Setúbal. A quem saísse o Pavão tinha o direito de reivindicar uma bola de cautchu ao balcão, "cát' chumbe", como diziam os miseráveis de pé descalço na doca das Fontainhas. E por uns tempos eram os maiores do bairro. "A bola é minha". "Agorra sã todes riques, já nã se joga à bola da rua e já ninguém vai ó banhe à doca, vai tude feite pandelerre du barrque táxi pá Trróia" [*], como me disse o A., amigo de brincar na rua nesse tempo que encontrei há dias na... doca das Fontainhas e que ficou para sempre lá, no sítio e no tempo. A verdade é que se calhar ele é quem tem juízo...

 

[*] Em setubalense: "Agora são todos ricos, já não se joga à bola na rua e já ninguém vai ao banho à doca, vai tudo feito paneleiro no barco-táxi para Troia"]

 

 

 

 

O aprendiz de pantomineiro

por josé simões, em 22.07.23

 

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Rui Rocha do Ilusão Liberal foi ao Livramento em Setúbal para, no intervalo de dar dois beijinhos à Bia e apertar a mão ao Jaquim, que não sabem quem o Rocha é mas sabem as televisões atrás dele, dizer que António Costa deixar o Conselho de Estado a meio para ir mesmo ali abaixo, aos antípodas, ver as gajas jogarem à bola, é imagem de marca do governo socialista, atenção ao peru menor, não é do Partido Socialista, é socialista, quando o ponto em relação à tertúlia da véspera é o que é aquela gente toda esteve alia a fazer quatro horas, que palhaçada foi aquela, já que nada do que estava em cima da mesa é das suas atribuições e competências, mas prontes, damos o desconto porque se calhar isso o Rocha não sabe e não se pode pedir a um aprendiz de pantomineiro que saiba as competências de um Conselho de Estado.

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

O país das contas certas no Preço Certo

por josé simões, em 18.06.23

 

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Fui dar uma volta pelos arraiais dos santos populares nos bairros [alguém devia dissecar quais são os santos impopulares]. Parecia que estava dentro do Preço Certo. Só faltou aparecer o Gordo: "Grande tema! Grande voz! Queres deixar mensagem para alguém sobre as tuas redes sociais?". Nem música a metro é, é música ao quilómetro. Só as letras diferem, dos gajos que querem brincadeira e elas não dão para as gajas que querem encosto e eles vão já tratar do assunto. Imperial em copo de plástico. Eu gosto é do verão.

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

Hang the DJ!

por josé simões, em 16.03.23

 

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Eu estava descansado em casa quando me foram desinquietar, "é pá, não queres ir fazer o dj Faísca à Capricho e coise?", e eu "é pá o dj Faísca está morto há mais de 10 anos, não me fodam o juízo", e do outro lado "é pá, anda lá, uma vez não são vezes e o caralho", e eu " e qual é o nome da noite?", e do outro "lado "hang the dj!, como a música dos Smiths", e eu "foda-se, até parece que não sei, rebéubéu, conversa para aqui, conversa para ali, eu faço o cartaz". E prontes, o cartaz está feito, estão convidados, e vamos lá ver que merda é que sai daqui. O nome da noite não é para levar à letra, just saying.

 

 

 

 

Nunca mais!

por josé simões, em 25.04.22

 

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[Provavelmente o graffiti mais antigo da cidade de Setúbal, desde o dia 26 de Abril de 1974 na parede da antiga conserveira 1.º de Março à Rua Camilo Castelo Branco]

 

 

 

 

O partido novo da gente velha

por josé simões, em 01.09.21

 

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Diz o candidato do Ilusão Liberal à câmara de Setúbal no Diário de Notícias de hoje que "em 47 anos foi só perder". Fazendo uma contas rápidas de cabeça: 2021 - 47 = 1974, o ano do 25 de Abril, e conclui-se que ele "Chega" ao tempo em que o presidente da câmara era nomeado pelo poder central fascista, o tempo em que a família valia na cidade pelo nome, em que não havia cá chatices com eleições e democracias. "Nos anos 70, éramos a terceira cidade do país". Cercada de bairros de lata por todos os lados, excepto pelo lado do rio, onde estavam os pés descalços que iam ao mar quando fazia bom tempo, 4.ª classe para os filhos e ala deitar rede ou aprender um ofício, que davam as mulheres às fábricas de conservas e divertiam-se a falar de bola nas centenas de tabernas que floresciam na cidade e, quando o paizinho do nome de família passava na rua, tiravam o boné, faziam uma vénia e diziam "bom dia sô tôr", que o respeitinho, que era muito bonito, perdeu-se todo com a merda do 25 de Abril, que a escumalha agora até tem canudo e não se inibe de opinar sobre a cousa pública. O partido novo da gente velha ou o novo partido da velha gente, vai dar no mesmo.

 

[A imagem é minha, propositadamente descolorida]

 

 

 

 

Coisas com sentido

por josé simões, em 24.06.21

 

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Pessoas de Lisboa não podem almoçar ou jantar até tarde em restautantes por causa do vírus mas podem meter-se no carro e ir almoçar a restaurantes em Setúbal por causa do vírus. O vírus não carrega no erre.

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

O porco na chafurda, X

por josé simões, em 21.01.21

 

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- Podemos ver isto de duas maneiras:

 

- Que violência chama violência e quem quem passa a vida a insultar e agredir verbalmente os outros só pode esperar a retribuição, é uma questão de tempo. E depois lá virá o Calimero com o dia negro e o atentado à democracia e a liberdade e o coise e tal quando dos maiores atentados que se podem fazer à democracia e ao Estado de direito democrático são as agressões a jornalistas e a coacção à imprensa, mas isso não é merecedor de condenação ou reparo.

 

- Que Joseph Goebbels inventou tudo o que havia para inventar em matéria de propaganda e agit-prop e que agora é só ir buscar e remasterizar porque há sempre uns pobres de espírito dispostos a tudo papar.

E foi um processo em crescendo. Começou com a insinuação de fraude eleitoral. Passou para a fraude dos ciganos inventados. Uma perseguição automóvel do Bloco de Esquerda. Uma incursão em território religioso que correu mal e passou ao lado da generalidade da comunicação social. Até uma tentativa de apedrejamento por ciganos verdadeiros com cartazes da candidata que o vai remeter para a terceira posição nas Presidenciais numa luta ombro-a-ombro com o candidato comunista. Tipo a facada do Bolsonaro, mas como os ciganos modernos não usam facas os ciganos inventados estavam lá atrás preparados para que tudo corresse pelo melhor. E o melhor tinha de ser hoje, o penúltimo dia de campanha, porque se fosse amanhã, o último dia, não servia para nada porque não era notícia em lado nenhum por causa do "dia de reflexão".

 

Percebem?

 

[A montagem de Bernie Sandres na recepção cigana ao Ventas é do Nuno Alexandre]

 

O porco na chafurda, Capítulo IX

 

 

 

 

Os gloriosos dias das "vistas maravilhosas"

por josé simões, em 24.09.20

 

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Cada vez mais perto os gloriosos dias das "vistas maravilhosas" em que deitados na toalha no areal de Tróia teremos como paisagem o Cristo-Rei, a ponte 25 de Abril e toda a linha de costa desde Lisboa até Cascais.

 

Secil estuda ampliação da pedreira no Parque Natural da Arrábida

 

[Inês de Medeiros na imagem, de autor desconhecido, por causa]

 

 

 

 

"Somos todos doutores"

por josé simões, em 26.05.20

 

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Cruzei-me com "o dono do jardim" ao pé de casa, o cabo-verdiano que o tem por conta, todos os dias, de segunda a sexta, aparar sebes, cortar relva, podar árvores, tudo num brinco, que me retribui sempre o cumprimento de bom dia ou boa tarde e que já não via desde que toda a gente recolheu a casa. Viu-me de máscara e, a deixar adivinhar o sorriso de orelha a orelha tapado pela sua, ao bom dia acrescentou "doutor, agora somos todos doutores".

 

[Imagem]

 

 

 

 

Dias do Covid 19, quinta semana de confinamento

por josé simões, em 27.04.20

 

German Soldiers and donkey wearing gas masks during World War I, 1915. Universal History Archive.jpeg

 

 

O que me deixa tranquilo nesta contaminação dos lares da terceira idade com Covid-19 é que até agora só os "colaboradores" foram contaminados, nas televisões não há notícias de trabalhadores nessa situação, menos mal.

 

Fui ao Lidl do Bairro do Liceu e estava a tocar Massive Attack nas colunas de som. À saída fiquei um bom bocado cá fora para ver se a seguir vinha Tricky mas era sorte a mais no mesmo dia no mesmo supermercado.

No regresso passei pelo Bairro do __________ e o barbeiro estava aberto a cortar o cabelo aos velhos. A vida é bela.

 

[Imagem]

 

 

 

 

25 de Abril sempre!

por josé simões, em 25.04.20

 

1. março camilo castelo branco setubal.jpg

 

 

[Provavelmente o graffiti mais antigo da cidade de Setúbal, desde o dia 26 de Abril de 1974 na parede da ex-conserveira 1.º de Março à Rua Camilo Castelo Branco]