Não ter a puta da vergonha na cara é isto
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Pessoas que comentam nas televisões, cujo único atributo para o fazerem é moverem-se bem no amiguismo lisboeta, serem amigos de fulana ou sicrano, conhecerem aquele e aquela, proximidade aos poderes que decidem quais os cartilheiros que, no tempo tal, devem marcar a agenda e passar o spin, que tirando isto não tinham onde cair mortos e ficavam a falar de borla no balcão do café ou no transporte público sem que ninguém lhes passasse cartucho, recebem avença mensal de muitas pensões médias para dizerem aos reformados e pensionistas que não podem ser aumentados no valor da inflação.
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O "Orçamento do Estado mais à esquerda de sempre" corta apoios sociais a 30 mil portugueses carenciados, em cenário de guerra na Europa, subida dos combustíveis e da inflação.
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"O doutor Manuel Pinho tem a conta bancária onde é depositada a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo". Ricardo Sá Fernandes [Jornal da tarde, RTP, minuto 12:17], advogado de Manuel Pinho, 67 - sessenta e sete - 67 anos.
"a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo". "a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo". "a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo".
Ministros de governos que nos dizem que temos de trabalhar até morrer por causa da "sustentabilidade" da Segurança Social.
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Do CDS ao Chega passando pelo Iniciativa Liberal e pelas prestimosas colaborações do Livre, já que esta legislatura parece que vai ser a do "vamos brincar aos parlamentos", à chico-espertice da Iniciativa Liberal com o "projecto de lei para que passem a estar plasmados no recibo de vencimento dos trabalhadores por conta de outrem os custos suportados pela entidade patronal no âmbito das contribuições para a Segurança Social", devia a esquerda avançar com outro projecto de lei para que no recibo de ordenado passasse a constar o número de horas diárias que os trabalhadores têm de trabalhar para justificarem o salário que recebem no final do mês, a mui famosa e por vezes esquecida mais-valia. Talvez assim ganhassem consciência do valor do trabalho, da contratação colectiva, da reivindicação, dos direitos e garantias. Já que é para brincar aos parlamentos brinquemos a sério.
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O sujeito que recebe duas pensões de reforma e que, enquanto Presidente da República, optou pela remuneração mais elevada desconsiderando o cargo que ocupava e a instituição Presidência da República para a qual foi eleito em eleições livres e democráticas, aparece a falar em sustentabilidade do sistema de pensões e em aumento da idade da reforma.
Cavaco acredita que a idade da reforma pode estar perto dos 80 anos em 2050
Marques Mendes foi à televisão do militante n.o 1 ganhar 700 € em 10 minutos para explicar às pessoas que ganham 600 € em 30 dias que cada vez há mais velhos e menos novos e como se não bastasse os velhos cada vez morrem mais velhos e as mulheres cada vez têm menos filhos, o que não é compensado com uma política de imigração inteligente, porque os que têm filhos às carradas não interessa que venham para cá e os dos vistos gold vêm lavar dinheiro e não fraldas [esta parte ele não disse, é um aparte que me ocorre de todas as vezes que ouço falar em "imigração inteligente"] e que temos de encontrar uma solução para o futuro da Segurança Social, para a sustentabilidade do sistema de pensões, e que o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos é um estudo válido, mais que não seja para trazer o tema para a praça pública e goste-se ou não das conclusões tem o mérito de lançar a discussão.
O que o estudo não diz nem Marques Mendes já com 700€ no bolso se lembrou de dizer é que a discussão deve ser redireccionada para o dinheiro dos contribuintes que faz falta ao sistema de pensões, e também à saúde e à educação, enterrado nos bancos privados;
se na era da informatização, da automação, da robotização, do online, que tornam o factor humano cada vez mais dispensável, o tempo em vez de lazer e fruição deva ser de trabalho e de "prisão" para que alguém que ganha 52 vezes mais que o seu semelhante e 120 vezes mais que a média dos seus empregdos se dê não ao prazer da redistribuição mas ao de patrocinar estudos que lhe apontam formas de ficar ainda mais rico.
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O que eles nos estão a dizer é que num futuro mais ou menos próximo o "trabalhar até morrer" vai estar de volta para pagar os biliões do erário público enterrados na recapitalização dos bancos privados que nos ficam com a casa quando deixarmos de ter dinheiro para pagar a hipoteca porque a empresa que nos dava trabalho foi à falência em mais uma crise provocada pelos bancos.
Trabalhar até aos 69 anos permitiria adiar défice da Segurança Social para lá de 2070
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Afinal parece que o ministro mentiu, ou antes, faltou à verdade, ou antes, desconhecia a realidade, porque um ministro não tem de saber tudo e um ministro só diz o que o gabinete de imprensa lhe diz para dizer e se tiver instinto político inventa logo ali na hora com uma perna às costas, adiante.
Afinal parece que só há uma creche a funcionar ao fim-de-semana, ainda assim só ao sábado e ainda assim privada, adiante.
O que o ministro não disse, industriado pelo gabinete de empresa, nem inventou logo ali na hora com uma perna às costas, foi porque é que devem ser os contribuintes, com o dinheiro dos seus impostos, a financiar a abertura de uma creche ao sábado para os filhos dos trabalhadores da Autoeuropa e não uma creche para as cozinheiras, as lavadeiras de pratos, os assadores de peixe e os empregados de mesa e balcão, do contrato de trabalho apalavrado a salário abaixo de mínimo e à gorjeta se a houver, com uma folga semanal, à segunda que é o dia em que não há lota, dos restaurantes onde os trabalhadores da Autoeuropa vão comer peixe assado ao fim-de-semana com a família, adiante.
O que o ministro não disse, industriado pelo gabinete de empresa, nem inventou logo ali na hora com uma perna às costas, foi porque é que devem ser os contribuintes, com o dinheiro dos seus impostos, a financiar a abertura de uma creche ao sábado para os filhos dos trabalhadores da Autoeuropa e não uma creche para as empregadas de limpeza, mulheres a dias como se usava dizer, pagas à hora, a qualquer hora do dia, sem subsídio de férias e sem 13.º mês, nas escadas dos condomínios e nas casas do trabalhadores da Autoeuropa, e para as engomadeiras das engomadorias do trabalho pago à peça, quantas mais melhor, na roupa levada em sacos-cesto de plástico com recolha e entrega ao domicilio dos trabalhadores da Autoeuropa.
O que o ministro não disse, industriado pelo gabinete de empresa, nem inventou logo ali na hora com uma perna às costas, foi porque é que devem ser os contribuintes, com o dinheiro dos seus impostos, a financiar a abertura de uma creche ao sábado para os filhos dos trabalhadores da Autoeuropa e não a própria multinacional a fazê-lo ou, vá lá, a abrir uma creche dentro da própria fábrica como fazem as fábricas, multinacionais ou não, na Alemanha, contribuindo assim para que as crianças cresçam junto das mães/ pais e criando mais postos de trabalho e riqueza para a região.
Ma zisse é converrsa de populisme, vames mazé comerr peixe assade a Setúble [Setúbal accent].
[Imagem "Setúbal, descarregador de peixe, 1952" do insigne fotografo setubalense Américo Ribeiro]
É o que falta na operação de desmantelamento e saque dos sistemas de segurança e protecção social na Europa do Estado social: entregar à especulação dos seguros e dos fundos privados as reformas e as pensões de milhões de europeus.
[Imagem de autor desconhecido]
Os portugueses que ao sábado deixam os filhos com os avós, com os irmãos, ou ao Deus-dará por não terem possibilidades económicas para pagarem uma creche ou uma ama;
Os portugueses que trabalham os sábados ao preço do dia útil pagam, por via do dinheiro dos seus impostos, a creche dos portugueses que ganham o sábado a triplicar;
Os portugueses mais bem pagos de Portugal têm os outros portugueses a pagar-lhes, por via do dinheiro dos seus impostos, a creche dos seus filhos filhos;
Os portugueses que contribuem com o esforço do seu trabalho para 1% do PIB têm a creche dos seus filhos paga com o dinheiro dos impostos dos outros, dos que contribuem para 99%.
Os mui famosos portugueses de primeira e portugueses de segunda.
Segurança Social paga creche ao sábado dos filhos de trabalhadores da Autoeuropa
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Há "a saúde do sistema financeiro" e há a "o factor de sustentabilidade" da Segurança Social.