Ponto de equilíbrio
Entre o 8 da direita radical, onde todos são culpados à partida [e à chegada] – se está desempregado é porque quer, se tem fome é porque é mal governado, e como culpados que são como culpados devem ser tratados e como tal dinheiro ou bens em mão própria nem por sonhos, a sopinha na malga distribuída à mesa presencial e consequente rede dos profissionais da engorda à custa da miséria alheia, prontamente criada e montada no terreno; o 80 da esquerda-geringonça-radical, onde não há homens maus, só vítimas das circunstâncias, e o [mui valoroso] princípio da dignidade do ser humano e da sua autonomia e do combate ao estigma que, pelo menos rigor e laxismo que se lhe segue, inevitavelmente leva ao florescimento e engorda de toda uma classe de mal-formados e oportunistas que se movimentam como peixe na água por entre as redes de distribuição de produtos alimentares e de primeira necessidade.
[Imagem de autor desconhecido]