|| Se Sarah Palin fosse preta
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No dia em que os jornalistas descobriram que a governadora do Alaska fez o que toda a gente faz em todo o mundo nos States, jornalistas à cabeça incluídos: trair o cônjuge e snifar coca.
«Biografia revela que Sarah Palin consumiu droga e traiu o marido»
(Imagem “Lines of cocaine powder”, Paul Bock, via Alamy]
Adenda: Pronto, não foram os jornalistas quem “descobriu”, foi um “ex”, mas deram-lhe tamanha cobertura e destaque que é quase como se fosse.
De cada vez que ouço falar em Sarah Palin e Michele Bachmann e ilhas adjacentes associo logo a The Kelly Affair/ The Carrie Nations de Russ Meyer.
O fenómeno MILF, pela transgressão, pela atracção pelo “fruto proibido”, o “pecado” em sociedades de forte pendor religioso [como a chamada “América profunda”] explica o fenómeno Tea Party?
Curioso, ou nem por isso. Perigoso por isso. Se uma leva a outra, a “outra” implica a repressão de “uma”.
«Bachmann signs pledge to ban pornography, same-sex marriage as president»
O “problema” é que há um precedente. E nos Estados Unidos a figura “O Precedente”, nomeadamente no sistema jurídico (é dos filmes), vale muito:
«Palin is not qualified to be President, Bush has told friends.»
(Imagem Loeb / Getty Images)
Na “terra dos sonhos” a ficção, definitivamente, tomou conta da realidade, the San Fernando Valley goes to Washington, as MILF a caminho da Casa Branca.
Chamem-se sexista e machista, mas isto tudo, na forma e no conteúdo, faz-me lembrar a série XXX "Screw My Wife, Please". Tirem-me deste filme!
Uma americanice.
Como tal, uma máscara mesmo, mas mesmo halloweenesca, para usar logo à noite.
Trick-or-treating? (dia 4 ficamos todos a saber).
Confesso que a primeira vez que vi a senhora não a achei bonita, como dizem alguns, nem sequer uma boazona; “a lasca do Alasca”, como dizem outros. Achei-a simplesmente com cara de “Amaricana”.
“Amaricana” não no sentido de natural dos Estados Unidos, se é que os naturais daquelas latitudes podem ser identificados pela fisionomia. “Amaricana” no sentido que têm as personagens de filmes género Academia de Policia ou Porky’s. A típica cheerleader do liceu, loura, mamalhuda e burra q.b. mas smartass o suficiente para namorar com o capitão da equipa de futebol e para fazer a vida negra às outras; as “nerds”, que se esfalfam a estudar e nunca saem da cepa-torta.
Ontem, depois de ler a notícia, assentei mais um tijolo no meu muro de suspeitas. “popcorn” como password. É dos filmes: o drive-in, o namorado, o balde das pipocas.
Teve mais sorte que a filha (her point of view): nunca casou grávida.
(Não me espantava absolutamente nada que os óculos fossem só para compor uma imagem)
Post-Scriptum: Se em Hollywood a tradição ainda valer, esta senhora vai-se dar mal no fim do filme.
Esta é a minha preferida.
Os seios convenientemente tapados, como convém a uma republicana temente a Deus e defensora dos valores cristãos e da família e tal.
Há mais aqui.
“A escolha de Sarah Palin por John McCain para sua candidata a vice-presidente lança nova luz sobre a democracia americana.” (Negrito meu)
João Carlos Espada no Expresso
(Foto de Steven Cícero)