"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O MRPP bom, excluindo o MRPP que deu Durão Barroso a Portugal e à Europa, foi o MRPP que, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa e do CDS, apoiou a primeira candidatura de Ramalho Eanes à Presidência da República, nada comparado com o MRPP mau que declara apoio a Sampaio da Nóvoa e que faz a amnésia e a desonestidade intelectual da nova direita que não apoia Marcelo Rebelo de Sousa cata-vento mas que vota Marcelo Rebelo de Sousa eu-não-disse-o-que-disse.
A discutir bitaites largados por um promovido do amiguismo lisboeta a comentadeiro-paineleiro com visão política para ter votado em Cavaco Silva, fazer campanha pela mudança que era Passos Coelho e que ainda há pouco tempo afirmou de viva voz que só não votou Soares Carneiro nas presidenciais de 1980 porque à época não tinha idade para votar, o visionário.
A filha da putice que um ex-assessor de Cavaco Silva faz hoje a Sampaio da Nóvoa nas páginas do Diário de Notícias a pretexto do elogio de Saldanha Sanches, deixando o professor-comentador-jornalista-livreiro-nadador-entertainer-pitonisa de fora do "artigo de opinião" [e Diogo Leite de Campos, um dos ideólogos de Passos Coelho no saque ao Estado] é sinal de que a candidatura do ex-reitor pode ser devastadora para as pretensões da direita nas presidenciais de 2016. Bons sinais, portanto.
Já houve uma altura em que a escolha do candidato presidencia[ve]l se afigurava muito mais pacífica e consensual para alguns ilustres, "meu Deus!" , militantes do PS.
Até no Portugal pós-PREC da imprensa nacionalizada e da televisão do canal único a preto-e-branco, sem tuitas nem feiçe coises nem redes sociais e o Moreira de Sá e o caralho, foi possível inventar um candidato, mesmo com um passado político colaboracionista miserável, para sentar na cadeira presidencial, e que só perdeu as eleições porque os comunistas do intelectual Álvaro Cunhal engoliram um sapo avant la lettre. Mas a burrice, a irresponsabilidade política e a falta de sentido histórico dos comunistas do operário Jerónimo de Sousa, plasmados na moção de censura de 2011, também não cabem agora aqui.