"OMO lava mais branco"
No Observador, o online da direita radical.
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No Observador, o online da direita radical.
"Exmo. Senhor Primeiro-Ministro
Os abaixo-assinados, conhecedores do que foi a ditadura do Estado Novo, manifestam, em nome próprio e no da memória de milhares de vítimas do regime – de que Salazar foi principal mentor e responsável – , o mais veemente repúdio pela criação do Museu Salazar, recentemente anunciado pelo Presidente da Câmara de Santa Comba Dão.
Apoiam a carta dirigida a Vossa Excelência, no passado dia 12 de Agosto de 2019, por 204 ex-presos políticos, apelando ao Governo para que intervenha no sentido de impedir a concretização de um tal projecto que, longe de visar esclarecer a população e sobretudo as jovens gerações, se prefigura como um instrumento ao serviço do branqueamento do regime fascista (1926 - 1974) e um centro de romagem para os saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril.
Em 16 de Agosto de 2019", assinar aqui.
[Imagem]
Acabaram os salazaristas em 2017?
Não. Os "órfãos" do ditador que ainda sobrevivem, já todos fora de prazo, foram integrados na ordem social estabelecida pela Constituição política de 1976, como aconteceu com o ex-ministro José Hermano Saraiva, tornado estrela de televisão. São totalmente inofensivos. O que existe, e requer alguma atenção, são adeptos das novas formas de populismo, como Jaime Nogueira Pinto, que tentam abrir caminho à criação de uma formação política neosalazarista, atualizada ao estilo da Frente Nacional de Marine Le Pen. Não creio que venham a ter sucesso.
[Charles Maurras na imagem]
[Via]
Principalmente da parte daqueles que foram, ou que tiveram, familiares perseguidos, torturados, mortos, por pensarem de modo diferente ou só por lutarem por coisas tão simples e tão banais como a liberdade de expressão, e que são hoje, para as novas gerações, tão naturais como o respirar.
Principalmente por aqueles, e por aquelas famílias, que tiveram a vida e as famílias desfeitas e destroçadas numa guerra que não era a sua e que não lhes dizia coisíssima nenhuma, para negar aos outros o que reivindicávamos para nós, sermos senhores do nosso destino e do nosso futuro, e provocada por uma descolonização que não foi feita e que nem sequer era equacionada, não fora o malandro do Mário Soares e os bandalhos dos comunistas se terem lembrado de trazer o tema para a agenda, quebrando a unidade da pátria e o sossego instituído.
Principalmente pelo mundo e pela Igreja que estavam contra nós por causa de uma descolonização que não queríamos fazer, e pelos malandros da Academia Militar que iam estudar para os States e que até se atreviam a vir de lá open mind, a ver o mundo com outros olhos de ver, e a ver uma guerra onde, mais cedo ou mais tarde, iam acabar por morrer, por cousa e por causa nenhuma e em contra-mão ao sentido da História. Ingratos e mal-agradecidos a quem lhes deu oportunidade de estudar no estrangeiro.
Principalmente por causa da "grande dimensão metropolitana" e da "grande massa crítica" que não tínhamos, por causa de Salazar e dum Estado Novo fechado sobre si mesmo, e Deus e Pátria e Família e respeitinho é muito bonito e cada macaco no seu galho e cada um nasce para o que é e manda quem pode e obedece quem deve e o homem rural e a mulher na cozinha e a teta na boca da cria, e que nos impediu de fazer a descolonização que Salazar não queria fazer.
Jaime Nogueira Pinto é uma besta com um título académico que tem boa imprensa e muito tempo de antena e que até pode publicar livros, coisa que o Estado Novo que é muito diabolizado e que Salazar que foi um grande homem, nunca permitiu fazer a quem discordava de si, do seu regime, ou que simplesmente pensava de modo diferente.
Jaime Nogueira Pinto: "Foi-se longe de mais na diabolização do Estado Novo"
[Imagem de Alec Huxley]
Sempre António Ferro. Ranchos folclóricos, galos de prata nos campanários das aldeias mais portuguesas de Portugal, marchas populares, a etnografia do "camponês-esteta", a música popular como contraponto, e alternativa "nacional é bom", ao que vinha lá de fora e corrompia, numa primeira fase o jazz, depois o rock, combatido com o nacional-cançonetismo e o ye-ye. Tudo isto não é mais do que um upgrade do camponês que já não é esteta mas urbano e, desiludido com o cosmopolitismo, defraudado pela modernidade, regressa à terra dos avós, não pela auto-suficiência alimentar mas pelo desenvolvimento da lavoura e pelas exportações e pela criação de emprego, as Casas do Povo e a FNAT substituídas pelas IPSS. A música continua popular, mesmo sem cavaquinhos, acordeões e violas braguesas, dançada nos adros das igrejas e nas festas dos Santos, nas romarias datadas para o regresso dos emigrantes. Organização: Eurodeputado Nuno Melo.
[Fascismo, sim. É procurar no Tubo e nos arquivos online das televisões e das rádios as vezes que o querido líder Paulo Portas se refere a Salazar num tom de respeitosa admiração, e sem esboçar o sorriso cínico de superioridade iluminada com que costuma pontuar as frases telegráficas, como "O Doutor Salazar"]
Mas o piscar de olho, mais ou menos descarado, mais ou menos envergonhado, que alguns sectores do Partido Socialista fazem, sistemática e diariamente, nos painéis de televisão, ao CDS [Maria de Belém Roseira, João Soares, Gabriela Canavilhas, João Assunção Ribeiro, que me perdoem os que ficaram esquecidos], desde a entrevista do mui à esquerda Francisco Assis e a "sua" direita livre e limpa da tentação neoliberal, esbarra constantemente nestas pequenas grandes coisas e nas outras coisas grandes:
«Nuno Melo diz que governo Sócrates foi pior que Salazar»
Como é que a direita que, 40 anos passados, ainda não se livrou da tentação totalitarista, de que é descendente directa, num click vai fazer um reset e ficar de alma alva e purificada para formar Governo com um partido que se reclama da esquerda socialista? Só se for a reescrever a História, modo Nuno Melo…
O busílis da questão nesta never ending story, que começou muuuuuito antes de Manuel Loff e que vai continuar muuuuuito depois de Rui Ramos, é a atitude dos escudeiros, novos e velhos, do salazarismo, do Estado Novo e do fascismo, em particular, e de todos os tiranos da nossa história, no geral, em desculpabilizar a supressão das liberdades fundamentais, a repressão, a opressão, a perseguição política e a tortura, reescrever a História de modo a que o povo acredite que não foi dor a dor que realmente sentiu, enquanto, simultaneamente, agitam o fantasma de um regime político que nunca existiu, a ditadura comunista que oprimiu Portugal no pós revolução de 74.
¡No Pasarán!
[Imagem]
O 'problema' não é haver quem se lembre de lançar uma marca Salazar como forma de «potenciar a economia», o problema [já sem aspas] é haver quem esteja disposto a largar dinheiro pelos produtos da marca, e não devem ser tão poucos como isso, caso contrário seria uma aposta falhada.
E a marca ser lançada com o patrocínio de um presidente de Câmara eleito – eleito – pelo voto popular nas listas do PSD, também não causa admiração por aí além. Afinal os fundadores do partido nasceram todos para a política na fascista União Nacional, e foi com base na estrutura caciquista dessa mesma União Nacional, com o apoio da Igreja católica, que o partido se implantou depois da revolução de Abril.
Já curioso não é haver quem se indigne e proteste contra o ressuscitar daquilo que de pior houve na História de Portugal, e contra mais uma tentativa de reescrever a história, curioso, no mínimo, é haver entre os indignados quem, se reclamando do antifascismo, tente rever e reescrever a História noutras latitudes, com outros ditadores e/ ou genocidas ao pé dos quais Salazar foi um menino de coro, e nem sequer faça disso segredo, e se reclame da sua herança com indisfarçável orgulho.
O meu ditador é melhor que o teu ou, como diz o povo, quem sai aos seus não é de 'genebra'.
[Imagem de autor desconhecido]
«Precisávamos de um homem com a inteligência e a honestidade do ponto de vista do Salazar (...)»
¿Por qué no te callas?
"Salazar era um democrata-cristão convicto"
(Imagem Clown in Polka-Dotted Suit, autor desconhecido)
Faz hoje 40 anos que Salazar não morreu. Está entranhado até ao tutano na alma do povo, mesmo na daqueles que nos concursos de televisão respondem que o que já-nasceu-velho em St.ª Comba Dão foi um capitão de Abril. É um trabalho árduo e moroso. Um vintém é um vintém e um filho da puta é um filho da puta.
Escrito pelo advogado de defesa e guardião da memória de Salazar que, entre outras, ilegalizou os partidos políticos, instituiu a polícia política e a censura; onde as mulheres necessitavam da autorização e da assinatura do marido para tudo e mais alguma coisa, os mortos votavam e os militares e polícias votavam de cruz e às escuras no partido único; isto é para levar a sério?