Amor de embaixador
Perfeito, perfeito teria sido a mãe a enviar as flores à outra mãe. De mulher para mulher, de mãe para mãe, o sofrimento, o amor de mãe, como nas tatuagens, o sofrimento da mãe na sabedoria de Salomão. Calava bem fundo no coração da mãe, nos corações das mães. Mas a cultura e a religião, a cultura moldada pela religião não permite à mulher protagonismos desta natureza. À mulher, depósito de esperma. À mulher-mãe, máquina de fazer filhos. E isto, mais do que uma falha nesta estratégia, em construção pelo embaixador do Iraque em Portugal na tentativa de minimizar estragos por via de um oficioso extra-judicial, mostra uma falta de respeito pela cultura e tradições do país que o acolheu enquanto representante de um Estado estrangeiro, pelo desprezo de nem se dar ao trabalho de ter tentado minimamente perceber como as coisas funcionam, aqui.
[Imagem de autor desconhecido]