"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Como a anedota do menino Joãozinho que já não faz ninguém rir - vá lá um sorriso amarelo - por mais velha que o cagar de cócoras, mas que ainda assim é ciclicamente ressuscitada pelas novas gerações no bê-a-bá do ensino básico para quem aquilo soa a novidade e descoberta, também a famosa carta de Rosa Coutinho é ciclicamente ressuscitada pelos ressabiados (e e ínclita descendência) da descolonização e do 25 de Abril. Basta ler alguns dos blogues que linkam para esta notícia. O Pacheco Pereira explica. Trolls.
Ferreira Fernandes recorda-nos hoje no Diário de Notícias, aquele tempo em que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço.
Apesar de haver por aíadultos-crescidos, como se diz no Alentejo, que continuam a bater o pé; que sim senhor, que o Pai Natal existe. Enfim…
(Foto AFP via The Guardian)
Post-Scriptum: Sendo uma falsificação, tem apesar de tudo valor documental para quando se escrever a história recente de Angola. Vale para perceber como funcionava(m) a(s) pessoa(s) que o forjaram, e, principalmente, para se perceber como eram as relações de forças ao nível dos movimentos de libertação, a sua implantação e aceitação no terreno. Num país com maioria absolutíssima de população negra; num país que durante 500 anos, para o bem e para o mal, nunca conheceu outro sistema político que não uma ditadura colonialista, é interessante sobretudo esta parte do “documento”:
“A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar.”
Sabendo-se como funcionavam os então colonos brancos idos da Metrópole (e/ ou os seus descendentes); e, salvo raras excepções, como se relacionavam e lidavam com “os pretos”; por outras palavras, o que se dizia à época em Portugal: FNLA&UNITAigual a neo-colonialismo…