"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Quando as bandeiras e os estandartes começaram a aparecer nas barricadas na Praça da Independência em Kiev, a comunicação social, por ignorância ou porque sim, olhou para o lado, ignorou e focou câmaras e apontou microfones nos “combatentes da liberdade”, que até queriam ser europeus como nós. Foi uma alegria e demos todos muitas vivas, aqui, deste lado de cá:
Alguém ainda se lembra do projecto de golpe de Estado encomendado a Paulo Teixeira Pinto pelo duo Pedro Passos Coelho/ Miguel Relvas, e apresentado ao país como projecto de revisão constitucional, e das linhas orientadoras constantes para o ensino obrigatório gratuito, e da "razão atendível" para o despedimento, e dos capítulos sobre economia, e do "limpar termos e palavras" da Constituição, e da "auto-dissolução" da Assembleia da República e da "moção de censura construtiva", entre outras, e retirada à pressa da discussão pública pelas reacções negativas e adversas que provocou, até dentro do próprio PSD? Alguém ainda se lembra? É que se calhar a concepção política, económica e social da maioria PSD/ CDS-PP para o país, à luz desse projecto, agora no fundo da gaveta a aguardar melhores dias, ajuda a perceber os 9 – nove – 9 chumbos do Tribunal Constitucional.