"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
As pessoas não querem trabalhar 10, 12, ou mais horas por dia, a horários impróprios com impróprias horas de refeição, com dias de folga que não lembram ao diabo e com férias quando ninguém as quer ter, a aturarem desde a maior besta do mundo ao cavalheiro mais simpático e educado, com contratos de trabalho a termo incerto e na maioria apalavrados, pelo preço de um salário mínimo nacional e gorjetas a dividir por todos. A solução passa por pagar-lhes, no mínimo, salários de hospedeira, já que servem "cafés, laranjadas e chás"? Nope, "a solução para esta falta de mão-de-obra passa por um programa de imigração organizado", Odemiras a perder de vista, se calhar apoiadas pelo Governo e subsidiadas com o dinheiro dos impostos dos que ganham de salário de hospedeira para cima.
Pessoas de Lisboa não podem almoçar ou jantar até tarde em restautantes por causa do vírus mas podem meter-se no carro e ir almoçar a restaurantes em Setúbal por causa do vírus. O vírus não carrega no erre.
O IVA, que é pago pelo cliente, é o responsável pela não criação de emprego na hotelaria num ano em que a ocupação hoteleira bateu todos os recordes, pasme-se, depois do aumento do IVA, pago pelo cliente, ter sido o responsável pelas falências e pelo aumento do desemprego no sector. Quando o IVA para a restauração e hotelaria baixar [se baixar], como a esquerda prometeu em campanha eleitoral, a gente vai estar aqui, atenta ao reflexo dessa baixa nos preços a pagar pelo cliente e na criação de emprego mais que não seja para provar que não são precisas intervenções "venezuelanas" na economia.