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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Ondas de choque

por josé simões, em 01.03.07

As ondas de choque provocadas pelo resultado do referendo a Interrupção Voluntária da Gravidez continuam a fazer-se sentir; propiciando alguns comentários no mínimo hilariantes e, sintomáticos da confusão que reina na cabeça dos apoiantes do “Não”.

 

Isilda Pegado, ex-mandatária do movimento Plataforma Não Obrigado, ontem comentando o acordo estabelecido entre o PS, PCP, BE e Verdes para a nova lei:

 

“Não respeita as nossas preocupações do Presidente da Republica”

 

E até admite a hipótese da possível inconstitucionalidade da Lei que vier a ser aprovada!

 

Honestamente: A princípio fazia-me alguma confusão a evidente passividade e até, algum deslumbramento dos repórteres de serviço à recolha destas e outras declarações; depois passei pela fase da incredulidade e, atingi neste momento o nível da indignação.

 

Entre tanto microfone apontado, não há um – só um que seja – que se lembre de perguntar:

- Inconstitucional porquê?

- Por ter sido elaborada e negociada numa área usualmente arredada daquela a que se convencionou chamar “partidos de governo”?

- Inconstitucional por eventualmente – sublinho eventualmente – não respeitar as preocupações do Presidente da República?

- Estará Isilda Pegado mandatada por Cavaco Silva para exprimir as preocupações presidenciais?

 

Post-Scriptum: Anteriormente para demarcara as águas entre os chamados “partidos de governo” e todos os outros com assento parlamentar, a direita usava o termo “partidos democráticos”, o que recorrendo à velha dicotomia Esquerda-Direita, na esquerda significava PS.

Ontem contudo, e devido a esta nova realidade que foi a elaboração da Lei à IVG, surgiu uma nuance que passou despercebida à maioria, se não a toda a comunicação social: Esquerda Parlamentar.

Interessante.