"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Recorrendo ao léxico marcelista, o Presidente aceita nas ilhas adjacentes da Madeira, com o seu partido, aquilo que não aceitou na metrópole com o PS, sendo que o camarada madeirense Albuquerque é arguido, e com um rol de suspeitas em cima, ao passo que Costa ainda não sabe sequer do que é investigado um ror de meses passados.
Alguma vez iremos saber o que aconteceu no palácio de Belém no dia 7 de Novembro de 2023 entre as dez e meia da manhã, hora da saída de António Costa, e o meio-dia e vinte, hora da saída de Lucília Gago, 50 minutos depois de ter entrado para falar com Marcelo antes do famoso parágrafo vir a público?
"Não não vamos governar o país com o apoio do Chega porque não precisamos". E se, com mais ou menos suor a escorrer por todos os poros, precisarmos [precisarem]? Ninguém perguntou. Quase 50 anos passados sobre a revolução de Abril e continuamos a levar com os artistas da semântica. E são todos grandessíssimos democratas, que ninguém ouse questionar isso.
Que pela primeira vez uma linha vermelha foi traçada pelo PSD, com o Chega não conta para soluções de governação, papagueiam até à exaustão os comentadeiros e analistas de serviço nas televisões a propósito da chico-espertice elaborada por Miguel Albuquerque para fugir à questão. Vamos todos fazer de conta que a seguir a "com o Chega não" não havia uma vírgula e continuava "porque é um partido centralista, contra a autonomia". A linha vermelha não foi traçada por o Chega ser albergue de fascistas e nazis, um partido genuinamente anti-democrático a coleccionar deliberações atrás de deliberações do Tribunal Constitucional a invalidarem tudo o que é decidido em congressos e assembleias. Uma linha vermelha foi traçada mas no sentido de estar comida pela traça.
Cada um tem o seu campeonato dentro do campeonato que é espremer resultados eleitorais para conseguir não perder umas eleições nem sequer levar uma abada. Mais a piada que se fez sozinha, o candidato vitalício do PCP na Madeira passar toda uma campanha eleitoral a dizer que tinha chegado a hora da mudança.
O "operário" Raimundo foi à Madeira dizer coisas. A Madeira que, assolada com o regresso de milhares de retornados e descendentes de emigrados a fugirem à fome e à miséria na Venezuela, insiste em não perceber a mensagem do "operário" Raimundo, que a alternativa à governação de 47 anos é a CDU, a CDU do PCP que apoia Maduro na Venezuela, de onde esta gente toda parece não parar de chegar.
O PSD, que perdeu votos, deputados e uma maioria absoluta de 43 anos, ganhou as eleições porque chegou ao fim em primeiro lugar e vai formar governo;
O PS, que já tinha chegado ao Governo da Região Autónoma ainda antes do dia das eleições que perdeu, ganhou as eleições porque triplicou os número de votos e de deputados;
O CDS, que passou de sete para três deputados e perdeu 8 000 votos, ganhou as eleições porque se alçou ao poder e com três deputados eleitos consegue encaixar 300 'John Antunes' na estrutura do Governo Regional, sem contar com o volume de negócios que virá por arrasto para as empresas amigas e dos amigos;
Se calhar é por ser Agosto e o povo estar todo a banhos mas passaram despercebidas, não nas televisões do pensamento único mas nas redes sociais [gloup], as declarações do delfim de Pedro Passos Coelho nas ilhas adjacentes sobre a "renegociação" das Parcerias Público-Privadas, papagueadas pelo ministro da Economia, António 'soldado disciplinado' Pires de Lima e repetidas ad nauseam pelo querido líder Paulo Portas, em tandem com aquele-que-nunca-fala-verdade, candidato à renovação do mandato de primeiro-ministro,
que nos confirmam que não houve renegociação das PPP's coisíssima nenhuma, simplesmente o Estado vai deixar de fazer o que até então era responsabilidade contratual do privado e que os pneus, suspensões, direcção e chaparia diversa, vítimas das crateras e do mau estado do alcatrão, ficam por conta do cidadão-condutor-contribuinte.
Numa busca rápida pelo Google encontramos éne provérbios com o termo 'mentira'.
Sendo o Governo Regional da Madeira o maior empregador das ilhas, directamente via serviços e administração pública, ou indirectamente por via de concessões várias e das obras públicas adjudicadas a empresas "do regime", e estando o PSD, e as vitórias eleitorais do PSD, dependentes da rede clientelar assente nesta relação promíscua, como é que Miguel Albuquerque vai implementar a sua reforma do Estado sem “exterminar” o partido que dirige?
Da última vez que tinha ouvido falar em "chapelada" eleitoral tinha sido na casa do avô Zé, à roda da mesa de jantar, era eu um puto e o pai contava quando uns fulanos da Legião Portuguesa apareceram no quartel com uns boletins de voto que eles, depois de "aconselhados" pelo comandante da companhia, na parada em formatura, depositaram numa caixa. Não, o pai não esteve na tropa na ilhas adjacentes da Madeira e Porto Santo, esteve no Regimento de Infantaria de Évora.
epá, a gente falsificou mas não foi com intenção de prejudicar ninguém nem tampouco com a intenção de tirar benefícios ou sacar lucro, a gente falsificou porque sim, desculpem lá qualquer coisinha e a maçada, não se fala mais nisso. prontes. epá, e havia coisas que dantes eram crime mas que agora já não são, temos pena, o legislador também não teve a intenção de prejudicar ninguém nem tampouco de beneficiar, desculpem lá qualquer coisinha e a maçada, não se fala mais nisso. prontes.
O "Deve e Haver das Finanças da Madeira" começa no século XV, que foi quando os portugueses chegaram às ilhas e, de chicote na mão, começaram a escravizar os nativos nas plantações de bananas, a impor-lhes os costumes trazidos do continente e o português como língua oficial, proibindo o uso da língua materna, o madeirense, e vai até ao século XXI, já na última fase, a da queda, depois da ascensão e apogeu de Alberto Simão Bolívar Jardim, líder e herói da luta da libertação contra o colonialismo.