"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Diz que quer ser primeiro-ministro de Portugal e diz que o seu passado se chama Passos Coelho e joga com a fraca memória de quem já não se lembra das figuras que fez enquanto líder parlamentar do partido que suportava o governo da troika, primeiro como figura de ponto que deixava as dicas para o líder discorrer longamente sobre asvirtudes e bondade do acto governativo, depois com os números de contorcionismo na defesa do "além da troika".
"O doutor Manuel Pinho tem a conta bancária onde é depositada a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo". Ricardo Sá Fernandes [Jornal da tarde, RTP, minuto 12:17], advogado de Manuel Pinho, 67 - sessenta e sete - 67 anos.
"a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo". "a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo". "a sua reforma desde há muitos anos, desde há muitos anos mesmo".
Ministros de governos que nos dizem que temos de trabalhar até morrer por causa da "sustentabilidade" da Segurança Social.
O sujeito que recebe duas pensões de reforma e que, enquanto Presidente da República, optou pela remuneração mais elevada desconsiderando o cargo que ocupava e a instituição Presidência da República para a qual foi eleito em eleições livres e democráticas, aparece a falar em sustentabilidade do sistema de pensões e em aumento da idade da reforma.
Marques Mendes foi à televisão do militante n.o 1 ganhar 700 € em 10 minutos para explicar às pessoas que ganham 600 € em 30 dias que cada vez há mais velhos e menos novos e como se não bastasse os velhos cada vez morrem mais velhos e as mulheres cada vez têm menos filhos, o que não é compensado com uma política de imigração inteligente, porque os que têm filhos às carradas não interessa que venham para cá e os dos vistos gold vêm lavar dinheiro e não fraldas [esta parte ele não disse, é um aparte que me ocorre de todas as vezes que ouço falar em "imigração inteligente"] e que temos de encontrar uma solução para o futuro da Segurança Social, para a sustentabilidade do sistema de pensões, e que o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos é um estudo válido, mais que não seja para trazer o tema para a praça pública e goste-se ou não das conclusões tem o mérito de lançar a discussão.
se na era da informatização, da automação, da robotização, do online, que tornam o factor humano cada vez mais dispensável, o tempo em vez de lazer e fruição deva ser de trabalho e de "prisão" para que alguém que ganha 52 vezes mais que o seu semelhante e 120 vezes mais que a média dos seus empregdos se dê não ao prazer da redistribuição mas ao de patrocinar estudos que lhe apontam formas de ficar ainda mais rico.
O que eles nos estão a dizer é que num futuro mais ou menos próximo o "trabalhar até morrer" vai estar de volta para pagar os biliões do erário público enterrados na recapitalização dos bancos privados que nos ficam com a casa quando deixarmos de ter dinheiro para pagar a hipoteca porque a empresa que nos dava trabalho foi à falência em mais uma crise provocada pelos bancos.
"Como vai ser a minha reforma, qual o papel do Estado e, [debate inquinado logo à partida], que parte cabe aos privados?", que estão genuina e desinteressadamente preocupados com o meu futuro e com a minha reforma. O Expresso em parceria com a Eurovida, uma companhia de seguros, e um banco, o Popular. É tudo negócio e "liberdade para pensar". E fazer fé que, em caso de malabarices e trafulhices por parte de quem, geguinamente se preocupa com o meu futuro e a minha reforma, a parte que cabe ao Estado é assumir o prejuízo, depois da parte do meu futuro e da minha reforma que couber aos privados. A entrada é livre, apesar de haver quem jure a pés juntos que "não há almoços grátis".
E se o impacto dos 100 mil for superior aos peso dos 4 milhões? A coligação não esclarece nem apresenta contas e deixa a coisa para sede de concertação social onde só vai haver um voto contra e de vencido, as usual, o que é o mesmo que dizer que a proposta já está aprovada caso ganhem as eleições, praise UGT.
No entanto no programa que vai a votos propõe "a introdução, para as gerações mais novas, de um limite superior para efeitos de contribuição, que em contrapartida também determinará um valor máximo para a futura pensão. Dentro desse limite, a contribuição deve obrigatoriamente destinar-se ao sistema público e, a partir desse limite, garantir a liberdade de escolha entre o sistema público e sistemas mutualistas ou privados" daí se depreendendo que os 100 mil que agora vêm à baila sejam os 100 mil mais bem remunerados e os 100 mil que vão ter a tal da "liberdade de escolha" e os 100 mil que vão ter um impacto devastador num sistema que assenta na repartição e na solidariedade.
O que nós gostaríamos era de ter um ministro, um só um, para o caso até podia ser mesmo o do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de um Governo de "um país considerado rico no mundo" a lamentar num "país considerado rico no mundo" haver uma coisa chamada "Tarifa Social de Electricidade" e não a lastimar-se por a tal da tarifa continuar longe da meta estabelecida pelo Governo. Daí o outro lamento do outro do objectivo falhado de baixar o custo do preço do trabalho e a insistência em cortar 600 milhões nas pensões e reformas.
"A tarifa social não está a ter um nível de adesão tão elevado como gostaríamos"
Vão ver que não custa nada e que a meta vai ser largamente ultrapassada se continuarmos com mais 4 anos da mesma posologia, para lá de Outubro de 2015.
Já estava na hora de se fazer o deve e o haver, com números e percentagens e assim, da contribuição destes 4 anos de coligação PSD/ CDS-PP para a descapitalização da Segurança Social e para a sua insustentabilidade, no geral, e particularmente do CDS, a quem calhou em sorte o ministério com a tutela da Segurança Social, não só na sua futura insustentabilidade mas também na criação de um Estado paralelo ao Estado, pago com o dinheiro do Orçamento do Estado, para fazer exactamente a mesma coisa que o Estado fazia e faz, com o extra que é a criação e o fomento de uma nova classe de bem-instaldos na vida às custas do negócio com o infortunio e com a miséria alheia, com muita fé em Deus.
O CDS a sacudir a água do pacote por tudo isto, como se tudo isto nunca tivesse sido dito e como se não fossem juntos a votos, PSD e CDS, lá para o final do Verão.