"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Além da História, devia o Ministério da Educação, em nome da redução de custos e/ ou contenção de despesas, acabar com o ensino do Inglês, em particular, e com toda e qualquer língua estrangeira, no geral, na escola pública.
É extremamente perigoso, e potencialmente subversivo, ter as pessoas a ir à net ler, noutras línguas, outras opiniões que não o discurso formatado da brigada do “direita volver!” dos paineleiros do comentário político-económico com lugar cativo para toda a época, nas rádios, televisões e jornais nacionais.
Sejamos directos: vai vir merda grossa. Ler e contar e saber quem foi o primeiro rei de Portugal, e se calhar trabalhos manuais. A baixa qualificação tem de incluir o saber trabalhar com uma goiva e uma agulha para fazer sapatos em S. João da Madeira. A filosofia e as artes estimulam o espírito critico e ter gente, muita gente a pensar, muito nunca deu bom resultado. O princípio é o mesmo que se aplica à economia, não é trabalhar melhor, é trabalhar mais horas. Não é estudar melhor, é aumentar a carga horária.
E sempre fomos muito dados a deixar que os outros achassem por nós. E é o que vai valendo. E agora todos encarneirados de braços no ar e com o isqueiro acesso a cantar o "Ai Timor" do Luís Represas. É preciso unir o povo à roda de um grande desígnio nacional.