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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Receber em géneros

por josé simões, em 01.08.08

 

Leio que "a proposta de lei de alteração da legislação laboral prevê que o trabalhador já não tem de dar o seu acordo para que parte da retribuição a que tem direito seja paga em espécie".

 

E que os mineiros em Aljustrel recebiam leite e que os padeiros recebem pão e que os pescadores recebem peixe que tentam depois vender nas traseiras do Mercado do Livramento em Setúbal, nos intervalos em que não andam a fugir à policia por venda ambulante ilegal (digo eu).

 

O regresso à Idade da Pedra. Esta gente ainda não percebeu que o dinheiro foi inventado por alguma razão? E depois, no final do mês, chegam os padeiros à EDP e: “tome lá um saco de pão que é para abater aí na conta da electricidade!”. Ou os pescadores no banco: “Agarre lá aqui nesta teca de sardinhas que para a renda da casa… mas olhe, não convém deixar para amanhã porque ficam com “gravata!”

 

Temos assim a metamorfose – por decreto – do patronato em Banco Alimentar.

Esqueceram-se de introduzir uma alínea a prever que os salários sejam pagos em… sal”. Que é para fazer jus ao nome.

 

Cada escavadela uma minhoca. Deve ser da estação.

 

(Foto de Nic Bothma para a EPA encontrada no Guardian)