O Mal
O Mal. O partido do ódio.
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O Mal. O partido do ódio.
Não foi o Donald Trump que disse [a piada racista sobre Porto Rico]. Já o que Joe Biden disse [lixo e apoiantes de Trump] foi Kamala Harris quem o disse. Nem é o jeitinho que a direita tem para mudar narrativas num click, é a apetência que as pessoas decentes têm para papar essas narrativas, devidamente amplificadas pelos media amorfos e com agenda.
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A direita sonsa, que pensa em privado o que o taberneiro diz em público e em voz alta, depois do fiasco que foi a manif "em defesa da polícia", percebendo que não pode... err... que não deve defender o indefensável, o faroeste, porque lhe cai a máscara da "respeitabilidade", aproveita-se agora do motorista da Carris para desviar o foco do racismo endémico nas polícias, quando a verdade é que o motorista da Carris, que parece tanto preocupar a direita sonsa, podia ele próprio ter sido abatido pela polícia, à noite, a caminho de casa depois de largar o serviço. Ou é preto ou é brasileiro, é suspeito à partida e é suspeito à chegada. Se não fez qualquer coisa é porque ia fazer outra coisa ainda pior. É dano colateral duas vezes, a primeira como vítima inocente dos motins, a segunda como vítima inocente no aproveitamento político daqueles que contra todas as evidências constroem narrativas a negar a génese dos motins e onde as vítimas são culpadas de serem vítimas.
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Ernst Thälmann, dirigente do Partido Comunista Alemão [KPD], fiel a Estaline, assassinado em 1944 em Buchenwald por ordem directa de Hitler.
Quando o inimigo era a social-democracia, rebaptizada social-fascismo por ordem de Moscovo, valeu tudo, até aliança com os nazis do NSDAP para piquetes de greve na Berliner Verkehrsgesellschaft, empresa de transportes de Berlim. Agora, quando o fascismo está aí outra vez em força e é cada vez mais urgente uma unidade e convergência entre forças democráticas e progressistas, há quem faça depender a participação numa manifestação anti-racista, no mesmo dia dia em que os fascistas organizam um desfile "contra a imigração", do suposto apoio à NATO, a força militar mais multicultural, multiétnica e multinacional da história, e um alegado silenciamento sobre as acções de Israel na Palestina. "Política unitária não é isto", política unitária é deixar o cérebro em casa e obedecer aos ditames do Comité Central.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, mas a tradição ainda é o que era.
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Os da "Argélia não é uma colónia francesa mas um departamento" e da consequente guerra, com milhares de mortos de ambos os lados, tortura, repressão da população civil, massacres, terrorismo de Estado, mais os milhões de refugiados e "retornados" a França, e as convulsões sociais e políticas com isso geradas, são os "a França está infestada de argelinos", "estamos a assistir à gradual substituição da população".
Percebem o título do post e a imagem que o ilustra?
Uma vez em Soissons, pequena cidade a norte de Paris, perguntei a um emigrante português porque é que recebia em casa o jornal da, à época, Frente Nacional, e votava na Marina se o partido tinha um discurso xenófobo e anti-emigração. Respondeu-me que eles, os portugueses, não eram emigrantes, emigrantes eram "os árabes e os pretos". Lembrei-me disto ao ler que o Attal apelou ao voto dos luso-descendentes contra o Rassemblement National que quer dividir os franceses por nacionalidades.
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Na convocatória para a cercadura ao Parlamento, a páginas tantas, o taberneiro diz "dia 4 às 15 horas" enquanto faz com a mão direita o gesto três dedos e um zero que, em linguagem gestual, todos já vimos no canto do ecrã a tradução, significa "dia 4 às 15 horas" e não o símbolo White Power dos supremacistas brancos e, por coincidência e só por coincidência, também o símbolo do Movimento Zero nas polícias, aqueles senhores e senhoras que nos grupos WhatsApp, Telegram e contas fechadas no Facebook se dedicam a insultar imigrantes e gente de outras cores, para, mais rápidos que a própria sombra, os ditos zeros responderem ao apelo do chefe e gritado presente. Nas televisões, rádios, jornais, que andaram com o senhor ao colo e o engordaram, ninguém deu por nada, mesmo depois de elevados à categoria "Inimigos do Povo". Espectáculo!
Ontem tivemos uma fundação, alegadamente isenta e sábia, a enfiar-nos pelos olhos dentro a bondade e a virtude de mais da transferência de rendimentos do trabalho para o capital aka trickle-down, como se tivéssemos todos nascido ontem. Hoje temos o sindicato dos patrões a clamar por unanimidade para mais transferência de rendimentos do trabalho para o capital, por causa da competitividade, do crescimento económico, dos salários, do investimento estrangeiro, com o estudo da fundação, alegadamente isenta e sábia, na mão, que o "demonstra de forma inequívoca". Lá para domingo ninguém se espanta se os dois ex-líderes partidários da direita - Mendes & Portas, no espaço de agit-prop, denominado "análise isenta", que detêm em horário nobre, canal aberto, e sem contraditório, aparecerem a vender a virtude do estudo da fundação, alegadamente isenta e sábia, como eles, e como os patrões das empresas necessárias para o crescimento económico, a creação de riqueza e blah blah blah [criação em português antigo porque é desde esse tempo que nos prometem isto].
Aguiar-Branco, o erro de casting que calhou ser segunda figura do Estado na pele de presidente da Assembleia da República, depois de cair na real e ter visto a merda que fez [ao abrigo da liberdade de expressão, honi soit qui mal y pense] em vez de recuar e, num acto de humildade democrática, reconhecer que errou, sem precisar pedir desculpa, seguir em frente e emendar a mão quando a ocasião se propiciar outra vez, e não vão faltar vezes, ensaia uma fuga para a frente e tenta emporcalhar mais gente no turbilhão [também ao abrigo da liberdade de expressão, honi soit qui mal y pense], chamando uma embaixada de sábios em seu socorro. Lá para domingo ninguém se espanta se os dois ex-líderes partidários da direita - Mendes & Portas, no espaço de agit-prop, denominado "análise isenta", que detêm em horário nobre, canal aberto, e sem contraditório, aparecerem a defender a posição de Aguiar-Branco e a apontar o dedo à esquerda castradora.
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Para a posteridade fica a segunda figura do Estado, o presidente da Assembleia da República, a casa da democracia, aplaudido de pé pela bancada do partido da taberna, e o silêncio de todas as outras, incluindo a do seu partido, depois de legitimado o racismo, o insulto, o ódio, sob a capa da "liberdade de expressão". Desceu a Avenida nos 50 anos do 25 de Abril mas foi uma encenação teatral.
[Imagem ao abrigo da "liberdade de expressão" invocada e aplaudida]
A direita que é contra a disciplina Cidadania e Desenvolvimento no currículo escolar é a direita que alçada ao Governo responde com policiamento a crimes de ódio nas escolas e, com um bocado de sorte, calha a patrulha aqueles agentes da autoridade que se entretém no Telegram e no WhatsApp a destilar ódio contra imigrantes e minorias étnicas perante a total indiferença da tutela. Quando o tiroteio entrar na escola a solução vai ser autorizar professores e funcionários a andarem armados. Make Portugal Great Again.
No dia a seguir a um bando de energúmenos encapuçados, pela calada da noite ter assaltado uma casa na cidade do Porto e, movidos pelo ódio, agredido barbara e gratuitamente imigrantes magrebinos que dormiam no seu interior, a Procuradora-Geral da República vem a público com uma das bandeiras da extrema-direita na mão mostrar-se «preocupada com entrada no país de jovens "desenraizados" e "indocumentados"», amplificando o discurso do partido da taberna no Parlamento. Que nome é que se dá a isto?
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Agora não tem jeito... A extrema esquerda racista, fascista e a comunicação social mentirosa vão ter que levar com o negão do CHEGA [emoji] Viva Portugal [bandeira nacional]
O Twitter de Marcus Santos, Vice-Presidente da Comissão Política Distrital do Porto. Conselheiro Nacional do partido CHEGA. Ex-atleta profissional. Deputado eleito pelo círculo eleitoral do Porto à Assembleia da República. Brasileiro. Estas duas últimas acrescentei eu.
E depois os comentários ao tweet:
"Já que vais “representar” o povo português podias pelo menos esforçar te para falar em português.". "vais estar no Parlamento Português, podes por favor começar a falar em Português, o Português de Portugal. Obrigado". "Vi num video que disseste "Portugal aos portugueses". Porque é que estás num partido português, agora deputado, não sendo português?". "Não nos representas. Desaparece". "Aprende a falar português se quiseres representar os portugueses, é o mínimo que podes fazer.". "Não representas nem Portugal nem os portugueses. Foste um erro de casting, uma má escolha que o partido Chega se vai arrepender e muito. O tempo me irá dar razão. Entretanto por favor, tenta não falar muito na AR, é que só sai merda dessa boca fora.". "Sempre vai ganhar mais que o RSI...". "Bosta!". "volta para a tua terra mas é". "O Tio Tom foi eleito?". "vão ter que levar" o quê, meu senhor??? O senhor foi, realmente, alfabetizado em português? Não lhe causa qualquer rubor se expressar, na terra de Camões, tão terrivelmente?". "Vais limpar as retretes da assembleia??". "Vergonha nacional. Que desilusão, foda-se!". "Pretos para a terra deles.". "completamente patético e vergonhoso". "não nos representas, brasileiro."
E no fim ficamos todos a saber que os comentários não são de trols eleitores do partido da taberna: "Acho piada aos comentários. A malta de esquerda vem toda aqui para aliviar a azia. O melão é tão grande, que até choram!". Atacado e insultado pelo próprios camaradas que afinal são todos da esquerda ressabiada. Que nome é que se dá a isto? Idiotas úteis, parafraseando o chefe.
Jorge 'bazófias' Jesus, revoltado com os indianos e os paquistaneses que lhe roubaram mais de um milhão de euros em poupanças no BPP, foi refazer a vida a treinar um clube de futebol no Rio de Janeiro, cidade segura, nada como Lisboa, cheia de povos diferentes, etnias diferentes, falta de segurança, e de onde após breve interregno seguiu para o estado islâmico da Arábia Saudita, onde não há liberdade nem democracia mas há respeitinho, segurança e ordem, e milhares de imigrantes quenianos em situação de escravatura, vítimas de maus tratos e com elevado índice de mortalidade associada às condições de trabalho. Se calhar tem desses empregados por conta. Parafraseando o colega de profissão Manuel Machado, "um vintém é um vintém, um cretino é um cretino"
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Uma publicação no Twitter alusiva ao 40.º Curso de Formação de Oficiais da Polícia ilustrada com a foto de um polícia negro com a descrição “Queres tornar-te Oficial da Polícia? Esta é a oportunidade pela qual esperavas” recebeu comentários como “O que está um preto a fazer na polícia portuguesa?”, “Parece-me que alguém trocou a foto do polícia e do ladrão”, ou “Anúncio da PSP… de Moçambique?”.
Uma publicação da PSP. Da PSP do Movimento Zero, o do discurso de ódio racista, xenófobo e homofóbico no Facebook, a PSP dos polícias que receberam em braços o Ventas do Chaga na escadaria do Parlamento; o Ventas do Chaga calado e mudo no Twitter, e já não vai tanto tempo quanto isso, por contraste com a verborreia acéfala de cada vez que um polícia é agredido em serviço. Há polícias e há polícias, e há os pretos, os ladrões, os polícias de Moçambique, e as televisões que só vão ao Ventas do Chaga quando o Ventas do Chaga lhes dá sinal de que vai vomitar algo.
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