"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Quando nos idos da ditadura fascista de Salazar, o direito de reunião, de associação, de manifestação, de publicar sem censura prévia, era proibido e os comunistas, socialistas, anarquistas, democratas, com ou sem filiação partidária, eram presos por o tentarem exercer, direito legítimo, banal nas democracias liberais, não eram prisões políticas mas prisões de delinquentes que violavam a lei, certo?
A Caixa de Pandora que os manos Castro abriram deixou sair só a esperença e, essa sim, é todos os males do mundo para a esperança que se transformou em ditadura. Até um dia.
"Tres uniformados de la Policía Nacional Revolucionaria (PNR) y una mujer con traje del Ministerio del Interior conducen a la detenida al auto policial. En el momento en que esta grita “¡Abajo la dictadura de los Castros!”, las dos gendarmes intentan introducirla en el carro por la fuerza, una práctica que se ha hecho frecuente en los actos represivos."
Imaginemos Obama questionado por um jornalista sobre a existência de presos políticos nos Estados Unidos, ou Hollande em França, ou Dilma no Brasil, ou até Marcelo em Portugal, imaginemos a resposta "Dê-me a lista dos nomes dos presos políticos e, se houver, antes do fim da noite eles vão estar soltos", imaginemos a separação de poderes, o poder judicial e o poder executivo, um dos princípios básicos do Estado de direito, imaginemos.
Interessa é ver a reacção das ruas de Miami e o que vai escrever o editorial do Avante! na próxima quinta-feira, ainda para mais, e vale para os dois lados, com um Papa de permeio. Th-th-th-that's all folks!
Definição de generosidade [upagrade]: permitir que uma pequena parcela daqueles que têm ideias políticas diferentes das nossas possa viver em liberdade. Por razões humanitárias, que é quando o comunismo de rosto humano meets a caridade cristã.
Anda toda a gente muito entusiamada com a libertação de presos políticos em Cuba. So what? Uns vão para Espanha outros para os EUA e tudo como dantes, quartel-general em Havana.
Que aconteceria num qualquer país da União Europeia se a USAID resolvesse distribuir por organizações não governamentais e por activistas dos Direitos Humanos coisas tão banais como telemóveis e computadores portáteis?
Na perspectiva marxista-leninista da economia, deve ser encarada como uma medida, cujo objectivo último é eliminar mais um explorador na cadeia das relações laborais. Falando português corrente, o explorador tem nome: O Chulo.
Ao contrário do que se possa pensar, os cubanos podiam e podem frequentar os hotéis de luxo, aparentemente reservados aos turistas. Mais concretamente, as cubanas.
É absolutamente banal encontrar, nos lobbies & bares dos hotéis de Havana, jovens do sexo feminino, algumas com curso superior, que, para conseguirem equilibrar o orçamento, fazem uns “biscates” junto dos turistas, a troco de comissões pagas aos gerentes e recepcionistas, que assim fecham os olhos às penetras indígenas.
Ao abrir as portas dos hotéis aos naturais, Raul Castro elimina um parasita na cadeia de produção.