"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Majores-generais que desde o primeiro dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, mais que denegrir a imagem de Zelensky e dos ucranianos - de nazi para cima, andam a lavar a imagem de Putin, a mão por trás da extrema-direita na Europa, e a projectar os amanhãs que cantam no paraíso na terra, agora renomeado Federação Russa, alertam para o fascismo que está de regresso. #Noção.
Continuamos, União Europeia, a comprar gás e petróleo à Rússia - até há oligarcas russos do círculo de Putin a receberem milhões de euros em fundos comunitários para a produção e comercialização de vinho na Europa, e assim contornarem as sanções, como denunciou o Aftenposten, o diário de maior circulação na Noruega, mas por causa da transferência de um jogador manhoso qualquer de que não reza a história Rui Costa pode vir a ser arguido por violação de sanções à Rússia. Queremos ser levados a sério?
Montenegro foi à China vender coisas, desde que Passos Coelho vendeu a EDP e a REN ao Partido Comunista Chinês somos bons a vender coisas ao Império do Meio, lá mais para a frente haveremos de saber o que foi vendido, desta vez com o nome de "investimento". E Montenegro, como nunca foi tido nem achado nas negociações para a paz na Ucrânia, aproveitou para se pôr em bicos de pés e "desafiar Xi a pressionar a Rússia. "Eu-ue [é assim que ele diz] creio que o apelo, vindo de um país amigo, não cairá em saco roto", enfatizou. Pela foto no Renmin Ribao - Diário do Povo, o sorriso de deslumbramento parolo do rural versus o ar de enfado do imperador, agora é que a China se vai chegar à frente.
Tropas ocidentais na Ucrânia são um alvo legítimo para o Kremlin, assim como tropas norte-coreanas na frente de combate ao lado das tropas russas são uma participação legítima. E este princípio enunciado por Putin resume a "operação militar especial" desde o primeiro dia: a Ucrânia não existe, a Ucrânia não tem direito à existência. a Ucrânia é lebensraum russo. E este princípio enunciado por Putin também explica muita coisa aqui em Portugal, a Ucrânia como Goa, Zelensky como Salazar.
Lula da Silva, a quem nunca se lhe ouviu uma palavra sobre o rearmamento da Rússia ou de condenação da invasão da Ucrânia, e que quando questionado sobre o "lebensraum" russo enrolou papo e chutou para canto, criticou o compromisso de gastos de 5% com defesa na NATO. Lula da Silva, presidente do país que ao mínimo reparo ou observação sobre política interna ou externa sai logo o argumento do neocolonialismo ou dos resquícios do colonialismo europeu não se coíbe em perorar sobre política dos outros, desde que não sejam as "democracias" amigas russas e iranianas. Lula sabe que se não andar de braço dado com Putin e com os barbudos dos trapos enrolados na cabeça do Irã, como ele diz, é um bom começo para a NATO não se esticar para os 5%, e que não vale tudo no alegado "sul global" contra a "dolarização" e outras tretas inventadas para estes tempos, mas Lula é um sonso que nunca leu Fausto ou viu Mephisto no cinema.
Hollywood foi fértil em produções cujo argumento girava à volta de famílias soviéticas introduzidas clandestinamente nos Estados Unidos e, com identidades falsas, aí constituíam família, faziam carreiras em todas as áreas da vida política e social norte americana, desde empresas privadas a departamento de Estado, à espera do click do Estado soviético para desempenharem uma qualquer tarefa de minagem e sabotagem da democracia, eram as chamadas "células adormecidas".
Este frenesim de Trump com as ordens executivas, o ataque aos departamentos de Estado e organizações de apoio humanitário, as taxas aplicadas aos até agora parceiros comerciais, a aproximação à ditadura russa, o apoio descarado à extrema-direita europeia, patrocinada por Putin, este afã em acabar com décadas de hegemonia americana no planeta, em destruir o denominado soft power, em reduzir os Estados Unidos à insignificância, faz lembrar as tais produções de Hollywood só que desta vez nem o FBI nem a CIA estão lá para pôr fim à conspiração, infiltrados e destruídos por dentro com as nomeações e ordens executivas. Make Russia Great Again é o que na realidade está escrito naqueles bonés de pala ridículos
Vladimir Putin diz que Deus lhe deu a missão de defender a Rússia. O Donaltim de Putin na Casa Branca diz que Deus o salvou para tornar a América grande outra vez. Francisco, Papa, o secretário de Deus no planeta Terra, está a morrer num hospital de Roma. Há aqui qualquer coisa que não bate certo...
Gajo que recusou reconhecer a derrota nas urnas e que patrocinou um motim com vista a impedir a tomada de posse do legitimo vencedor em eleições livre e democráticas, repete a conversa de gajo no poder há 26 anos, que alterou a constituição para por lá se manter até 2036, que é eleito por chapelada no país onde os opositores caem das varandas ou são assassinados, depois de prisão arbitrária ditada por tribunais subservientes ao poder político, sobre a ausência de legitimidade de um presidente de país em guerra, sob lei marcial, com milhões de deslocados - internos e externos, zonas desertificadas e outras em constante mutação fronteiriça. Que é um ditador que não vai a votos. Que não quer a paZ. Pela repetição da cassete, que ambos são leitores do órgão oficial do partido português que não é putinista [e agora nem trumpista] com saída periódica às quintas-feiras é a grande novidade nisto tudo.