Pride and Love
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"a Ucrânia e o poder ali instalado" [...] que não pode ser dissociado "do golpe de Estado de 2014, protagonizado por grupos fascistas" julgou um soldado russo - a potência agressora e invasora, que confessou o assassínio de um cidadão ucraniano num julgamento aberto, assistido e acompanhado pelo media e organizações internacionais, de onde resultou uma condenação a prisão perpétua, decisão passível de recurso pelo condenado; por comparação com os três soldados - dois britânicos, casados com ucranianas, a viverem há décadas na Ucrânia, soldados do exército ucraniano, condenados à morte por atentarem contra a ordem constitucional de uma república separatista - fomentada e armada pela Rússia, que só a Rússia reconhece, a Rússia que invadiu a Ucrânia ao arrepio do direito internacional, num julgamento à porta fechada, do qual não se conhecem detalhes, com pena definitiva, sem direito a recurso, uma região onde desde 2014 se dão sucessivas "fracturas e divisões, por perseguições, pela discriminação e negação de direitos fundamentais e de cidadania de populações" pelas tropas pró Kremlin num regime imposto, cuja acção violenta tem sido sistematicamente denunciada por organizações não governamentais independentes e pela ONU.
É urgente desnazificar o PCP.
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Comunicado do Comité Central do PCP de 5 e 6 de Junho de 2022
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O PCP não defende que a Rússia ponha fim à invasão da Ucrânia, retire para dentro de fronteiras e pare de desestabilizar a vizinhança com o fomento de pseudo repúblicas secessionistas no Donetsk e Lugansk, na Transnístria, na Abecásia e Ossétia do Sul, e no Nagorno-Karabakh, não. O PCP defende o fim das sanções à Rússia por estarem a castigar os portugueses, aplicadas por a Rússia, ao arrepio do direito internacional, ter invadido a Ucrânia e castigado os ucranianos, porque sim e por limpar o rabo a um ror de coisas que o PCP papagueia nas televisões, desde o direito dos povos à autodeterminação e independência à carta da ONU passando pela Acta Final de Helsínquia. O partido dos sonsos.
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Nada como uma guerra na Europa para revelar com quem e com o que nós podíamos contar caso nos víssemos na mesma situação. Os cúmplices da barbárie e da selvajaria, os sonsos que dizem defender uma coisa cá enquanto que por meias palavras ou alegorias lhes foge a boca para o que defendem lá, sempre com um whataboutism imbecil engatilhado. 100 dias onde não se aprendeu nada com as lições de 100 anos de história e da história de há 100 anos nos mesmos campos, também de batalha. E os que sabendo a história conscientemente a negam. Cada um que faça o seu julgamento de intenção, até porque, para desgosto de alguns, vivemos numa democracia e o tribunal das eleições está na ponta da caneta de cada cidadão.
[Link na imagem "Elena kneels down next to the body of her dead husband Alexey, who died during shelling at the subway in Kharkiv, eastern Ukraine, Thursday, May 26, 2022. AP Photo/ Bernat Armangue]
Quando no seu discurso no Plenário do Comité Central de Fevereiro-Março de 1937, Estaline insistiu muito particularmente na ideia do cerco da URSS, único país «que tinha construído o socialismo», por potências inimigas. Estas potências limítrofes - a Finlândia, os países Bálticos, a Polónia, a Roménia, a Turquia, o Japão - ajudadas pela França e pela Grâ-Bretanha, enviariam para a URSS «exércitos de diversionistas e de espiões» encarregados de sabotar a construção do socialismo. Estado único, sacralizado, a URSS tinha fronteiras «sagradas», que eram outras tantas linhas da frente contra um inimigo exterior omnipresente. Neste contexto, não é surpreendente que a caça aos espiões, isto é, a todos os que tinham algum contacto, por muito ténue que fosse, com «o outro mundo», e a eliminação de uma potencial e mítica «5.ª coluna» tenham estado no cerne do Grande Terror.
In "O Livro Negro do Comunismo", Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, "10 - O Grande Terror (1936 - 1938)", página 234, Quetzal Editores.
Oitenta e três anos depois, a Rússia cercada, vítima de todas as malfeitorias, ou as paranoias de Estaline na cabeça de Putin, neto do cozinheiro de Estaline.
[Jornal soviético, na imagem de autor desconhecido]
Por incompetência, ou desonestidade, o "factor humano" é sistematicamente ignorado por todos os analistas-comentadeiros da invasão russa da Ucrânia, com os majores-generais Z tv stars à cabeça, quando se dá por adquirido que a Ucrânia nunca irá recuperar os territórios perdidos para o invasor/ agressor russo, pela simples razão de que o invadido nunca irá usar na reconquista os métodos do conquistador: destruição indiscriminada de casas e estruturas essenciais, morte e assassinato sem olhar aos meios e a quem, é do povo ucraniano para o povo ucraniano que se trata.
[Link na imagem: "People stand amid newly-made graves at a cemetery in the settlement of Staryi Krym, outside Mariupol, Ukraine, May 22. Reuters/ Alexander Ermochenko]
Cada dia de cerco a Azovstal é um dia mais na aura e no prestígio do Batalhão Azov. Para a quem queria "desnazificar" a Ucrânia "gabba gabba hey!".
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A imagem do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a caminhar sozinho por uma avenida deserta de Kyiv no Dia da Vitória, enquanto vai falando para a câmara e para o mundo, contra a imagem de um solitário presidente da Rússia, Vladimir Putin, sozinho numa bancada cheia de gente, inchado até ao pescoço de colete anti-bala, a debitar propaganda para consumo interno, perante dezenas de milhar que compassadamente fazem troar as botas nas pedras da Praça Vermelha em Moscovo.
[Ukrainian Girl na imagem]
Aqueles que há uns tempos protestaram, e bem, pelas notícias "com agenda" por jornalista da Agência Lusa com ligação ao Chega, são os que agora defendem que o "jornalista Z" está a fazer um óptimo trabalho independente na frente russa ao serviço da CNN Portugal.
Mupis e outdoors de Moscovo começam a ser preenchidos com posters a identificar a Suécia como um país de nazis. "Desnazificar" a Suécia é a próxima "operação militar especial"?
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A Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas, e com direito a veto, bombardeia Kyiv, a cidade onde nesse preciso momento se encontrava o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, com conhecimento da Rússia. Um dia como outro qualquer na boa fé de Putin.
[Imagem de Chris Steele-Perkins]
Quando Lenine, a 26 de Outubro de 1917, se dirigiu ao Congresso dos Sovietes para ler o Decreto da Paz, a declaração unilateral de paz que na prática não punha fim à I Guerra Mundial mas antes era uma "incitação à revolta popular, chamando os povos das nações beligerantes para se voltarem contra a guerra, forçando os seus governantes a conversações que pusessem fim ao conflito" proclamou "esperamos que a revolução irrompa em todos os países envolvidos nos conflitos; eis por que nos dirigimos aos trabalhadores da França, da Inglaterra e da Alemanha", com isto inaugurou o que se "tornaria conhecido na política externa soviética como “diplomacia demonstrativa" – aquela cuja intenção não é promover acordos entre governos nacionais que se reconhecem mutuamente, segundo os cânones da lei internacional, mas sim "colocar obstáculos a outros governos e estimular a oposição no seio das nações" [entre aspas Orlando Figes, A Tragédia de Um Povo, editora D. Quixote, 2017], que nos 70s e 80s atingiria a sua expressão máxima com as manifs pacifistas por toda a Europa, no caso específico de Portugal com os concelhos "livres de armas nucleares", os "conselhos para a paz e cooperação", as "associações de amizade" Portugal – URSS e países do bloco soviético, tudo unido numa frente pela paz e para a desmilitarização e desarmamento do… Ocidente, e a reedição de 2022 com os abaixo-assinados, crónicas nos jornais, comentariado nas televisões, pela paz e deposição das armas... ucranianas, "contra a censura" e o "pensamento único dominante", por quem é principescamente pago para escrever e comentar, com uma quantidade de figurantes anónimos úteis a reboque. Em cento e poucos anos nada mudou.